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Data de atualização: 2020/09/03
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Data de atualização: 2020/09/03
No dia 9 de Maio de 1874, pelas 16.30 horas caiu um raio na torre dos sinos da Igreja de S. Domingos, incendiando toda a capela-mor e ficando de pé apenas as paredes. O fogo foi dominado às 22.30 horas. À trovoada, seguiu-se copiosa chuva que inundou, completamente, a parte baixa da cidade, causando grandes prejuízos e desabamentos.
Caiu um raio na torre dos sinos da Igreja de S. Domingos
Na noite de 31 de Maio para 1 de Junho de 1875 passa em Macau mais um grande tufão que merece referência no B.O. n.º 23. A publicação oficial volta a mencionar este tufão e o de 22 de Setembro passado, de que faz relatórios, no seu N°. 25. O tufão de 31 de Maio causou vários prejuízos. A lancha Sérgio foi de encontro a uma pedra, arrombando-se; na povoação da Taipa perderam-se 70 barcos; dos 600 barcos acostados, estima-se que só 20% saíram ilesos; 50 casas ficaram arruinadas e houve alguns mortos. Em Coloane e “Laichivan” ficaram arruinadas 10 casas pequenas, 6 lorchas quebradas; não houve mortos aqui. Foram distribuídas 10 mil sapecas aos pobres. Notícias, no Boletim Provincial de Macau e Timor, n.º 23, de novo tufão a 31 de Maio (de 1875), quase tão horrível como o de Setembro de 1874. 'Habitantes de Macau, acaba esta cidade de sofrer novamente uma grande desgraça! O tufão da noite de 31 de maio último, quase tão horroroso como o da noite de 22 para 23 de setembro do ano passado, tem assolado de novo Macau, que estava prestes a levantar-se do abatimento em que parecia jazer. Insondáveis designios de Deus que devemos respeitar! Não percamos porém o nosso animo que n'esta difícil conjunctura mais só nos faz preciso. Unamo-nos pois o trabalhemos para que d'algum modo se consiga, com o auxílio Divino, reconquistar o perdido e preparar para um melhor futuro, mas lembrai-vos que isto só se consegue pelo trabalho aturado o melhor emprego dos recursos de que cada um passa dispor. Macaenses! Como austeridade velarei pela vossa segurança, no cumprimento do meu dever vos prestarei o maior auxílio que eu possa e de mim depender. Como vosso amigo, lamento os gerais infortunios e convosco partilhei os horrores do calamitoso acontecimento, que como é notório, esteve a ponto de me deixar sem a família. O Conselheiro Governador da província, José Maria Lobo d'Ávila.'
Mais um grande tufão
No dia 5 de Setembro de 1738, violento e horrível tufão que, pelos estragos e desastres causados, devia ser o maior que Macau jamais experimentou. Muitas casas ficaram destelhadas e bastante arrasadas. A Praia Grande, o campo de S. Francisco e todo o Bazar ficaram alagados, podendose marcar a altura da inundação no frontispício da igreja de S. Domingos. Sem falar das embarcações chinesas que, em número incalculável, se desfizeram pelas praias, todos os navios que se encontravam no porto - 10 ou 12 - foram encalhar em vários pontos da Lapa e de Macau, quebrando-se alguns inteiramente, como sucedeu ao Bleque Boy, em Ponta da Rede, e ao Corsário, em Oitem (Lapa).
Violento e horrível tufão
Na sequência do tufão de 22/23 de Setembro de 1874, os Boletins de Macau e Timor vão, e o 1.º é o n.º 39, de 26 deste mês, fazendo eco imediato não só sobre os estragos como sobre as providências a tomar. Conservam-se firmes apenas dois edifícios, mais recentes: o Hospital Militar de S. Januário [V. nesta Cronologia…,1874, Janeiro, 6] e o Quartel dos Mouros. O Visconde de S. Januário era então Governador e dirigiu a Macau palavras de ânimo; na mesma ocasião expediu ordens aos serviços competentes para reconstruir, reforçando verbas e determinando a colaboração das forças militares e policiais, também com pré reforçado. Pediu ainda ajuda à população voluntária, por serem todos necessários. São também grandes os estragos causados na Taipa e Coloane. O relatório dos mesmos, publicado no B.O. n.º 44, conduz a providências posteriores, mencionadas em Janeiro de 1875. O poder destrutivo deste tufão impressionou o académico francês Léon Rousset, que a ele assistiu; e de tal modo que, regressado a França, apresenta na “Societé de Geographie” (1878) aquilo que presenciou sobre a força da natureza e o resultado desolador em que deixou Macau. (V. nesta Cronologia…, 1848). • Os efeitos deste infelizmente memorável tufão nas Ilhas foram descritos pelo Comandante Militar da Taipa e Coloane, Tenente José dos Santos Vaquinhas, ao Secretário do Governo, no ofício n.º 39. Diz ele aí, em resumo, que no dia 26, desde as 7.30 até às 20 horas fez queimar e enterrar os cadáveres das duas povoações. Eram cerca de 1.000 vítimas na Taipa e 400 em Coloane, embora o número inclua os náufragos de 300 embarcações perdidas. Estes números foram corrigidos nos dias seguintes com a notícia de mais baixas. As povoações ficaram completamente “abatidas”, o que não espanta, sobretudo se pensarmos no material precário de que eram feitas as barracas. Ruínas por toda a parte, mesmo no cais, na rampa de desembarque, nos muros do Quartel, reduzidos aos alicerces. Só o novo edifício mandado construir recentemente pelo Governador é que precisa apenas de pequenas reparações. O Tenente Vaquinhas louva o zelo e espírito de serviço do Sargento Tassara, do Sargento Martins e das praças do Batalhão de Infantaria em serviço no Corpo da Polícia destacado nas Ilhas.
Tufão de 22/23 de Setembro de 1874
Tempo: | Após o estabelecimento da RPC em 1949 até 1999 |
1962 | |
Palavra-chave: | Tufão |
傘 | |
Mulher |
Fotografia: | Lei Iok Tim |
Fonte: | Arquivo de Macau, documento n.º MNL.01.01.069.F |
Entidade de coleção: | Arquivo de Macau |
Fornecedor da digitalização: | Arquivo de Macau |
Tipo: | Imagem |
Fotografia | |
Preto e branco | |
Formato das informações digitais: | TIF, 2000x1386, 7.93MB |
Identificador: | p0004078 |
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