Bibliografia: TEIXEIRA, Padre Manuel, Macau e a sua Diocese, 16 vols., (Macau, 1940-1979); SILVA da, Beatriz Bastos, Cronologia da História de Macau, 5 vols., (Macau, 1992-1998).
Informações relevantes
Data de atualização: 2023/05/17
Surgimento e mudança da Ribeira Lin Kai de San Kio
Macau e a Rota da Seda: “Macau nos Mapas Antigos” Série de Conhecimentos (I)
Escravo Negro de Macau que Podia Viver no Fundo da Água
Que tipo de país é a China ? O que disseram os primeiros portugueses aqui chegados sobre a China, 1515
Data de atualização: 2023/05/17
Esta instituição educativa remonta a 1947 e começou a leccionar também em período pós-la-boral. Terminada a II Guerra Mundial, em 1945, Macau tinha cerca de 100.000 habitantes, dos quais 12.000 eram estudantes, muito abaixo dos 20.000 que já tivera antes do início da Guerra. Findo o conflito, muitos jovens não tinham escola, e a maioria dos empregados do comércio carecia de qualificações académica se técnico-profissionais. Não lhes faltava, contudo, vontade de estudar e de aprender nas poucas horas livres de que dispunham. Por outro lado, a Associação Comercial de Macau pretendia desenvolver a actividade económica e, para isso, julgou necessário elevar o nível de qualificações dos empregados neste ramo de actividade. Por isso, resolveu criar uma classe de estudo de mandarim, que instalou na sua sede, no Largo do Leal Senado. Esta iniciativa daria origem, no Outono de 1954, à Escola Secundária Nocturna Seong Fan (Shangxun Ye Zhongxue 商訓夜中學). [A.B.] Bibliografia: Educação e Juventude, ano V, n.;° 12 (Macau, 1998).
ESCOLA SECUNDÁRIA NOCTURNA SEONG FAN
A primeira escola luso-chinesa de que temos conhecimento surge entre 29 de Novembro e 21 de Dezembro de 1797, sob a direcção do Leal Senado, tendo como professor o P. Rodrigo da Madre de Deus. Ignoramos quando terá deixado de funcionar. Em 21 de Abril de 1868 foi criada uma escola primária gratuita, de ensino da língua portuguesa, para o sexo masculino da população chinesa, denominada Escola de Português para Chinas. Foi nomeado professor interino dessa Escola o padre bilingue Carlos José da Paz, em 17 de Fevereiro de 1873, com ordenado pago pelo Seminário de S. José. A inauguração desta Escola realizou-se em 10 de Março, com apresença do professor do Seminário João Albino Costa Cabral, Vogal do Conselho Inspector de Instrução Pública e responsável pela fiscalização das Escolas de Macau. Esta Escola foi suspensa em 1875, pelo Governador Lobo d’Ávila, devido ao estado de ruína do edifício do Leal Senado, vítimados tufões de 1874 e 1875. Seja como for, esta Escola ou outra do mesmo tipo aparece-nos sedeada na Rua de S. José n.º 1, em Outubro de 1883, regida pelo professor Manuel Paes S. Castro. O seu ensino é gratuito, tendo os alunos pobres direito a livros e material por conta da Fazenda Pública. O ano lectivo principiou em 22 de Outubro, sendo as aulas ministradas das 9.30H às 14.00H. Em 1887 funcionava uma Aula de Português para Chinas no Seminário de S. José. Frequentavam-na, nessa altura, 30 alunos, divididos por três classes, leccionadas pelo professor José Vicente Pereira. Passou a denominar-se Escola D. Carlos, visto as suas instalações, construídas de raiz, terem sido inauguradas em 28 de Setembro de 1886. Localizava-se na Horta dos Parses. A sua frequência era baixa, pelo menos durante a primeira década do século XX, situação quese manteria até ao seu encerramento definitivo em 1919. Nessa altura, encontrava-se instalada no denominado quartel velho, que foi destinado a aquartelamento da Banda Municipal. O professor e o prefeito desta escola passaram para a Escola Central do sexo masculino. A extinção da Aula de Português para Chinas coincide com a entrada em funcionamento do ensino primário municipal luso-chinês. I – Ensino Municipal Luso-Chinês (1919-1945). Em 11 de Junho de 1919 são criadas duas Escolas Primárias Luso-Chinesas, a cargo do Leal Senado. Estas Escolas abriram as suas portas em Setembrodesse ano. A Escola Primária Luso-Chinesa do sexo feminino passou a funcionar num prédio particular na Rua da Sé. Em 1923, encontrava-se instalada na Rua Central, nos baixos do edifício da Escola Infantil. Passando em 1933 para a Rua da Praia Grande, onde antes esteve a Escola SônSat. Daí instalou-se na Calçada do Gamboa. A Escola Primária Luso-Chinesa do sexo masculino sedeou-se inicialmente na Rua da Sé, n.19, passando depois para a Rua da Praia Grande n. 33. A partir de 5 de Outubro de 1939 passaram ambas a ocuparum único edifício, construído de raiz, na Avenida Sidónio Pais .A partir de 1946, todo o ensino municipal transitou para a tutela do Governo de Macau, passando a designar-se Escolas Primárias Oficiais Luso-Chinesas. II–Ensino Oficial Luso-Chinês (1946-1990). Há quem perfilhe da opinião que o Ensino Oficial Luso-Chinês só se iniciou em 1946, altura em que passou para o controlo directo do Governo de Macau. Pelos seus Regulamentos, podemos visualizar as alterações que o ensino luso-chinês foi apresentando ao longo do tempo.