Surgimento e mudança da Ribeira Lin Kai de San Kio
Macau e a Rota da Seda: “Macau nos Mapas Antigos” Série de Conhecimentos (I)
Escravo Negro de Macau que Podia Viver no Fundo da Água
Que tipo de país é a China ? O que disseram os primeiros portugueses aqui chegados sobre a China, 1515
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Trata-se de um significativo conjunto de cerca de seis mil folhas manuscritas, cronologicamente situadas, na sua grande maioria, entre meados do século XVIII e a primeira metade da centúria seguinte. A temática desta documentação diz respeito às relações entre as autoridades portuguesas e chinesas a propósito do território de Macau, versando múltiplos e variados temas, no âmbito dos contactos ofic
Após meses de preparação, a caravana constituída por três Mitsubishi Pagero, baptizados com os nomes de Macau, Taipa e Coloane partiram, do simbólico Jardim Camões, em Macau, para o II Raide Macau-Lisboa, no dia 27 de julho de 1990.
Chegamos a ver fotografias antigas de Macau, cujos cenários são irreconhecíveis. Agora o fotojornalista Gonçalo Lobo Pinheiro coloca as fotografias antigas de Macau nos cenários actuais, permitindo-nos viajar nos diferentes tempos ......
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No dia 7 de Junho de 1823, o Conselho Geral, convocado a 5 do mesmo mês e ano, declarou que a cidade não estava a passar por nenhum tumulto, que as eleições de Agosto passado tinham sido tranquilas. Admitiu-se haver uma “raiva geral” contra o Conselheiro Arriaga. Nomeou-se um enviado do Senado para ir a Lisboa na qualidade de Procurador da Cidade (Major Paulino da Silva Barbosa) explicar a situação e para fazer retirar o Comandante de Fragata (enviado pelo Governador de Goa) e toda a guarnição.
No dia 7 de Junho de 1849, o Governador João Maria Ferreira do Amaral mandou prender o inglês Jaime Summers, por este ter recusado a descobrir-se à passagem do Santíssimo, na ocasião da procissão do Corpo de Deus. O capitão de marinha inglesa Henry Keppel, com os seus marinheiros, foi libertar o preso ao Senado, sendo nessa ocasião morto um soldado português. Amaral dispôs-se a atacar os ingleses mas desistiu, a fim de a questão ser resolvida por vias diplomáticas entre Lisboa e Londres. O Ministro inglês Lord Palmerston censurou Keppel e deu a Portugal todas as satisfações.
BALL, B. L. ou BALL, BENJAMIN LINCOLN (1820-1860). Viajante americano, natural de Boston, autor da obra Rambles Eastern Asia, Including China and Manilla, During Several Years’ Residence. With Notes of the Voyage to China, Excursions in Manilla, Hong Kong (Xianggang 香港), Canton (Guangzhou 廣州), Shangai (Shanghai 上海), Ningpoo (Ningbo 寧波), Amoy (Xiamen 廈門), Fouchow (Fuzhou 福州), and Macao (Aomen 澳門), na qual descreve, em forma de cartas para as suas irmãs, a estada em Macau a partir de 28 de Fevereiro de 1850, no solitário e vazio “hotel do Sr. Smith”, que poderá ser a chamada “taberna inglesa” ou um outro hotel próximo da mesma. Da varanda do hotel, o autor avista o Porto Exterior e as diversas embarcações de transporte de mercadorias e passageiros, descrevendo o crescente da Praia Grande, as residências, as tancareiras e as colinas que dão a Macau a aparência da mais bonita cidade já visitada pelo autor. O visitante comunica ainda em Chinese Pidgin English com os cules bagageiros do hotel e participa em saraus musicais cosmopolitas. Descreve também as atitudes e diversões de chineses que avista nas ruas da urbe que é, para os estrangeiros na China, o que Nahant é para os residentes de Boston e onde os comerciantes mantêm uma agência para além da de Hong Kong, vindo também ao enclave para desfrutar do sossego e de ar fresco. O texto informa que a população do território é de quinze mil portugueses, sendo um mistério a fonte da sua subsistência desde que o comércio foi transferido para Hong Kong, pois há mulheres idosas a mendigar perto da Praia Grande. Ball pormenoriza ainda os fortes, os cemitérios católico e protestante, os interiores das igrejas, o jardim do senhor Marques, no qual se encontra a Gruta de Camões, os vendedores e os seus pregões, bem como as mulheres pouco atraentes, cobertas pelas suas saraças semelhantes aos hábitos das freiras (comparação idêntica à de Paul Bonnetain). São também referidos o assassinato do governador Ferreira do Amaral, o episódio da estrada (do Campo) que este último mandara construir e a prisão, em 7 de Junho de 1849, de um jovem inglês, James Summers, que recusara retirar o chapéu durante a procissão católica do Corpus Christi e que é libertado por soldados vindos de Hong Kong, episódio este também descrito no relato da viagem do Comodoro Mathew C. Perry. O autor compara ainda a península de Macau a Boston, enquanto passeia até à Porta da Barreira (Barrier Gate), ou Portas do Cerco, pouco antes de deixar Macau rumo a Java, em 12 de Março. Bibliografia: BALL, B. L., Rambles in Eastern Asia, Including China and Manilla, During Several Years’ Residence, 2.