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Data de atualização: 2023/05/30
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No dia 9 de Junho de 1924, é concedida uma licença ao chinês Woo Iuen Fun, Gerente da firma Hoi Sun para fundar, nos aterros a norte da Ilha Verde, uma fábrica de panchões. (Arquivo Histórico de Macau – F.A.C., P. n.° 147- S-F).
Fábrica de panchões
O fabrico de panchões constituía uma das principais indústrias tradicionais de Macau, das poucas que formavam o então reduzido parque industrial de Macau. Além de rendosa e de ocupar milhares de operários, deu um grande impulso à vida económica do território. A quase totalidade da produção das fábricas de Macau era exportada, pois o consumo local era mínimo. Os principais mercados eram os Estados Unidos, Austrália, África do Sul, Filipinas, Singapura e Japão, embora também para outros países onde viviam comunidades chinesas. A exportação de panchões representava, portanto, um factor de relevante importância na economia de Macau, com a entrada de divisas estrangeiras. Cinco das maiores fábricas encontravam-se instaladas na Ilha da Taipa. Eram elas: Kuong Hing Tai (Guangxingtai 廣興泰), Lec Long (Yilong 益隆), Him Un Lec Kei (Qianyuan謙源), Him Son (Qianxin 謙信) e Kuong Un (Guangyuan廣源). Na cidade de Macau havia mais três, situadas em locais afastados dos bairros residenciais, em sítios mais ou menos isolados. As fábricas da Taipa empregavam mais de metade dos habitantes daquela Ilha. Operários efectivos a trabalhar nas diversas fases de produção, sempre mais perigosas e arriscadas, e mulheres, raparigas, e até crianças de ambos os sexos, em trabalhos de menor importância. No fabrico de panchões são utilizadas várias matérias-primas, tais como enxofre, salitre, clorato de potássio, pó de alumínio, para a preparação da pólvora e dos rastilhos .Além de papel para a confecção dos invólucros e, posteriormente, madeira, zinco e outros materiais para as embalagens. Na preparação da pólvora trabalhava pessoal experimentado, dado que o menor atrito produzido nos elementos que entram na sua composição causaria imediata e inevitável explosão. Tinham as unhas, tanto das mãos como dos pés, completamente cortadas rente. Preparada a pólvora, procedia-se ao enchimento dos invólucros, que eram previamente confeccionados, geralmente por mulheres e raparigas. A operação seguinte era, depois de encerrados, colocar os rastilhos nos respectivos invólucros. Assim preparados, seguiam para a secção de empacotamento, onde eram devidamente acondicionados em embalagens próprias e resistentes. A construção dos vários pavilhões que constituíam as instalações de qualquer fábrica tinha de obedecer a uma arquitectura bem definida. Nos diversos compartimentos empregavam-se materiais mais frágeis ou mais resistentes conforme as operações a que se destinavam. E eram quase todos separados por grossas paredes, que impediam, na ocorrência de qualquer desastre, explosão ou incêndio, que ficassem totalmente destruídos. Contudo, e apesar de todas as precauções, registavam-se, com alguma frequência, lamentáveis explosões em que alguns operários perdiam a vida. O encerramento das fábricas de panchões veio a ocorrer nos fins da década de 1950, quando a República Popular da China começou a exportar esse produto, em larga escala, sobretudo para os Estados Unidos da América. A indústria de panchões teve uma influência muito acentuada na vida de grande parte dos habitantes de Macau, pelo contributo que deu para a subsistência de muitas famílias e educação dos seus filhos. Por isso, o encerramento das fábricas de panchões e de fósforos, as mais antigas e tradicionais de Macau, provocou um outro rumo e modo de vida nas componentes laborais e sociaisde Macau.
Indústria do Panchão
Consta no Edital de 13 de Junho de 1922 que foi requerida licença pelo chinês U Cat-san, para estabelecer uma fábrica e depósito de fogos de artifícios (fábrica de panchões) na Estrada de Cacilhas.
Requerida licença para fábrica de panchões
No dia 26 de Novembro de 1928, explosão e grande incêndio na fábrica de panchões Iec Long, na Taipa. O socorro foi prontamente prestado pelo pessoal militar da Aviação Naval, das 6.ª e 50.ª Companhias Indígenas em diligência na Taipa, da Carreira de Tiro e da Polícia de Segurança; aguentaram o combate ao incêndio até chegarem os socorros de Macau, impedindo a propagação a barricas de cloreto de potássio e acudindo aos trabalhadores da fábrica.
Explosão e grande incêndio na fábrica de panchões Iec Long
Tempo: | Após o estabelecimento da RPC em 1949 até 1999 |
Década 1960 | |
Palavra-chave: | Panchões |
Vida social | |
Indústria de panchões |
Fotografia: | Ao Peng |
Fonte: | Ao Peng: Obras Fotográficas de Ao Peng, Macau: Fundação Macau, 2013, p. 27. ISBN 978-99937-1-085-1 |
Fornecedor de trabalho digital: | Ao Peng |
Idioma: | Chinês |
Tipo: | Imagem |
Fotografia | |
Preto e branco | |
Identificador: | p0025216 |
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