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Data de atualização: 2023/06/19
Surgimento e mudança da Ribeira Lin Kai de San Kio
Macau e a Rota da Seda: “Macau nos Mapas Antigos” Série de Conhecimentos (I)
Escravo Negro de Macau que Podia Viver no Fundo da Água
Que tipo de país é a China ? O que disseram os primeiros portugueses aqui chegados sobre a China, 1515
No início do século XIII, Domingos de Gusmão fundou uma ordem religiosa e minentemente apostólica: a Ordem dos Pregadores, uma dádivado Espírito Santo à Igreja, ao serviço da evangelização dos povos. Imitando os apóstolos na pobreza e na pregação itinerante, São Domingos de Gusmão e os seus frades consagraram-se ao ministério da Palavra, anúncio da salvação. O frade pregador deve ir pregar o evangelho por toda a parte. Não deve esperar que venham até ele. Esta projecção apostólico-missionária marca de tal modo o estilo e a especificidade da vida dominicana que a expansão da ordem dos Pregadores correspondeu, desde o seu início, ao fervor missionário dos seus religiosos. O ideal que Domingos não logrou desenvolver pessoalmente no serviço missionário a todas as igrejas e a todos os povos, conseguiu, porém,incutir maravilhosamente nos seus filhos, discípulos e sucessores. Cinco anos após a confirmação da sua ordem por Honório III, os frades pregadores, movidos pela sua vocação apostólica, haviam-se espalhado por toda a Europa e, em finais do século XIII, já havia sido erigida a Congregação dos Irmãos Peregrinos, exclusivamente dedicada à evangelização das gentes, cujo campo de acção iria ser o Oriente (Próximo e Extremo) e a África. Antes do final da Idade Média, em meados do século XIV, surge um novo movimento missionário de grande importância, em direcção aos países do Extremo Oriente, entre os dominicanos portugueses, que, seguindo a rota dos exploradores de Portugal, expandiram o seu campo missionário pelos mapas de África, da Índia, de Ceilão, de Malaca, …, tendo estabelecido a sua sede central em Goa.Trata-se da Congregação da Santa Cruz das Índias Orientais, que nos traz à memória a Congregação dos Irmãos Peregrinos de finais do século XIII, e prenuncia o que virá a ser a Província Missionáriade Nossa Senhora do Rosário. Esta Província nasceu em 1587 e tinha como vocação específica a evangelização da China e dos povos vizinhos. Por destino histórico, Manila veio a tornar-se o centro das suas operações apostólicas, e as Ilhas Filipinas, a China, o Japão, o Vietname e a Formosa os campos da sua itinerância evangélica durante quatrocentos anos. – I.Dominica nos: de Acapulco a Macau. Estava-se na segunda quinzena de Agosto de 1587. O patacho San Martín, após cinco meses de travessia pelo Pacífico, aproximava-se de Macau, seu porto de destino, quando foi surpreendido for um forte temporal e arremessado para a costa da China, tendo ficado completamente destruído. Salvaram-se tripulantes e passageiros, entre os quais se encontravam três dominicanos espanhóis: os padres Antonio Arcediano, Alonso Delgado e Bartolomé López,que íam acaminho de Macau na esperança de ali encontrarem porta aberta para iniciarem o seu apostolado na evangelização da China. Os frágeis náufragos foram acolhidos por um chinês gentil, rico em bens de fortuna e em virtudes naturais, que os recebeu generosamente e lhes ofereceu inclusivamente os seus bons préstimos para interceder perante o vice-rei chinês no sentido de este lhes permitir que se estabelecessem na China e pregassem o evangelho. Tendo aceitado a oferta, e enquanto eram feitas as diligências necessárias para obter a autorização do vice-rei, os frades e os seus companheiros de naufrágio dirigiram-se para Macau, tendo chegado à colónia lusitana a 1 de Setembro de 1587. Os 15 dominicanos, que formavam o núcleo central de uma nova fundação missionária consagrada à evangelização da China e reinos vizinhos, foram mais afortunados na travessia do Pacífico. Saíram de Acapulco, no México, no dia 6 de Abril de 1587 e chegaram a Cavite, nas Filipinas, a 22 de Julho e, três dias depois, a Manila, onde foram fraternalmente recebidos pelo seu irmão na religião, o excelentíssimo Padre D. Domingo Salazar, O.P., pri- meiro bispo das Filipinas. Os três dominicanos que haviam saído de Acapulco com destino a Macau a 3 de Abril constituíam a guarda-avançada desta nova fundação missionária que procurava, na colónia lusitana da China, um porto seguro deligação entre Manila e a China e uma base estável com vista à expansão do seu apostolado na China continental. –II.Dominica nos em Macau. Os frades de São Domingos foram recebidos em Macau pelos padres agostinhos que, praticamente só um ano antes (1 de Nov. de 1586), haviam logrado fundar um convento que lhes franqueasse a entrada na China. Na ausência do bispo, D. Leonardo de Sá, que se encontrava por aquela altura em Goa, o Provisor da diocese favoreceu os dominicanos com adoação de umas casas onde puderam alojar-se imediatamente. As cláusulas desta doação determinavam que a nova igreja levasse a advocação de Nossa Senhora