ª edição, (Boston, 1856 [1855]); BALL, B. L., Three Days on the White Mountains; Being the Perilous Adventure of Dr. B. L. Ball on Mount Washington, During October 25, 26, and 27, 1855, (Boston, 1856); SILVA, Maria Teresa Lopes da, Transição de Macau para a Modernidade 1841-1853: Ferreira do Amaral e a Construção da Soberania Portuguesa, (Lisboa, 2002).
No dia 17 de Maio de 1863, nasceu em Macau João Feliciano Marques Pereira, filho de António Feliciano Marques Pereira e de Belarmina Inocênciade Miranda. Ainda criança embarcou para Lisboa, onde estudou no Colégio Luso-Britânico e concluiuo Curso Superior de Letras. Deu continuidade ao trabalho desenvolvido por seu pai, herdando também a sua paixão por Macau e pela presença de Portugal no Extremo Oriente. Optou por seguir uma carreira na administração pública e, em 17 de Maio de 1888, foi nomeado 2.º oficial do Ministério da Marinha e Ultramar. Mais tarde, foi promovido a 1.º oficial e chefe de secção. Professor da Escola Superior Colonial, dedicou uma importante parte do seu tempo ao jornalismo, à semelhança do que já havia feito seu pai. Aliás, foi através dos artigos que publicou que travou as suas mais importantes batalhas políticas em defesa do que considerava serem os interesses de Macau e da presença portuguesa em todo o Extremo Oriente. Colaborou em periódicos como o Jornal do Comércio, A Tribuna, A Luta e a Revista Colonial e Marítima. Em 1899 recuperou o título Ta-Ssi-Yang-Kuo (Daxiyangguo 大西洋國) e começou a editar uma revista, que se manteve até 1903. Nestas páginas divulgou muitos estudos sobre o Oriente e difundiu as suas ideias acerca dos interesses portugueses naquelas paragens. É, sem dúvida, um título de consulta obrigatória para todos aqueles que se dediquem a estudar a história de Macau. Nos finais de 1901, o conselheiro Castelo Branco partiu de Lisboa para a China com a missão de negociar um novo tratado luso-chinês. João Feliciano Marques Pereira acompanhou este processo negocial, em Lisboa, através da imprensa nacional e internacional, e acabou por se envolver na luta política mais importante da sua vida em torno da questão de Macau. Marques Pereira manteve-se firme na defesa das suas ideias sobre a orientação que a diplomacia portuguesa deveria seguir no império chinês. Passou os últimos sete anos da sua vida a influenciar o quotidiano político e governativo de Portugal, tentando condicionar o rumo das relações luso-chinesas. Em Maio de 1903, João Feliciano Marques Pereira ganhava a sua primeira grande batalha política, ao ver o parlamento português recusar a ratificação do tratado negociado por José de Azevedo Castelo Branco. Outras batalhas se seguiram, tentando sempre influenciar o rumo das negociações entre o governo português e chinês. Estava em pleno combate, devido às conferências inter-governamentais, que se realizaram naquele ano em Hong Kong, e que contaram com a presença do General Joaquim José Machado, quando faleceu, no dia 7 de Junho de 1909. Nos dois últimos anos da sua vida, representou Macau no Parlamento, pelas listas do Partido Progressista, liderado na altura por Francisco Joaquim Ferreirado Amaral, filho do governador João Maria Ferreira do Amaral (1846-1849). Homem dedicado ao estudo do Oriente, o trabalho de João Feliciano Marques Pereira foi reconhecido diversas vezes por muitas instituições nacionais e estrangeiras. Foi vogal da Comissão Asiática da Sociedade de Geografia de Lisboa, membro honorário do China Branch da Royal Asiatic Society, titular da Société Asiatique de Paris, sócio efectivo da Société Géografique de Paris e sócio correspondente do Instituto Arqueológico e Geográfico Pernambucano. De sublinharo facto de ter sido agraciado com o Grau de Oficial da Ordem de Santiago, do Mérito Científico, Literário e Artístico. [A.G.D.]Bibliografia: ALVES, Jorge Santos, “Introdução”, in Ta-Ssi-Yang-Kuo 1899-1900, 3 vols., (Macau, 1995); DIAS, Alfredo Gomes, “Ta-Ssi-Yang-Kuo”, in MacaU, (Macau, Outubro de 1997 a Dezembro de 1999); JORJAZ, Jorge, Famílias Macaenses, 3 vols., (Macau, 1996); TEIXEIRA, Padre Manuel, Vultos Marcantes de Macau, (Macau, 1982).