“Dar às crianças chinesas o conhecimento das línguas portuguesa e chinesa, e possibilitar o seu ingresso no grau complementar das escolas primárias oficiais”(Regulamentos de 1946 e 1966).“Dar às crianças chinesas a formação correspondente ao ensino primário chinês e um conhecimento básico da língua portuguesa, visando ainda o prosseguimento de estudos no ensino secundário oficial português, se o desejar em”(Regulamento de 1977).“Proporcionar a formação dos alunos em língua chinesa, correspondente aos diferentes níveis de educação e ensino, garantindo-se, em paralelo, o ensino da língua portuguesa, como língua estrangeira”(Alterações de 1990 do Regulamento de 1977). Mas, até 1985, o ensino luso-chinês limitou-se ao nível primário. Só a partir desta data surgiu o Ensino Secundário Luso-Chinês, possibilitando-se a continuação dos estudos no mesmo subsistema de ensino. O plano de estudos do ensino luso-chinês, de quatro anos, era inicialmente constituído por dois currículos, o português e o chinês, cada um deles com sete disciplinas que se equivaliam: Português (Literatura Nacional Chinesa), Aritmética e Geometria (Aritmética e Ábaco), Narrações da História de Portugal (Lições de Coisas), Noções gerais de Geografia (Rudimentos de Geografia da China), Desenho eTrabalhos Manuais (Trabalhos Manuais), Canto Coral e Ginástica. Evoluiu posteriormente para um tronco comum, comumavertente mais chinesa, sendo o seu ensino, feito nesta língua, ministrado durante um período de sete anos, sendo um pré-escolar (Regulamento de 1977). Contudo, a aprovação na 3.ª classe de língua portuguesa con- dicionava a obtenção do diploma do curso primário chinês. A partir de 1990, o ensino luso-chinês passou a compreender três níveis: a educação pré-escolar, de um ano, a primária, de seis anos, cuja disciplina de língua portuguesa sofrera alterações em 1987, e um ensino secundário inspirado no modelo curricular português, com um ano pré-universitário. Devido aos maus resultados em língua portuguesa, optou-se por um currículo completamente chinês, tendo anexo um curso de língua portuguesa. Quanto ao processo de avaliação, só o Regulamento de 1977 fala dela, relativamente ao ensino primário. Esta processava-se ao longo do ano lectivo, através de provas periódicas. No final do ano, realizavam-se provas de passagem de classe e de exame. Não poderia obter diploma do curso primário chinês o aluno que não obtivesse aprovação, pelo menos, na 3.ª classe de língua portuguesa, durante três anos consecutivos na mesma classe. Mantêm-se em vigor as normas sobre avaliação no ensino luso-chinês, constantes do Despacho n.º 22/SAESAS/88, de 11 de Julho, e também as do curso de língua portuguesa. Este modelo pressupõe uma avaliação autónoma das componentes chinesa e portuguesa do currículo do ensino luso-chinês. O resultado da avaliação em língua portuguesa, que deixou de condicionar o acesso aos diplomas ou certificados, conferia a passagem de um certificado específico de língua portuguesa. No tocante à divisão do ano lectivo luso-chinês, até 1977, dividia-se em três períodos. Só nas alterações de 1990 do Regulamento de 1977 se consagra a divisão em dois semestres, que já vinha da década de 80, terminando o 1.º semestre nas vésperas do Ano Novo Chinês. Pelos Regulamentos de 1966, o corpo do cente passou a constituir um quadro próprio dentro dos Serviços de Educação. Os professores de Língua Portuguesa das escolas luso-chinesas tinham de ser diplomados por uma Escola do Magistério Primário Oficial, tendo de fazer prova de conhecimento da língua chinesa (dialecto cantonense). Aos professores de Língua Chinesa exigia-se o curso do magistério de qualquer escola chinesa, sendo a graduação para ingresso no quadro feito através de provas práticas, embora o reconhecimento desses cursos só tivesse sido possível muito mais tarde, devido à dificuldade em encontrar um paralelismo pedagógico entre os Cursos do Magistério Primário portugueses e, por exemplo, o Curso do Magistério Primário Chinês, que era leccionado na Colégio de S. José de Macau. A mobilidade dentro do sistema de ensino limitava-se ao mesmo modelo e nível de ensino. Eram ainda aceites transferências de alunos provenientes de escolas particulares chinesas, mas só nas classes pré-primária, primeira e segunda, frequentando os alunos transferidos imediatamente a classe de Português, correspondente ao seu nível de conhecimento desta língua. Estas transferências só eram autorizadas durante o primeiro período lectivo. [A.B.] Bibliografia: BARATA, Aureliano, Ensino em Macau, 1572-1979, (Macau, 1999).