do Rosário e que os frades se comprometessem a rezar anualmente as três missas do Natal em intenção do ofertante. Os frades aceitaram ao ferta a 16 de Outubro e, oito dias mais tarde, ambas as partes assinavam o contrato. Esta fundação de Macau foi oficialmente reconhecida Província no Primeiro Capítulo celebrado em Manila a 10 de Junho de 1588, tendo o padre Antonio Arcediano sido instituído vigário da casa de Macau, para a qual foram designados os padres Alonso Delgado e Bartolomé López. Esta recepção por parte do governo lusitano provocou principalmente oposição e resistência. Mal foi conhecida a chegada dos náufragos castelhanos, brotaram em força na colónia os já tradicionais receios que os portugueses alimentavam em relação aos espanhóis e começaram de imediato a organizar-se reuniões do Conselho da cidade para decidir a sorte dos três dominicanos e dos seus companheiros de viagem. Os mais exaltados pediam a expulsão destes sem demora, enquanto que a maioria propunha que o caso fosse enviado para o Vice-Rei da Índia, cuja decisão seria acatada. As medidas que foram tomadas em relação a este assunto tão espinhoso foram de tal modo rápidas que, em Março do ano seguinte (1588), chegavam a Macau as cartas do Vice-Rei português da Índia, nas quais se dispunha que os frades de São Domingos e os seus companheiros de naufrágio, por serem castelhanos, fossem desterrados para Goa, sem que lhes fosse permitido viajarem até Manila. Era também estabelecido que as propriedades dos religiosos fossem entregues aos dominicanos portugueses da Congregação da Santa Cruz das Índias. Assim terminavam as primeiras tentativas dos dominicanos espanhóis para fundarem uma missão em Macau. Todavia, nem tudo foi fracasso. Deixaram em Macau a sua pequena igreja de madeira dedicada à Virgem do Rosário, o seu singelo convento e os rudimentos de uma escola de Gramática. E, zelando por este pequeno tesouro até à chegada dos dominicanos portugueses, ali ficava o Padre António de Santa Maria, mestiço sino-português, sacerdote secular que, atraído pela austeridade da vida monástica e pelo zelo apostólico dos dominicanos, se havia incorporado na comunidade, tendo recebido, graçasàhabi- lidade do padre Arcediano, o hábito dos frades pregadores. – III. Dominicanos e a Procuração das Missões em Macau. A fundação da Procuração das Missões Dominicanas em Macau coincide com a restauração das missões na China. Com o martírio do bispo Pedro M. Sanz, a 26 de Maio de 1747, e o dos padres Serrado, Alcober Díaz y Royo, a 28 de Outubro do ano seguinte, a perseguição havia terminado com o apostolado dos dominicanos espanhóis na China. Restava apenas na missão o infatigável e heróico padre Juan Fung de Santa María, dominicano chinês, o qual pedia com insistência, na sua correspondência com os superiores de Manila, o envio de novos operários evangélicos. Devido à perseguição, a restauração da missão teve de esperar até 1753, ano em que foram destinados à China os padres espanhóis DiegoTerradillos e Domingo Castanedo e os padres chineses Pedro Nien de Santo Domingo e Simon Lo del Rosario. Saíram de Manila a 10 de Janeiro de 1753, chegando a Macau a 28 dos mesmos mês e ano. Os quatro novos missionários conseguiram entrar na missão de Fujian a partir da colónia lusitana, por diversas vias e em diferentes datas no ano seguinte, apesar da apertada vigilância das autoridades chinesas para impedir a todo o custo a entrada de estrangeiros na China. O segundo reforço, também de quatro missionários, chegou a Macau a 14 de Novembro de 1754. Tratava-se dos padres Manuel Díaz, Antonio Lotranco, Pedro Feliu e Vicente Ausina, este último com o Procurador das Missões. A restauração da missão pedia também uma casa-procuração onde pudesse receber os novos missionários, atender os doentes e acolher os desterrados em caso de perseguição. Esta fundação era tão necessária e urgente que o próprio Mestre Geraldos Dominicanos, padre Boxadors, em documento oficial de 13 de Dezembro de 1757, orde nava a fundação da Procuração dos Dominicanos em Macau, onde deveria de imediato residiro Procurador das Missões da Provínciade Nossa Senhorado Rosário, sem que qualquer autoridade,incluindo a do Provincial, pudesse retirar-lhe as funções sem prévia nomeação de um substituto. Esta ordenação do Mestre Geral foi cumprimentada pelo Capítulo Provincialde Manilade 1759, que instituíu o padre Vicente Ausina Procuradordas Missões Dominicanasda Chinaede Tonquim (Vietname), com residência no convento dos dominicanos portugueses de Macau. As primeiras medidas toma das pelo Procuradordas Missões Dominicanas tiveram por objectivo a compra de locais apropriados para o desempenho das suas funções. Comprou primeiro – desconhece-se a data – a casa do falecido cónego Manuel José Caldeira, situada junto da Igreja-Catedral e, em 1760, algumas vivendas situadas em frente da porta traseira do convento de São Domingos. Os cinco procuradores que lhe sucederam nas funções até ao final do século, aproveitando as possibilidades de entrada de missionários