No dia 3 de Abril de 1800, o chinês Chou-Iao, cidadão naturalizado português, da firma Chou-Chun-Shin-Tong, presenteou o governo de Macau com uma bomba de incêndios, o Governador declara que 'é o seu generoso procedimento digno de toda a consideração e elogio, e mais uma prova não só da confiança que a numerosa e importante população chinesa de Macau deposita na autoridade portuguesa, mas também do empenho com que se mostra sempre prompta a cooperar em tudo que pode contribuir para a prosperidade e bem estar da colónia' Por Diploma de 17 de Junho do mesmo ano, foi agraciado com o grau de Cavaleiro da Ordem Militar de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa o senhor Chou-iau, negociante de origem chinesa, naturalizado português e estabelecido em Macau, “em virtude da proposta do Ministro e Secretário de Estado dos Negócios da Marinha e Ultramar, fundada no oferecimento que fez ao Governo da Província de Macau e Timor de uma excelente bomba de incêndios com todos os necessários aprestos, e como testemunho da real munificência”. (Boletim n.º 32 de 7 de Agosto de 1880).
Entre 1893 e 1945, o ensino primário e infantil esteve na dependência directa dos municípios no ex-Ultramar Português. Isto é, na cidade de Macau, estava entregue ao Leal Senado, e nas Ilhas da Taipa e Coloane, ao Conselho Municipal das Ilhas, pois a Câmara só seria criada em 1963. A lei conferia ao Secretário-geral do Governo o cargo de Inspector Provincial de Educação. No entanto, como era o Leal Senado o responsável pelo ensino primário (e infantil) em Macau, este formulou na sessão de 7 de Junho de 1919 um convite ao Inspector do Ensino Primário do Estado da Índia, Manuel Antunes Amor, no sentido de vir trabalhar para Macau. Foi estabelecido, então, com ele um contrato de prestação de serviços, por três anos (1919- 1922), com uma remuneração de $333.33 patacas mensais. Não possuímos elementos suficientes para podermos traçar, com alguma segurança, o perfil desta personalidade. Os dados que colhemos na imprensa escrita, nomeadamente no Semanário O Liberal, durante este período, não são muito abonatórios a seu respeito. Mas isso deve-se também ao editor e proprietário deste periódico, Constâncio José da Silva, um advogado, jornalista, musicólogo, professor e homem público, que era possuidor de um temperamento bastante radical. Basta consultar anteriores jornais que dirigiu, como é o caso de A Verdade, entre 1909 e 1911, e outros que se seguiram, para ver que assim era. Sobre este pedagogo sabemos que, em 1904, publicou na Revista Pedagógica “O Professor actual eo mestre-escola antigo”, citado por Nóvoa e, em 1910, editou A Cartilha Moderna. Como Lili e Lulu foram educados no primeiro anno da escola. Methodo logographico analytico-synthetico, vols. I e II. Segundo o Semanário O Liberal, de 28 de Maio de 1921, esta cartilha era um método de leitura, em que o citado inspector pretendia com o seu método revolucionar as nossas escolas contra o espirito de rotina, e insuflar-lhes uma alma nova, enchendo-as de luz e alegria. Refere o dito periódico ironicamente, que o sábio reformador diz que “a maneira de ensinar e educar em Portugal, com que se gasta muita paciencia e pouca sciencia, está meio seculo, pelo menos, atrazada da que actualmente empregam as nações mais civilizadas”. Admira-se O Liberal como éque este método era o único capaz de reformar a educação e o ensino em Portugal,e não fora introduzido 11 anos após a sua publicação. Na verdade, a sua cartilha teve uma importância maior do que Constâncio José da Silva quis fazer crer. Em 1910, Manuel Antunes Amor exercia a docência na Escola Primária da freguesia de Rossio ao Sul do Tejo, concelho de Abrantes, tendo pedido uma licenças em vencimento por 60 dias, que lhe foi concedida a partir de 1 de Maio, segundo o Despacho de 11 de Maio de 1910, publicado no Diário do Governo n.