ENSINO LUSO-CHINÊS EM MACAU
No dia 3 de Novembro de 1858, o Governador Isidoro Guimarães, em cumprimento das Portarias Nos. 44 e 50, de 27 de Abril de 1857 e de 23 de Junho de 1958 [1858?], do Ministro da Marinha e Ultramar, determina e manda pôr em execução a reunião da Escola Principal, até aí a cargo do Leal Senado, com o Seminário Diocesano. O dinheiro a juros e lotarias continuam a ser administrados pelo Senado, para benefício da Escola, e os proventos directos desta serão entregues ao Reitor do Seminário, que deverá dar conta, anualmente, ao Governo, sobre a aplicação geral dos dinheiros ao rendimento da Escola. Se sobrar dinheiro, deverá reverter ao capital. Mas só depois de gasto o necessário com a resposta pedagógica e didáctica de que o Reitor é também responsável, criando cadeiras que possam ser úteis à mocidade de Macau, que geralmente se destina ao comércio e navegação.
Reunião da Escola Principal
Entre 1893 e 1945, o ensino primário e infantil esteve na dependência directa dos municípios no ex-Ultramar Português. Isto é, na cidade de Macau, estava entregue ao Leal Senado, e nas Ilhas da Taipa e Coloane, ao Conselho Municipal das Ilhas, pois a Câmara só seria criada em 1963. A lei conferia ao Secretário-geral do Governo o cargo de Inspector Provincial de Educação. No entanto, como era o Leal Senado o responsável pelo ensino primário (e infantil) em Macau, este formulou na sessão de 7 de Junho de 1919 um convite ao Inspector do Ensino Primário do Estado da Índia, Manuel Antunes Amor, no sentido de vir trabalhar para Macau. Foi estabelecido, então, com ele um contrato de prestação de serviços, por três anos (1919- 1922), com uma remuneração de $333.33 patacas mensais. Não possuímos elementos suficientes para podermos traçar, com alguma segurança, o perfil desta personalidade. Os dados que colhemos na imprensa escrita, nomeadamente no Semanário O Liberal, durante este período, não são muito abonatórios a seu respeito. Mas isso deve-se também ao editor e proprietário deste periódico, Constâncio José da Silva, um advogado, jornalista, musicólogo, professor e homem público, que era possuidor de um temperamento bastante radical. Basta consultar anteriores jornais que dirigiu, como é o caso de A Verdade, entre 1909 e 1911, e outros que se seguiram, para ver que assim era. Sobre este pedagogo sabemos que, em 1904, publicou na Revista Pedagógica “O Professor actual eo mestre-escola antigo”, citado por Nóvoa e, em 1910, editou A Cartilha Moderna. Como Lili e Lulu foram educados no primeiro anno da escola. Methodo logographico analytico-synthetico, vols. I e II. Segundo o Semanário O Liberal, de 28 de Maio de 1921, esta cartilha era um método de leitura, em que o citado inspector pretendia com o seu método revolucionar as nossas escolas contra o espirito de rotina, e insuflar-lhes uma alma nova, enchendo-as de luz e alegria. Refere o dito periódico ironicamente, que o sábio reformador diz que “a maneira de ensinar e educar em Portugal, com que se gasta muita paciencia e pouca sciencia, está meio seculo, pelo menos, atrazada da que actualmente empregam as nações mais civilizadas”. Admira-se O Liberal como éque este método era o único capaz de reformar a educação e o ensino em Portugal,e não fora introduzido 11 anos após a sua publicação. Na verdade, a sua cartilha teve uma importância maior do que Constâncio José da Silva quis fazer crer. Em 1910, Manuel Antunes Amor exercia a docência na Escola Primária da freguesia de Rossio ao Sul do Tejo, concelho de Abrantes, tendo pedido uma licenças em vencimento por 60 dias, que lhe foi concedida a partir de 1 de Maio, segundo o Despacho de 11 de Maio de 1910, publicado no Diário do Governo n.º 104, de 13 de Maio de 1910. Provavelmente, terá seguido para a Alemanha onde completaria a sua formação pedagógica. Seja como for, Manuel Antunes Amor rumou, posteriormente, para o Estado da Índia, em data que não conseguimos precisar, tendo sido nomeado Inspector do Ensino Primário do Estado da Índia, por Portaria Provincial n.º 276, de 20 de Junho de 1916, no concurso documental aberto para esse feito. Antunes Amor ocupou efectivamente este cargo até, pelo menos, 4 de Fevereiro de 1919. Nessa data ainda assina a lista dos livros da Biblioteca Pedagógica, existente na Repartição de Inspecção Primária, conforme se pode verificar no Boletim Oficial do Estado da Índia. n.º 11, de 7 de Fevereiro de 1919, p.114. A 13 de Março já é o Director da Escola Normal de Nova Goa, Lourenço Henriques, que assina, como Inspector interino do Ensino Primário. Sabemos também que, ainda na Índia, Antunes Amor foi censurado pelo Governador Geral daquele Estado, por Portaria n.º148, de 19 de Julho de 1918, por não apresentar a tempo um relatório, acompanhado de uns mapas que tinham de ser preenchidos pelos professores. Amor recorreu deste despacho para o Conselho Colonial, mas o acórdão deste, de 5 de Julho de 1920, foi-lhe desfavorável, conforme se ver no Diário do Governo, n.º 218, II.ª Série, de 4 de Outubro de 1920, pp.3793-3794. Este acórdão foi transcrito na íntegra pelo Semanário O Liberal, n.