na China que Macau lhes oferecia, apesar do rigor da perseguição, conseguiram manter, em média, oito missionários na missão de Fujian 福建e um número ainda maior na deTonquim. Durante a sua permanência em Macau, foram bem acolhidos pelos seus irmãos dominicanos portugueses e não lhes foram impostas quaisquer restrições por parte das autoridades, quer civis quer eclesiásticas, até 1778, ano em que D. Alexandre da Silva Guimarães, Bispo-Governador de Macau, expulsouo procurador dos dominicanos, padre Antonio Robles. Já antes de ser governador, e em virtude dos poderes do Padroado de Portugal, o bispo Alexandre havia proibido a entrada de missionários estrangeiros que não houvessem previamente jurado fidelidade ao rei de Portugal e ao arcebispo de Goa. Esta disposição afectava principalmente os procuradores da Propaganda, das Missões Estrangeiras de Parise das Missões Dominicanas. O padre Robles negou-se a prestar tal juramento e, por esse motivo, foi expulso da colónia lusitana. A 8 de Março de 1778, antes de partir para Manila,o padre Robles entregou a administração dos negócios da Procuração ao irmão franciscano Martín Paláu. A 1 de Janeiro de 1781 chegou a Macau o padre José Lavilla, que exerceu as funções de procurador durante três anos. As disposições relativas ao juramento de fidelidade ao rei de Portugal continuavam em vigor, apesar da partida do bispo Alexandre para Lisboa em 1780, e o padre Lavilla, homem de carácter forte, não tendo nunca conseguido entender-se com os portugueses, voltou para Manila em Maio de 1784. Entretanto, o rei de Espanha havia encarregado um embaixador em Lisboa de negociar com o Governo português a autorização de residência em Macau para os procuradores dos religiosos espanhóis e de passagem para a China para os missionários. Esta intervenção do embaixador de Espanha teve como resultado a promulgação em Lisboa de novas disposições favoráveis à petição da Corte de Madrid, mediante as quais era concedido aos missionários espanhóis, semque, para tal, fossem obrigados a prestar juramento de fidelidade à Coroa de Portugal, o direito de residência em Macau e de passagem para a China. Em Outubro de 1786, o padre Manuel Corripío partiu de Manila para Macau com ano meação de Procurador das Missões. Levava consigo a autorização dogovernador de Manila e a promessa de residência por parte do de Macau, transmitida a Manila pelo irmão franciscano Martín Paláu. Com a chegada do padre Corripío à colónia lusitana,começouasegundaetapadahistóriadaPro- curaçãodos Dominicanos em Macau que se prolongou até 1861. A casa-procuração, independente do conventodos dominicanosp ortugueses, estava agora situada por trás do Seminário de São José, na praceta que fica defronte da igreja de Santo Agostinho. Os treze procuradores que serviram as missões da China e de Tonquim durante este meio século viram-se obrigados a limitar o seu trabalho de procura dores ao envio de ajuda material às missões do interior, uma vez que, devido às perseguições e à muita vigilância de portos e fronteiras, foram muito poucos os missionários vindos de Manila que chegaram a Macau a caminho das missões. Dedicaram um esforço especial à recolha de fundos, através de obras pias e dedonativos, para custear os gastos da formação de catequistas e para a fundação dos seminários de Kesen, de Amoy (Xiamen廈門) e de Fuzhou 福州. Os frutos de tantos trabalhos não tardaram em chegar, pois, em 1832, havia já sete sacerdotes que tinham feito os seus estudos no seminário de Santa Cruz de Kesen e, em 1860, o número de sacerdotes chineses na igreja de Fujian福建ultrapassava os 20. Concluímos esta informação sobre a Procuração das Missões Dominicanas em Macau com a lembrança nos tálgica de dois acontecimentos: a consagração de um bispo dominicano e a sepultura de outro. Na primavera de 1792 chegou a Macau, a caminho da missão da China, o padre Roque Carpena. Onze anos depois, altura em que era bispo de Macau o franciscano D. Manuel de S. Galdino, aquele vol- tava à mesma cidade para ser consagrado bispo de Fujian福建, a 23 de Janeirode 1803. Nopresbitério, diantedoaltar-mórda Igrejade São Domingos, des- cansam os restos mortais do excelentíssimo Padre Tomas Badia. Missionário na China durante dez anos, foi, em 1834, consagrado em Singapura bispo-auxiliar do Arcebispo de Manila, o agostinho Seguí. De saúde delicada, faleceu a 1 de Setembro de 1844, aos 33 a nos deidade, em Macau, onde esperava notificação oficial, por parte da Corte de Madrid, da sua nomeação para Manila. No enterro foram-lhe concedidas honras de realeza, tendo assistido aos funerais o Governador e o Senado, o enviado da China e a sua comitiva, os senhores bispos Borja e Mata, ocleroda cidade e uma grande multidão de fiéis. [A.S.] Bibliografia: FERRANDO, Juan, O.P., Historia de los PP. Do- minicosenlasIslasFilipinas,Japón,Chinas,Tung-KínyFormosa, (Madrid, 1871); GONZALEZ, José Maria, O.P., Historia de las Misiones Dominicanas en China, (Madrid, 1962); TEIXEIRA, Padre Manuel, Macau e a sua Diocese, vol. III, (Macau, 1957- 1961).