º 104, de 13 de Maio de 1910. Provavelmente, terá seguido para a Alemanha onde completaria a sua formação pedagógica. Seja como for, Manuel Antunes Amor rumou, posteriormente, para o Estado da Índia, em data que não conseguimos precisar, tendo sido nomeado Inspector do Ensino Primário do Estado da Índia, por Portaria Provincial n.º 276, de 20 de Junho de 1916, no concurso documental aberto para esse feito. Antunes Amor ocupou efectivamente este cargo até, pelo menos, 4 de Fevereiro de 1919. Nessa data ainda assina a lista dos livros da Biblioteca Pedagógica, existente na Repartição de Inspecção Primária, conforme se pode verificar no Boletim Oficial do Estado da Índia. n.º 11, de 7 de Fevereiro de 1919, p.114. A 13 de Março já é o Director da Escola Normal de Nova Goa, Lourenço Henriques, que assina, como Inspector interino do Ensino Primário. Sabemos também que, ainda na Índia, Antunes Amor foi censurado pelo Governador Geral daquele Estado, por Portaria n.º148, de 19 de Julho de 1918, por não apresentar a tempo um relatório, acompanhado de uns mapas que tinham de ser preenchidos pelos professores. Amor recorreu deste despacho para o Conselho Colonial, mas o acórdão deste, de 5 de Julho de 1920, foi-lhe desfavorável, conforme se ver no Diário do Governo, n.º 218, II.ª Série, de 4 de Outubro de 1920, pp.3793-3794. Este acórdão foi transcrito na íntegra pelo Semanário O Liberal, n.º 34, de 18 de Dezembro de 1920. Em Outubro de 1919, já se encontrava ao serviço do Leal Senado, como Superintendente das Escolas Municipais. Em 1920, apresenta um projecto de Regulamento do Ensino Primário Municipal de Macau, bastante criticado pelo O Liberal, de 27 de Novembro de 1920 prolongando-se em autêntico folhetim nos números 32, 33 e 34, respectivamente de 4, 11 e 18 de Dezembro de 1920, nas primeiras páginas, que afirma que o meio utilizado era a reforma do ensino primário, numa altura em que o pessoal docente era pouco submisso a Antunes Amor, e que o fim era a criação de uma Inspecção de Instrução Primária, para que este fiscalizasse e dirigisse esse ensino para pôr na ordem esses professores rebeldes, obrigando-os a prestar o devido culto à divinda de pedagogica municipal. Em 12 de Fevereiro de 1921, o mesmo jornal, referindo-se ao Amoroso Projecto, diz parecer-lhe que o mesmo não seria aprovado tão cedo. Em Outubro de 1919, o Leal Senado cria uma Escola Pedagógica para formar professores, publicada no Boletim Oficial de Macau n.º 49, de 5 de Dezembro de 1921. Embora a data da sua criação coincida com a chegada de Antunes Amor a Macau, não temos garantias de ter sido ele o autor do projecto. No entanto, pode ter acontecido haver um acordo prévio com este, ainda na Índia, estando a sua contratação relacionada com a materialização do mesmo. Segundo Rui Simões, havia entre os republicanos de Macau, a sensação de que os professores não morriam de amores pela causa ou eram, pura e simplesmente, indiferentes. Daí a necessidade de criarem uma Escola Pedagógica para formarem docentes com um ideário republicano. Parece-nos, contudo, que, para além desta razão, existia a necessidade de se formar em professores devidamente qualificados para a docência primária, pois vemos, por exemplo, Constâncio José da Silva, um advogado, com o professor da 3.