º 34, de 18 de Dezembro de 1920. Em Outubro de 1919, já se encontrava ao serviço do Leal Senado, como Superintendente das Escolas Municipais. Em 1920, apresenta um projecto de Regulamento do Ensino Primário Municipal de Macau, bastante criticado pelo O Liberal, de 27 de Novembro de 1920 prolongando-se em autêntico folhetim nos números 32, 33 e 34, respectivamente de 4, 11 e 18 de Dezembro de 1920, nas primeiras páginas, que afirma que o meio utilizado era a reforma do ensino primário, numa altura em que o pessoal docente era pouco submisso a Antunes Amor, e que o fim era a criação de uma Inspecção de Instrução Primária, para que este fiscalizasse e dirigisse esse ensino para pôr na ordem esses professores rebeldes, obrigando-os a prestar o devido culto à divinda de pedagogica municipal. Em 12 de Fevereiro de 1921, o mesmo jornal, referindo-se ao Amoroso Projecto, diz parecer-lhe que o mesmo não seria aprovado tão cedo. Em Outubro de 1919, o Leal Senado cria uma Escola Pedagógica para formar professores, publicada no Boletim Oficial de Macau n.º 49, de 5 de Dezembro de 1921. Embora a data da sua criação coincida com a chegada de Antunes Amor a Macau, não temos garantias de ter sido ele o autor do projecto. No entanto, pode ter acontecido haver um acordo prévio com este, ainda na Índia, estando a sua contratação relacionada com a materialização do mesmo. Segundo Rui Simões, havia entre os republicanos de Macau, a sensação de que os professores não morriam de amores pela causa ou eram, pura e simplesmente, indiferentes. Daí a necessidade de criarem uma Escola Pedagógica para formarem docentes com um ideário republicano. Parece-nos, contudo, que, para além desta razão, existia a necessidade de se formar em professores devidamente qualificados para a docência primária, pois vemos, por exemplo, Constâncio José da Silva, um advogado, com o professor da 3.ª Classe da Escola Central do sexo masculino. E não é caso único. Seja como for, dispomos de poucos elementos sobre esta instituição. Apenas sabemos que funcionou numa sala da Escola Central do sexo masculino, antes de 19 de Novembro de 1919, de acordo com o Livro de Correspondência expedida da Escola Central do sexo masculino/ Escola Primária Municipal Pedro Nolasco da Silva com o Leal Senado de Macau, de 1918-1933. Em 1920, Antunes Amor colabora com um cartaz, na Feira Escolar, realizada no Tap Seac (Tasha 塔石), organizada pelo Professor do Liceu de Macau, Fernando Lara Reis, para angariamento de fundos para a Caixa Escolar, reproduzido pelo O Liberal, de 8 de Janeiro de 1921, embora pouco visível. Na sessão do Leal Senado, de 21 de Maio de 1921, é-lhe deferido um requerimento, em que Antunes Amor pede autorização para gozar as férias de Verão desse ano (Julho e Agosto) no Norte da China e no Japão. Parece-nos, contudo, que Antunes Amor não conseguiu a projectada revolução do ensino primário de Macau, segundo os ditames da sua Cartilha Moderna, até porque só esteve no cargo três anos. No entanto, segundo Rui Simões, foi ele que introduziu em Macau a aula de 50 minutos, com 10 minutos de intervalo, inicialmente aprovada pelo Leal Senado. No Relatório da Superintendência das Escolas Municipais de Macau, de 22 de Outubro de 1919, Antunes Amor afirma que os recreios de hora a hora são absolutamente necessários, quer para a disciplina, quer para a higiéne escolar, isto é, não só para os alunos estarem socegados e prestarem a devida atenção às lições, como ainda para não respirarem por longo tempo a atmosfera viciada da aula, cujo ar deve ser renovado, pelas janelas abertas, durante os intervalos de descanço. A carta dos professores da Escola Central do Sexo Masculino, registada no Leal Senado em 21 de Setembro de 1919, transcrita por Simões, solicita à Câmara autorização para que haja apenas um intervalo de manhã (10h45m – 11h) e outro à tarde (2h 30m -2h 45m), o que lhes foi concedido, contra a opinião do Superintendente. Após ter prestado serviço em Macau, Antunes Amor foi de licença graciosa a Portugal, concedida pelo Governador-geral da Índia, por Portaria Provincial n.º 1025, de 14 de Outubro de 1922, com início a 22 de Outubro, por sete meses e um dia. Por esse facto é substituído na inspecção primária da Índia, por António Alves Prudente. No entanto, deve ter seguido para Portugal muito antes, na medida em que temos a informação de que, em princípios de Maio desse ano, Exibiu-se no Cinematografo Macau [Lisboa] destinado à exposição do Rio de Janeiro uma fita com imagens de Macau, conforme notícia do semanário A Opinião, de 11 de Maio de 1922. [A.B.] Bibliografia: Boletins Oficiais do Estado da Índia de 1922; NÓVOA, António,“Do Mestre-Escola ao Professor do Ensino Primário: Subsídios para a História da Profissão Docente em Portugal (Séculos XV-XX)”, in Análise Psicológica, n.° 3 (V), (1987), pp.413-440; SERRÃO, Joel; MARQUES, A H de Oliveira, (coords.), Nova História de Portugal, (1991); SIMÕES, Rui, “Os Discursos sobre a Instrucção dos Macaenses: da Monarquia à República”, in População e Desenvolvimento em Macau, (Macau, 1994).