DOMINICANOS
Fundada por S. Francisco de Assis e aprovada pela Bula 'Solet annuere’, de 29 de Novembro de 1223, do Papa Honório III, a Ordem Franciscana em breve conheceu uma expansão assinalável, de forma que ainda em vida do fundador se reuniram em Capítulo mais de cinco mil frades. Um dos ideais da nova família religiosa foi o da actividade missionária, de que Francisco de Assis começou por dar o exemplo, dedicando-se à evangelização do povo, particularmente nos meios rurais, e também partindo para novas terras de missão, como ele próprio refere nos seus escritos: (para entre mouros e outros infiéis' (2.a Regra, XII). Ainda em vida, Francisco enviou diversos dos seus companheiros para Marrocos, os quais, depois de atravessarem o território da Península Ibérica, foram acolhidos em Coimbra e dali desceram a Sevilha, entrando em Marrocos, onde foram martirizados. O próprio Francisco, com outros companheiros, partiu para o Médio Oriente e chegou ao Egipto. Recebido pelo Sultão, conseguiu com esse gesto atenuar os efeitos nefastos das represálias que os árabes, por causa das cruzadas, estavam exercendo sobre os cristãos e os Lugares Santos da Palestina. - I. Franciscanos no Oriente. Em relação ao Extremo Oriente, o trabalho missionário dos franciscanos teve igualmente honras de pioneiro. Em 1245, o Papa Inocêncio IV convocara o Concílio de Lião, decidindo enviar embaixadores à corte dos mongóis a fim de aí obter apoio para a estratégia papal de conter o poderio muçulmano que então ameaçava a Europa e a cristandade. Num primeiro momento, esta missão foi confiada a um franciscano português, Frei Lourenço de Portugal, que, por razões ainda não totalmente claras, nunca chegou a concretizar. Em seu lugar, partiu então Frei João do Monte Carpini, investido nessa missão pela carta de Inocêncio IV 'Cum non solum’. Embora os resultados desta missão fossem pouco significativos, ela foi depois continuada por outros grandes missionários: Frei João de Montecorvino, Frei Odorico de Pordenonne e Frei João de Marignolle. Apesar de seguirem a metodologia missionária que Francisco tinha traçado para os seus frades, uma presença simples e pobre entre as gentes, vivendo, convivendo e partilhando o seu modo de viver, estes religiosos partem para o Oriente bem preparados, tanto no cultivo das línguas orientais como no conhecimento dos costumes e das tradições dos seus povos. A sua acção diversificou-se e atraiu à fé muitos locais, começando assim a frutificar a semente do Evangelho por eles lançada. Para além da sua presença ter sido bem aceite junto dos imperadores da China, a estes missionários se ficaram a dever as primeiras tentativas de lançar uma hierarquia eclesiástica que pudesse dar continuidade à obra apenas iniciada. À semelhança do que sucedeu em outras paragens, particularmente na Palestina e zona do Médio Oriente, podemos dizer que o século XIII dá início a uma efectiva presença franciscana no Império do Meio e prepara, de alguma forma, o sucesso que a acção dos Jesuítas aí alcançou a partir de meados do século XVI, o que, no dizer de J. de Deus Ramos, 'constituiu um dos mais fascinantes momentos na longa história dos contactos entre o Ocidente e a Ásia'. - II. Fransciscanos e a Epopeia das Descobertas. Apesar do esforço e dos resultados do século XIII, o grande período da expansão missonária e da presença dos Franciscanos no Oriente está intimamente ligado à expansão das descobertas e ao domínio dos mares que os Reinos de Portugal e da Espanha exerceram a partir do século XVI. A epopeia missonária no Oriente conheceu então o apogeu, graças a alguns factores favoráveis que então se verificaram: a Reforma Católica, o aparecimento de novas congregações dedicadas à missão, o suporte e apoio concedido pelos governos da Espanha e Portugal, o esforço da Sé Apostólica na acção missionária da Igreja. É neste contexro que assistimos à chegada dos Franciscanos a Macau, que, à semelhança de ourras congregações religiosas, aqui se estabeleceram a fim de re-iniciarem a evangelização do grande continente chinês. É preciso ter em conta que Macau, em virtude da sua extensão e da população residente, nunca foi o objectivo das inúmeras famílias religiosas que aqui se esrabeleram. Esse objectivo apontava para algo mais além, quer se trate da China em si, quer se trate do Japão. - III. Franciscanos em Macau: chegada e primeiros tempos. A história da chegada a Macau dos primeiros religiosos da Ordem de S. Francisco de Assis continua ainda envolta em algo de mistério que talvez nunca venha a ser desvendado. Numa breve memória à maneira de introdução ao III volume da obra Macau e a sua Diocese do Padre Manuel Teixeira são coleccionadas diversas datas e hipóteses sobre a chegada dos Frades ao Território. No entanto, e apesar de presentes em Goa desde 1518, os primeiros franciscanos a demandar Macau fizeram-no a partir das Filipinas, tendo aqui chegado