ª Classe da Escola Central do sexo masculino. E não é caso único. Seja como for, dispomos de poucos elementos sobre esta instituição. Apenas sabemos que funcionou numa sala da Escola Central do sexo masculino, antes de 19 de Novembro de 1919, de acordo com o Livro de Correspondência expedida da Escola Central do sexo masculino/ Escola Primária Municipal Pedro Nolasco da Silva com o Leal Senado de Macau, de 1918-1933. Em 1920, Antunes Amor colabora com um cartaz, na Feira Escolar, realizada no Tap Seac (Tasha 塔石), organizada pelo Professor do Liceu de Macau, Fernando Lara Reis, para angariamento de fundos para a Caixa Escolar, reproduzido pelo O Liberal, de 8 de Janeiro de 1921, embora pouco visível. Na sessão do Leal Senado, de 21 de Maio de 1921, é-lhe deferido um requerimento, em que Antunes Amor pede autorização para gozar as férias de Verão desse ano (Julho e Agosto) no Norte da China e no Japão. Parece-nos, contudo, que Antunes Amor não conseguiu a projectada revolução do ensino primário de Macau, segundo os ditames da sua Cartilha Moderna, até porque só esteve no cargo três anos. No entanto, segundo Rui Simões, foi ele que introduziu em Macau a aula de 50 minutos, com 10 minutos de intervalo, inicialmente aprovada pelo Leal Senado. No Relatório da Superintendência das Escolas Municipais de Macau, de 22 de Outubro de 1919, Antunes Amor afirma que os recreios de hora a hora são absolutamente necessários, quer para a disciplina, quer para a higiéne escolar, isto é, não só para os alunos estarem socegados e prestarem a devida atenção às lições, como ainda para não respirarem por longo tempo a atmosfera viciada da aula, cujo ar deve ser renovado, pelas janelas abertas, durante os intervalos de descanço. A carta dos professores da Escola Central do Sexo Masculino, registada no Leal Senado em 21 de Setembro de 1919, transcrita por Simões, solicita à Câmara autorização para que haja apenas um intervalo de manhã (10h45m – 11h) e outro à tarde (2h 30m -2h 45m), o que lhes foi concedido, contra a opinião do Superintendente. Após ter prestado serviço em Macau, Antunes Amor foi de licença graciosa a Portugal, concedida pelo Governador-geral da Índia, por Portaria Provincial n.º 1025, de 14 de Outubro de 1922, com início a 22 de Outubro, por sete meses e um dia. Por esse facto é substituído na inspecção primária da Índia, por António Alves Prudente. No entanto, deve ter seguido para Portugal muito antes, na medida em que temos a informação de que, em princípios de Maio desse ano, Exibiu-se no Cinematografo Macau [Lisboa] destinado à exposição do Rio de Janeiro uma fita com imagens de Macau, conforme notícia do semanário A Opinião, de 11 de Maio de 1922. [A.B.] Bibliografia: Boletins Oficiais do Estado da Índia de 1922; NÓVOA, António,“Do Mestre-Escola ao Professor do Ensino Primário: Subsídios para a História da Profissão Docente em Portugal (Séculos XV-XX)”, in Análise Psicológica, n.° 3 (V), (1987), pp.413-440; SERRÃO, Joel; MARQUES, A H de Oliveira, (coords.), Nova História de Portugal, (1991); SIMÕES, Rui, “Os Discursos sobre a Instrucção dos Macaenses: da Monarquia à República”, in População e Desenvolvimento em Macau, (Macau, 1994).
No dia 7 de Junho de 1924, é estabelecida na ilha de Coloane uma “Colónia Penal para condenados vindos de Timor, chineses ou indígenas de outras colónias portuguesas e estrangeiras, condenados pelos Tribunais desta Comarca a degredo ou outras penas, por mais de 15 dias”. Aos condenados que tiverem cumprido dois anos de pena poderá, caso tenham tido exemplar comportamento, ser concedida pelo Governador, gratuitamente, qualquer posição de terreno a fim de o cultivar por sua conta (artigos 48° e 49°),“passando assim à qualificação de colono com direito a ajuda material, enquanto ela for merecida e justificável”. Diploma Legislativo n.° 24, B.O. n.° 23.
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