ESCOLAS MUNICIPAIS DE MACAU
O ensino superior em Macau é paradoxalmente muito antigo e muito recente. Antigo porque é em Macau que, no século XVI, é criada a primeira universidade de características europeias no Oriente – o Colégio Universitário de São Paulo. É este Colégio, cujo corpo do cente é constituído por missionários, na maior parte jesuítas, que vai permitir que Macau, nos séculos XVI e XVII, seja um ponto de encontro de diferentes culturas do Extremo Ocidente e do Extremo Oriente. É um lugar onde os viajantes adquirem a nova experiência de viverem no mesmo lugar diferentes padrões de comportamento ocidentais e orientais. É também um lugar onde os ocidentais são introduzidos no mundo cultural oriental (língua, costumes, hábitos) e onde, também, os povos da Ásia de Sudeste tomam contacto com a Europa católica romana e latina, aprendendo latim, música e costumes do Ocidente. A ciência, a tecnologia e a filosofia ocidentais foram introduzidas na China, directa ou indirectamente, através de Macau, pelos jesuítas. O Colégio Universitário de São Paulo era também um centro de intercâmbio linguístico, um verdadeiro laboratório de línguas e tradução. É através de Macau, também, que a tipografia de tipo ocidental é difundida, imprimindo em latim, em português e em chinês. Este projecto científico e cultural global foi abruptamente interrompido, nos finais do século XVIII, por imposição do poder político português da altura, fortemente anti-jesuíta. Somente duzentos anos depois é que Macau tem uma nova universidade – a Universidade da Ásia Oriental, criada em 1981. Na verdade, esta universidade, até à sua aquisição pelo governo de Macau em 1988, era em tudo uma universidade de Hong Kong: no seu financiamento, nos seus currículos, nos seus docentes e nos seus alunos, apenas com a particularidade de operar em Macau. Em 1988, o governo de Macau compra a Universidade da Ásia Oriental e num momento muito particular na história contemporânea de Macau – o início do período de transição, ou seja, após a assinatura da Declaração Conjunta Luso-Chinesa, em Abril de1987. É por esta razão que se diz que o ensino superior em Macau é muito recente. A Universidade da Ásia Oriental foi formalmente extinta em 1991 e deu lugar a três instituições de ensino superior: duas públicas – a Universidade de Macau e o Instituto Politécnico de Macau, em 1991; e uma privada – a Universidade Aberta Internacional da Ásia (Macau), em 1992. Dez anos depois, a realidade do ensino superior em Macau é esta: existem quatro instituições públicas de ensino superior e sete de ensino privado. As instituições públicas de ensino superiorsão: A Universidade de Macau uma instituição pública com 5 Faculdades: a) a Faculdadede Gestão de empresas; b) a Faculdade de Ciências da Educação; c) a Faculdade de Direito; d) a Faculdade de Ciências e Tecnologia; e) a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, que passou a integrar, no ano 2000, os antigos Instituto de Estudos Portugueses e Instituto de Estudos Chineses. A Universidade de Macau tem também duas unidades académicas: o Centro de Estudos Pré-Universitários e o Centro de Educação Permanente e de Programas Especiais. As línguas de ensino são a inglesa, a chinesa e a portuguesa. O Instituto Politécnico de Macau é outra das instituições públicas de ensino superior com sete escolas superiores: a) a Escola Superior de Ciências Empresarias; b) a Escola Superior de Línguas e Tradução; c) a Escola Superior de Administração Pública; d) a Escola Superior de Educação Física e Desportos; e) a Escola Superior de Artes; f ) a Escola Superior de Saúde; g) a Academia do Cidadão Sénior. O Instituto Politécnico de Macau tem ainda o Centro de Formação Contínua e Projectos Especiais. As línguas de ensino são a chinesa, a portuguesa, e a inglesa, sendo utilizada a variante regional da língua chinesa – o cantonês. O Instituto de Formação Turística, criado em 1995, é também uma instituição pública que oferece dois cursos de licenciatura, um em Gestão Hoteleira e outro em Turismo. A partir da conclusão do terceiro ano destes cursos, os alunos obtêm o diploma de bacharel. A língua de ensino é a inglesa. A Escola Superior das Forças de Segurança de Macau é , obviamente, também uma instituição pública dedicada a formar os oficiais superiores das Forças de Segurança de Macau. Através dos cursos de formação de oficiais, esta Escola Superior confere o grau de licenciado em Ciências Policiais e em Engenharia de Protecção e Segurança, respectivamente nas especialidades de Polícia de Segurança Pública, Polícia Marítima e Fiscal, e Sapadores Bombeiros. As instituições privadas de ensino superiorsão: A Universidade Aberta Internacional da Ásia, criada a partir do Instituto Aberto da então Universidade da Ásia Oriental.Tem quatro áreas de programas: de Estudos Portugueses; de Estudos Chineses; de Estudos Ingleses; e de Estudos de Mestrado. Esta universidade oferece programas de ensino conferentes de mestrado, de licenciatura, de bacharelato, de diploma e de certificado. As línguas de ensino são a inglesa, a chinesa e a portuguesa. O Instituto de Estudos Europeus de Macau, criado em 1995, realiza cursos de mestrado em Estudos Europeus, em colaboração com a Universidade de Macau, bem como o curso de Gestão das Artes, em colaboração com o Instituto Politécnico de Macau, conferente de diploma, e cursos intensivos sobre temáticas no âmbito da União Europeia e da Região Sudeste