em 1580. Largando das Filipinas, o objectivo do primeiro grupo de frades que se fizeram ao mar em direcção às terras do Império do Meio era certamente o de atingirem a cidade de Chincheo (Zhangzhou 漳州), que ficava na província de Fujian福建 Numa mensagem enviada pelo Governador das Filipinas, Francisco de Sande, ao Rei de Espanha, em 30 de Maio de 1580, vem narrada toda a histórica aventura desse primeiro grupo de franciscanos que se fizerem ao mar em demanda das terras da China, tendo chegado ao rio de Cantão a 19 de Junho de 1579. Este primeiro grupo era constituído por Frei Pedro Álfaro, Custódio e natural de Sevilha, Frei João Baptista Locarelli, italiano, de Pesaro, Frei Sebastião de S. Francisco, natural de Baeza, e Frei Agostinho de Tordesillas, todos sacerdotes que se faziam acompanhar de alguns soldados. Depois de diversas peripécias próprias de quem chega pela primeira vez a terra estranha, foram submetidos a diversos interrogatórios, tendo sido ludibriados por um tal Simão Rodrigues, que conhecia a língua portuguesa e pensava poder apossar-se de alguns valores que os frades porventura trouxessem consigo. Trata-se, no dizer do Padre Manuel Teixeira, de um ' renegado apóstata', que tendo vivido muitos anos com os portugueses conhecia a nossa língua e assim se fez passar por intérprete e amigo dos franciscanos, acompanhando-os nos numerosos interrogatórios a que foram sujeitos durante os dias da sua estadia em Cantão. Vencidos os primeiros obstáculos da sua chegada e estadia em Cantão, os frades escreveram ao bispo de Macau, D. Melchior Carneiro, o qual de bom grado se disponibilizou para os acolher e apoiar, advertindo-os para a necessidade de serem prudentes e não se deixarem enredar nas contendas entre castelhanos e portugueses. Face às dificuldades encontradas e à ordem emitida pelo decreto do imperador Shenzong 神宗 (Wanli 萬曆, 1573-1621), e promulgado pelo mandarim de Cantão, que proibia os castelhanos de se manterem na China, resolveram então os frades aceitar o acolhimento proposto pelo bispo de Macau, para onde se dirigiram, mas agora apenas Frei Pedro Álfaro e Frei João Baptista Locarelli, uma vez que Frei Sebastião de S. Francisco, natural de Baeza, falecera durante a estadia em Cantão e os demais membros do grupo regressaram às Filipinas. Para além do acolhimento do Bispo, encontraram na Cidade do Santo Nome de Deus, onde finalmente chegaram no dia 15 de Novembro de 1579, duas outras pessoas que se prestaram a ajudar os religiosos nesta sua difícil chegada: O Padre André Coutinho, português do clero secular, e o leigo espanhol Pero Quinrero. Acolhidos com sentimentos contraditórios, coisa devida às contendas entre portugueses e castelhanos, logo foi providenciado para que aos frades fosse atribuído um lugar a fim de se dar início à construção do primeiro eremitério-convento para os religiosos. Enquanto a tal se providenciava, eles recusaram todas as ofertas de hospedagem, preferindo instalar-se no hospital dos leprosos, fundado por D. Melchior Carneiro em 1569, a quem serviam e prestavam os mais humildes serviços. Como os frades não desejavam grandes construções, foi o convento conluído no ano seguinte (1580), sendo a igreja dedicada a Nossa Senhora dos Anjos. Em simultâneo, procuraram os religiosos consolidar a integração eclesial da sua presença, denominando a sua fundação, tal como escreve Lucarelli, de 'Custódia da China de S. Gregório', apesar das contradições existentes no grupo entre os irmãos de proveniência portuguesa e os demais. A presença dos Franciscanos foi, nestes primeiros tempos, muito proveitosa para o anúncio e o testemunho do evangelho, tal como nos recordam as memórias de então. Apesar de algumas rivalidades entre nacionais e estrangeiros, próprias do contexto político que então se vivia em Portugal com a dominação filipina e das dificuldades especificas da evangelização no contexto cultural e social da região, a actividade missionária dos frades prosperou rapidamente e depressa começaram a aparecer os primeiros candidatos a postulantes para a Ordem. Um dos frades que melhor deixa transparecer nos seus escritos a satisfação pelo trabalho realizado e pelos frutos recolhidos é Frei Martinho Inácio de Loiola, sobrinho do fundador da Companhia de Jesus. Refiro, a título de exemplo, algumas das suas expressões, recolhidas por Wyngaert: 'têm-se convertido muitos Chinas [ ... ] na cidade de Macau e vão-se baptizando cada dia dando mostras e sinais de serem bons cristãos, os quais dizem que a maior dificuldade que há para se converter todo o Reino será a que farão os que nele governam[ ... ]. Além disso, eles dão-se a todos os regalos que um entendimento humano pode pensar, por terem nisso posta a sua felicidade'. Mais adiante, acrescenta o nosso cronista: 'E espanta muito que, sendo as mulheres deste reino castíssimas e recolhidas, tanto como as que mais o são, os homens são muito viciosos e especialmente os senhores e governadores, creio que não deixará de ser grande impedimento à entrada do Evangelho'. Todavia, e apesar destes sucessos,o primeiro grupo de frades manteve-se durante pouco tempo na cidade do Santo Nome de Deus, começando então a chegar novos missionários da família de Francisco de Assis. Um desses primeiros grupos, dirígido por Frei Jerónimo de Burgos, comissário-visitador, partiu a 21 de Junho de 1582 de Manila 'para sua consolação a fim de visitar a casa de Macau'. O grupo de sete religiosos foi aprisionado nas costas de Fujian e levados para Cantão. Tendo aí morrido um por causa dos maus tratos recebidos, foram os demais salvos e trazidos para Macau devido à intervenção do capitão-mar desta cidade, Aires Gonçalves de Miranda. Como era de esperar, e devido à situação política, não foi fácil estabelecer um consensus vivendi entre os religiosos das duas nacionalidades, portugueses e espanhóis, uma vez que a obediência à Casa-Mãe de Manila em nada agradava às autoridades locais e aos portugueses de Macau. Como diz Henri Bernand, 'os portugueses [ ... ] obrigaram-nos a erigir em custódia independente das Filipinas as duas Fundações de Macau e de Malaca; eles toleravam ali os súbditos espanhóis, mas na condição de virem por Lisboa e Goa'. Foi este o ambiente que rodeou os Franciscanos durante os primeiros tempos da sua estadia em Macau até à chegada de um novo grupo de sete religiosos de que era superior Frei Jerónimo de Burgos, em Agosto de 1582. Teve então lugar o primeiro Capítulo local dos frades, no qual foi eleito como Custódio Frei Martinho Inácio. Procedeu-se também então à erecção da Custódia de S. Gregório da China, constituída pelos conventos de Malaca e Macau e autónoma da casa-mãe das Filipinas. Com esta decisão deu-se um passo em frente na autonomia da estrutura do governo regional da Ordem nestas paragens e, ao mesmo tempo, foi possível começar a fazer a implantação local dos frades, ultrapassando assim as contendas entre portugueses e espanhóis em razão da sua obediência à Custódia de Manila. Na sequência desta decisão, deu-se início a uma nova etapa na ainda curta presença dos Fransciscanos no Território de Macau, podendo estes estabelecer agora uma relação mais estreita com os responsáveis da cidade, ultrapassando assim as anteriores reservas face à presença de espanhóis. Todavia, e apesar deste passo decisivo, a história dos Fransciscanos nesta porção do território chinês não foi fácil. Logo após a sua chegada a Manila, Frei Jerónimo de Burgos teve de voltar à China, em 1583, agora com o objectivo de anular o que antes tinha fundado: a Custódia de Macau-Malaca. É que a existência desta, independente da casa de Manila, impedia os castelhanos de manterem aberta a única porta de acesso à China que até então tinham conseguido abrir. No entanto, e apesar das diligências feitas, os objectivos desta missão não foram alcançados, resolvendo então apelar para o Padre Geral da Ordem a fim de solucionar as dissensões entre portugueses e castelhanos nestas paragens. Face a esta situação, as autoridades da Ordem decidiram confiar aos religiosos portugueses o convento de Malaca, constituindo uma custódia portuguesa de S. Francisco, dependente de S. Tomé da Índia, e de voltar a integrar o convento de Macau na Custódia das Filipinas. Ao contrário das decisões que trazia de Roma, e também em parte pelas opções tomadas pela Santa Sé no sentido de confiar aos Jesuítas as missões da China e do Japão, a decisão de fazer voltar o convento de Macau para a obediência da Casa-Mãe de Manila não foi bem aceite e os religiosos espanhóis tiveram de deixar Macau em Agosto de 1586, regressando às Filipinas após um tempo de espera por condições favoráveis. O cronista da Ordem refere que foram nove os religiosos castelhanos que tiveram de abandonar Macau, entre os quais estavam alguns dos fundadores da primeira hora. - IV. Acção Missionária dos Franciscanos. As missões foram a principal e a mais importante actividade dos Franciscanos desde a sua chegada a terras do Oriente. O objectivo dos primeiros frades que partiram de Manila em demanda da China, tal como rezam as crónicas do tempo, foi exactamente esse, pois em Espanha como em Portugal este era o ideal que animava os que partiam para o Oriente. Todavia, a actividade missionária não se limitava ao império chinês. Em breve os frades foram enviados para o Japão, dando apoio à missão já iniciada pelos Jesuítas e que apresentava já abundantes frutos. O início da missão franciscana no Japão continua ainda hoje um pouco envolto em mistério. O Padre Lorenzo Pérez, numa longa e bem documentada série de artigos, diz que os primeiros religiosos franciscanos entraram no Japão em 1582, sendo depois seguidos por novos grupos nos anos subsequentes. Um dos primeiros a demandar o Japão foi Frei Juan Pobre que antes, como capitão e membro do grupo, havia