da Ásia. A língua de ensino é a inglesa. O Instituto Inter-Universitário de Macau é uma instituição privada ligada à Universidade Católica de Portugal, e tem três Escolas Superiores: a de Gestão, a de Educação e a de Tecnologias da Informação. Estas escolas superiores oferecem programas de certificado, de diploma, de licenciatura, de pós-graduação, de mestrado e de doutoramento. A línguade ensino é a língua inglesa. A Universidade de Ciência eTecnologia, criada em 2000, tem quatro faculdades: a de Direito, a de Medicina Chinesa, a de Gestão e Administração, e a Faculdade de Tecnologia da Informação. A língua de ensino é a chinesa. A Universidade das Nações Unidas, com sede em Tóquio, promove investigação e formação académica em áreas como a Paz; a Boa Governação; o Ambiente; o Desenvolvimento Sustentado; a Ciência, Tecnologia e Sociedade. Em Macau tem uma delegação, o Instituto Internacional de Tecnologia de Software, que tem como objectivo desenvolver com as universidades projectos de investigação e de formação no domínio da ciência informática. A língua de ensino e de trabalho é a inglesa. O Instituto de Enfermagem Kiang Wu de Macau , criada em 1999, oferece o curso superior de enfermagem. A língua de ensino é a chinesa, na sua variante, a cantonense. O Instituto de Gestão de Macau, criado em 1984, mas apenas reconhecido como estabelecimento de ensino superior em 2000, oferece cursos conferentes de diploma em Gestão de Empresas, em Contabilidade, e em Relações Públicas e Publicidade. Oferece também cursos de certificado. As línguas de ensino são a inglesa e a chinesa. [R.R.] Bibliografia: APARÍCIO, Armando Manuel da Silva, “A ESFSM no Contexto do Ensino Universitário do Território”, in Administração, n.° 22, (Macau, 1993), pp.865-884; BARRETO, Luís Filipe, “Os caminhos do Instituto de Estudos Portugueses da Universidade de Macau”, in Administração, n.°22, (Macau, 1993), pp.885-889; BARRETO, Luís Filipe, “A dinâmica Cultural de Macau, c.1560-c.1660”, in Macau, n.° 58, (Macau, 1997), pp.42-56; DIAS, Luiz de Oliveira,“Realidades e Perspectivas do Ensino Superior em Macau”, in Administração, n.° 22, (Macau, 1993), pp.857-863; GAES, Universidade de Macau, Legislação, (Macau, 1996); GAES, Instituto Politécnico de Macau, Legislação, (Macau,1995); GAES, Legislaçãodo Ensino Superior em Macau, (Macau, 1992); RANGEL, Jorge,“A Universidadeda Ásia Orientalno Processode Localização”, in Administração, n.° 6, (Macau, 1989), pp.705-713; RANGEL, Jorge,“A Língua e a Cultura Portuguesa em Macau e as Instituições ao seu Serviço no Presente e no Futuro”, in Administração, n.° 30, (Macau, 1995), pp.725-737. Páginas da Internet com indicações úteis sobre o Ensino Superior em Macau: www.gaes.gov.mo/p_he.html; www.ift.edu.mo/; www.iium.edu.mo/; www.ipm.edu.mo; www.umac.mo; http://www.imprensa.macau.gov.mo/bo/i/96/16/port93c03.htm
ENSINO SUPERIOR EM MACAU
Quando a expulsão dos jesuítas, no século XVIII, levou à extinção do importantíssimo projecto educativo de formação avançada do Colégio da Madre de Deus, a educação pós-secundária em Macau foi reduzida à sua expressão mais simples e, só decorridos mais de dois séculos foi possível lançar novos projectos no âmbito do ensino superior. Com efeito, apenas em 1981 Macau voltou a ter uma universidade, criada por investidores de Hong Kong, onde a legislação então vigente desencorajava o aparecimento de universidades privadas e limitava o reconhecimento oficial às instituições públicas. Assim, a Universidade de Macau começou por ser uma instituição muito mais identificada com aquela antiga colónia britânica, sendo os seus alunos, na sua larga maioria, provenientes da mesma. É justo, porém, reconhecer o mérito desta nova experiência pioneira e os esforços feitos no sentido da sua progressiva adaptação às necessidades de Macau. Quando a empresa “Ricci Island West Ltd.”, com sede em Hong Kong e já ligada a diversos projectos educativos, solicitou ao Governo de Macau, em 1978, autorização para a edificação da universidade, o pedido mereceu tratamento célere e, em Fevereiro de 1979, era já assinado o contrato de concessão do respectivo terreno. Ultrapassadas as desconfianças em relação à continuidade da presença de Portugal em Macau, provocadas pelo processo de descolonização que conduziu à independência dos territórios portugueses de África, interessava ao Governo de Macau ganhar de novo o interesse de investidores externos e, após a inauguração da primeira ponte Macau- Taipa, em Outubro de 1974, tornara-se propósito prioritário a instalação de novos empreendimentos nas ilhas. Aprovado o projecto, o novo complexo universitário começou de imediato a ser construído na Taipa, tendo o primeiro edifício sido concluído antes do início do ano lectivo de 1981/82. Uma memorável cerimónia, com a presença de reitores ou representantes de mais de cem universidades de muitas partes do mundo, assinalou, jubilosamente, a abertura desta novel instituição de ensino superior, que recebeu o nome de Universidade da Ásia Oriental. Os outros edifícios foram sendo rapidamente levantados, ficando a Universidade dotada de um “campus” moderno e funcional, com boas instalações para a actividade docente e para apoio administrativo, residências para professores e estudantes, biblioteca, cantina, centro cultural, compreendendo um anfiteatro com mais de 700 lugares e um salão de exposições, e áreas destina das a actividades associativas e recreativas. A sua