acompanhado o Padre Alfaro a Cantão e a Macau, regressando depois a Manila onde ingressou na Ordem Franciscana. O testemunho dado por este religioso fez despertar nos próprios padres da Companhia o desejo de que outros religiosos fossem enviados ao país do Sol Nascente para ali difundirem a mensagem cristã. Partindo de Macau e das Filipinas, em breve os frades começaram a colher os primeiros frutos do seu trabalho pastoral. Num primeiro momento, a missão em terras japonesas revelou-se proveitosa e fecunda, mas a curto prazo tornou-se difícil e foi marcada pelo sangue dos mártires. Por mais de duas décadas, a perseguição não abrandou e os mártires desse período contam-se às centenas, entre os quais cerca de 45 franciscanos, religiosos e leigos da Terceira Ordem, tanto estrangeiros como nacionais. Um dos documentos mais notáveis deste período é constituído pelo célebre Quadro dos Mártires do Japão, feito em Macau e enviado para Espanha e Roma a fim de perpetuar a memória dos corajosos mártires desta época. Dentre os mártires da primeira vaga sobressai também a figura de S. Gonzalo García, que no momento do martírio não apenas animava os companheiros como deixou a todos um vivo testemunho de fé e de entrega a Cristo, ele que conhecera o Japão como negociante antes de ingressar na vida religiosa, tudo deixando pela causa do evangelho. No dizer do grande pensador franciscano Agostino Gemelli, 'o Japão tranquilo e quase benévolo no início do século [XVI ... ] , mostra-se cruel e, em 1614, por instigação dos mercadores holandeses, o imperador emana o decreto de expulsão de todos os missionários', tendo a perseguição durado por mais de uma vintena de anos. Para além da sua presença missionária, os Franciscanos, em alguns momentos da história, desempenharam igualmente um importante papel nas relações diplomáticas entre a Santa Sé e os estados orientais. No caso do Japão, assume particular importância a missão de Frei Luis Sotelo de Sevilha, que em 1615 acompanhou o emissário do Japão em Espanha e conseguiu que este se fizesse baptizar em Madrid, apresentando-o depois em Roma ao Papa Paulo V, por quem veio a ser recebido duas vezes. Apesar das promessas feitas, a perseguição aos missionários e aos cristãos intensificou-se, e quando regressou ao Japão em 1662, Luis Sotero conheceu idêntico destino dos demais, tendo sido queimado vivo juntamente com outros missionários. Assim se concluiu a primeira fase da experiência missionária franciscana em terras japonesas, só retomada dois séculos mais tarde em virtude do tratado comercial com a França. Quanto às missões na China, depois dos primeiros contactos já iniciados no século XIII e mais tarde nas últimas décadas do século XVI, a partir de Manila e Macau, assumem agora no século XVII um novo vigor, principalmente a partir do segundo quartel, com a chegada de novos missionários, particularmente vindos de Manila. Dentre estes destaca-se a figura de Frei António de Santa Maria, chegado a Fujian em 1634 e que entretanto fora nomeado pelo Papa Urbano VIII Vigário Apostólico para as missões franciscanas no Oriente. Das diversas viagens que fez passou também por Macau, na tentativa de se deslocar à Europa para aí apresentar a célebre questão dos ritos chineses. Para além da acção missionária e das inúmeras conversões feitas, este franciscano legou-nos cerca de 30 cartas, datadas de 1648 a 1662. Trata-se de um conjunto de escritos de grande importância para a compreensão da questão dos ritos, questão esta que opunha as chamadas Ordens Mendicantes à pastoral realizada pelos Jesuítas acerca da incompatibilidade entre certos ritos e costumes chineses com o culto católico. Apesar das vicissitudes da sua história e das questões de natureza política sobre o relacionamento entre religiosos portugueses e espanhóis, Macau constituiu sempre um espaço de acolhimento e de apoio às missões franciscanas na China, tendo por aqui entrado muitos dos missionários que demandavam em seguida as terras de missão. No entanto, muitas das contendas que aqui tiveram lugar devemos enquadrá-las no âmbito de uma problemática mais complexa com que os missionários chegadas ao Oriente, especialmente à China, se viram confrontados: a compatibilidade entre os dogmas da sua fé e as tradições culturais dos povos a evangelizar. Longe estava ainda a capacidade de inculturação da fé. Por isso, as dificuldades de relacionamento entre os missionários de origem portuguesa, mormente os da missão portuguesa, que tinha a sua sede em Macau, e os missionários de outras proveniências encontram uma boa parte da sua razão de ser nesta incapacidade de compreensão dos chamados ritos chineses face aos preceitos evangélicos. Apesar de tudo isso, Macau deu certamente um grande contributo para a história das missões franciscanas no Oriente. -V. Outras Obras dos Franciscanos. Para além da acção pastoral e missionária, tanto na China como em outras paragens do Oriente, os Franciscanos dedicaram-se também às obras de assistência, começando, logo após a sua chegada, servindo os leprosos e doentes no hospital, tal como salientam as crónicas da época. Este serviço de apoio aos pobres e necessitados está no centro da espiritualidade da Ordem, pois a própria vocação de Francisco de Assis está associada à sua experiência entre os leprosos. Por isso, uma das obras que mais os notabilizou em terras de Macau foi a célebre botica do Convento de S. Francisco. No que ao Convento diz respeito e à sua construção, isso será objecto de tratamento específico. Quanto à botica, não são muitos os dados disponíveis. Temos, no entanto, alguns ecos que nos falam da sua existência e da importância que assumiu para as gentes de Macau após a expulsão dos Jesuitas do Território, já que passou a ser a única existente. Servindo-se deste meio, alguns irmãos exerceram uma benemérita actividade em prol da população carenciada de assistência. Dentre os frades referidos nas crónicas de então, destacam-se o Frei Braz Garcia, falecido em 1678 no Convento de S. Francisco, e o Irmão Martinho, que deu continuidade ao seu trabalho. Ao longo dos anos, religiosos houve que se notabilizaram também nas artes e nas letras, tendo-nos legado alguns deles obras notáveis para o conhecimento da realidade social e eclesial da sua época. Apesar da atenção específica que lhes é conferida na menção individual que este Dicionário lhes dedica, refiro aqui alguns daqueles que mais se salientaram pelo seu saber: Frei Paulo da Trindade, Frei Jacinto da Mãe de Deus, Frei António de Santa Maria Caballero e Frei José de Jesus Maria. [J.L.]Bibliografia: GEMELLI, Agostino, Il Francescanesimo, (Milão,1947); LOPES, Félix, 'Os Franciscanos no Oriente Português de 1584 a 1590', in Studia, n.o 9, (Lisboa, 1962), pp. 29-65; PÉREZ, Lorenzo, 'Origen de las Misiones Franciscanas en el Extremo Oriente', in Archivo Ibero~Americano, vol. 1, (Madrid, 1914), pp. 100-120 e 301-328; RAMOS, J. de Deus, A História das Relações Diplomáticas entre Portugal e China, (Macau, 1991); TEIXEIRA, Padre Manuel, Macau e a sua Diocese, vol. 3, (Macau, 1956-1961); TRINDADE, Paulo da, Conquista Espiritual do Oriente, 3 vols., (Lisboa, 1962-1967); VAN DEN WYNGAERT, Sinica Franciscana, vol. II, (Florença, 1933).
FRANCISCANOS
No dia 3 de Fevereiro de 1928, o Bispo da Diocese de Macau fez visita pastoral às Missões de Reungh-shan e dos Estreitos. (Arquivo Histórico de Macau – F.A.C., P. n.° 492-S-V). •É nomeado nesta data o Reverendo Dr. António José Gomes para o cargo de Governador do Bispado de Macau. (Arquivo Histórico de Macau – F.A.C., P. n.° 314 – S-N).
Governador do Bispado de Macau e visita pastoral do Bispo da Diocese de Macau
Em 1648, o Pe. Koffer, S.J., baptiza, na corte dos depostos Ming, a Imperatriz Helena e três filhos, Maria, Ana e Constantino, da família de Yong-Li. Este, então em Shiu-Hing, manda a Macau o mandarim Pang Aquiles com presentes para a Igreja de S. Paulo. Com ele vinham mais dois mandarins que exclamaram ao chegar, perante o espanto chinês: “Nós somos cristãos!”
Pe. Koffer, S.J. baptiza membros da família do Imperador Yong-Li
No dia 20 de Novembro de 1704, o Papa Clemente XI aprova um decreto da Inquisição contra os “Ritos”.
Decreto da Inquisição contra os “Ritos”
No dia 1 de Setembro de 1940, é erecta a Diocese de Timor (Díli), por iniciativa de D. José da Costa Nunes junto da Santa Sé, pela Bula Solemnibus Conventionibus. Foi-lhe destinada como pastor o Administrante Apostólico Pe. Jaime Garcia Goulart. A Sé Catedral desapareceu com a II Grande Guerra Mundial. (Em 1875 fora separada da Diocese de Malaca e unida à de Macau.)
Erecta a Diocese de Timor (Díli)
No dia 12 de Outubro de 1929, é nomeado João Gomes Valente de Almeida para representar esta Colónia na conferência World Power e no congresso World Engineering, a realizar em Tóquio. (Arquivo Histórico de Macau – F.A.C., P. n° 69-S-C). • Visita pastoral de S. Ex.a o Rev.mo Bispo de Macau às Missões do Interior da China. (Arquivo Histórico de Macau – F.A.C., P. n.° 406-S-V).
Conferência World Power e congresso World Engineering; Visita pastoral de S. Ex.a o Rev.mo Bispo de Macau
Local: | Península de Macau-Freguesia da Sé |
Antigo Tribunal | |
Palavra-chave: | Procissão da Nossa Senhora de Fátima |
Escultura | |
Crença de Nossa Senhora das Neves |
Entidade de coleção: | Companhia de Jesus em Macau |
Fornecedor de trabalho digital: | Macau Documentation and Information Society |
Autoridade: | Autorização do uso à Fundação Macau concedida por Companhia de Jesus em Macau. Em caso de precisar usar este material, deve pedir a autorização do titular do direito de autor. |
Idioma: | Chinês |
Tipo: | Imagem |
Fotografia | |
Preto e branco | |
Formato das informações digitais: | JPG, 2850x1982, 1.11MB |
Identificador: | p0006208 |
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