organização inicial era a de uma federação de cinco colégios, do tipo anglo-saxónico: Junior College, Open College, University College, Polytechnic College e Graduate College. Também existiam dois centros de investigação: o Centro de Investigação Económica da China e o Instituto de Estudos de Macau. Esta estrutura académica manteve-se até 1988, quando o Governo de Macau, atendendo à necessidade de dispor de uma instituição pública de ensino superior para acelerar a formação de quadros, após a assinatura, em Abril de 1987, da Declaração Conjunta sobre a Questão de Macau, decidiu negociar a aquisição da Universidade da Ásia Oriental, que passou a ser administrada pela Fundação Macau, iniciando- se também o processo da sua reconversão, que culminou na criação formal da Universidade de Macau, em Setembro de 1991, ao mesmo tempo que era também estabelecido o Instituto Politécnico de Macau. Ficaram, deste modo, autonomizados os dois ramos do ensino superior e as duas instituições preparadas para desempenharem um papel decisivo na formação e valorização de quadros locais, dando resposta às necessidades de desenvolvimento determinadas pelo período de transição e contribuindo para a elevação dos padrões de vida da população, para a satisfação de legítimas aspirações da juventude e para o reforço de valores que constituem património universal e, em especial, daqueles que dão a Macau a sua identidade. De 1988 a 1991 fez-se um levantamento exaustivo das necessidades do território no que respeita a quadros superiores, preparou-se o plano de desenvolvimento da Universidade, criaram-se novos cursos em áreas consideradas prioritárias, como Direito, Administração Pública, vários ramos de Engenharia e Educação, foram contratados novos professores, entre os quais muitos de Portugal, da República Popular da China e de outros países, conseguindo- se um corpo docente verdadeiramente internacional, e alargaram-se amplamente as oportunidades de acesso ao ensino superior, através de bolsas, reduções de propinas e um sistema de empréstimos a estudantes, sem juros. Também foi em 1991 que se publicou a legislação reguladora do ensino superior, o Dec-Lei n.° 11/91/M, de 4 de Fevereiro. No mesmo ano, pelo Dec-Lei n.° 158/GM/91, de 31 de Dezembro, foi criado o Gabinete de Apoio ao Ensino Superior. Firmaram-se, igualmente, utilíssimos protocolos de cooperação com universidades do exterior. Instituída a Universidade de Macau pelo Dec-Lei n.° 50/91/M, de 16 de Setembro, e estabelecidos os objectivos principais do ensino superior, foram aprovados os Estatutos da Universidade (Portaria n.° 25/92/M, de 3 de Fevereiro). Neles foram consignados os princípios, as finalidades e a natureza da Universidade de Macau, sendo-lhe conferida autonomia pedagógica, científica, disciplinar e administrativa e ficando dotada de órgãos próprios, como o Reitor e o Conselho de Gestão, o Senado Universitário, duas Comissões Permanentes (Pedagógica e Científica) e o Conselho da Universidade. À Universidade foi assegurado um lugar no Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas e várias destas proporcionaram-lhe uma colaboração eficaz. No início do ano lectivo de 1992/93 a Universidade viu aprovadas as suas unidades académicas, ficando constituída por cinco Faculdades (Ciência e Tecnologia, Ciências Sociais e Humanas, Gestão de Empresas, Ciências da Educação e Direito, além de um Instituto de Estudos Portugueses e diversos centros de estudos e de investigação (Estudos Luso-Asiáticos, Tradução e Interpretação, Estudos Japoneses, Investigação em Gestão de Empresas, Investigação Científica, Investigação Pedagógica, Estudos de Macau e Programas de Extensão Educativa). Alguns anos depois, entrou também em funcionamento o Instituto de Estudos Chineses, ao mesmo tempo que novos centros, laboratórios, residências, equipamentos desportivos e uma excelente biblioteca foram enriquecendo o complexo universitário, permitindo que a Universidade de Macau desempenhasse um papel de fulcral relevância no período de transição, competindo-lhe formar e reciclar quadros superiores indispensáveis ao funcionamento pleno da Região Administrativa Especial de Macau. Coexistindo hoje com outras instituições de ensino superior, públicas e privadas, a maior parte delas criadas na década de 90, a Universidade de Macau continua a ser a de maior dimensão, tendo hoje quase 6.000 alunos, e oferecendo uma vasta e variada gama de cursos, de licenciaturas, mestrados e doutoramentos, ministrados por um qualificado corpo docente e com um crescente reconhecimento internacional. A investigação académica tem também constituído prioridade da Universidade, assim como a participação de docentes e investigadores em reuniões científicas internacionais, sendo dezenas os trabalhos anualmente por eles publicados em revistas especializadas. Ao completar 25 anos (foi oficialmente escolhido o início do ano lectivo de 1981/82 da então Universidade da Ásia Oriental como data de referência), a Universidade de Macau viu aprovados os seus novos estatutos e regulamentos internos e prossegue determinadamente o seu percurso como a mais completa, para além da mais antiga e prestigiada, instituição de ensino superior de Macau. Foi-lhe também atribuído o Prémio Identidade 2006, em reconhecimento do seu contributo de inestimável valor para a formação de quadros, para a elevação intelectual da comunidade e para a valorização da identidade cultural de Macau. [J.A.H.R.]
Universidade de Macau
No dia 20 de Dezembro de 1856, foi criado, pelo Bispo D. Jerónimo da Mata, em conformidade com a Carta de Lei de 12 de Agosto de 1856, um Seminário Diocesano no Colégio de S. José, sendo nomeado seu Reitor o Rev. Manuel Lourenço de Gouveia com a regência das aulas de teologia, dogmática e moral e o padre António Bernardino Barroso, da língua latina que, com as aulas da língua chinesa e filosofia racional, tiveram início em 6 de Janeiro de 1857.
Criado um Seminário Diocesano
Pelo Decreto-Lei n.º 89-B/98 de 13 de Abril de 1998, foi criada a Fundação Escola Portuguesa de Macau, instituída pelo Estado Português, pela Fundação Oriente e pela Associação Promotorada Instrução dos Macaenses. Esta Fundação, uma instituição de direito privado e utilidade pública, tem por fim garantir a criação e as condições de funcionamento e de desenvolvimento de uma escola portuguesa em Macau. A primeira pedra da Escola Portuguesa de Macau foi lançada em 18 de Abril de 1998, numa cerimónia onde estiveram presentes, entre outras individualidades, o Primeiro Ministro, Eng. António Guterres, o Ministro da Educação, Prof. Doutor Marçal Grilo, o Governador do Território, General Vasco Rocha Vieira e o Presidente da Fundação Escola Portuguesa, Eng. Roberto Carneiro. Foi escolhida para Presidente da 1.ª Direcção da Escola a Dr.ª Maria Edith da Silva, ex-Directora dos Serviços de Educação e Juventude e Deputada à Assembleia Legislativa de Macau. Integram ainda a Direcção dois vice-presidentes e dois adjuntos. Este grupo aceitou o desafio de iniciar o processo de lançamento da Escola através do incentivo e apoio ao desenvolvimento de um projecto educativo orientado para a presença activa da língua e cultura portuguesas em terras do Oriente e o respeito por outras matrizes culturais. A organização pedagógica da Escola tem por finalidade fortalecer a colaboração interactiva de professores, funcionários, alunos e seus familiares, na construção de uma comunidade educativa, assumindo-se como centro de educação ao serviço da cultura portuguesa no contexto da região envolvente. No primeiro ano de funcionamento, em 1998-1999, a Escola Portuguesa de Macau estruturou o seu Plano de Actividades em torno de três vectores de desenvolvimento: 1. O cumprimento de um currículo em Língua Portuguesa de acordo com os normativos legais emanados do Ministério de Educação de Portugal, do 1.º ao 12.º ano de escolaridade, com opções diversificadas a nível do ensino das línguas estrangeiras, onde se destaca a introdução do Mandarim, língua oficial da República Popular da China. 2. O desenvolvimento de actividades de complemento curricular que permitam a superação de dificuldades apresentadas pelos alunos, especialmente no que concerne ao domínio da Língua Portuguesa e da Matemática. 3. O desenvolvimento de actividades extracurriculares em áreas básicas de formação como a arte, o desporto e a comunicação, de que se salientam, pelo entusiasmo e sucesso com que se tem rodeado, o lançamento de um jornal escolar, a participação em actividades diversificadas promovidas por organismos exteriores à escola, locais ou nacionais (campeonatos, concursos e colaborações várias), e o ensino das línguas. No ano lectivo de 1999-2000, os 930 alunos que frequentavam a Escola, apoia dos por 70 professores dos vários níveis de ensino, desenvolviam as suas actividades na Sede da Escola sita na Avenida Infante D. Henrique, recentemente enriquecida de um novo bloco de salas de aulas, auditório e laboratórios. É preocupação constante da Escola Portuguesa de Macau promover nos seus alunos o respeito pelos outros e o gosto pelo conhecimento, assim como a preparação para enfrentar em com sucesso os novos desafios resultantes da mudança, aprofundando as competências nos domínios da comunicação e da utilização das novas tecnologias. [M.E.S.]
ESCOLA PORTUGUESA DE MACAU
Tempo: | Dinastia Qing entre 1645 e 1759 |
Dinastia Qing entre 1845 e 1911 | |
Época da República entre 1911 e 1949 | |
23/02/1728 | |
10/10/1746 | |
08/10/1910 | |
18/05/1938 |
Fonte: | Dicionário Temático de Macau, Volume IV, Universidade de Macau, 2011, p. 1350-1353. ISBN: 978-99965-1-028-1 |
Idioma: | Português |
Identificador: | t0019806 |
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