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Data de atualização: 2020/09/03
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Data de atualização: 2020/09/03
No dia 20 de Novembro de 1704, o Papa Clemente XI aprova um decreto da Inquisição contra os “Ritos”.
Decreto da Inquisição contra os “Ritos”
CARDIM, ANTÓNIO FRANCISCO (?-1659). Os seus pais residiam em Viana do Alentejo, mas António Francisco nasceu na cidade do Porto, entre 1594 e 1596. Foi admitido no noviciado de Évora da Companhia de Jesus a 24 de Fevereiro de 1611 e a 18 de Outubro emitiu os seus votos de devoção no colégio de S. Roque, Lisboa. Voltou a Évora para terminar o noviciado e estudar humanidades e artes (Filosofia). Em 1618 viajou para Goa, dedicou quatro cursos ao estudo da teologia e celebrou a sua primeira missa em Fevereiro de 1621. Em 1623 foi nomeado para a província do Japão no Exílio. Cardim foi destinado ao Sião (Tailândia) a 8 de Dezembro de 1625, até ao seu regresso a Macau a 2 de Julho de 1629. Novos destinos foram dois meses em Tonquim, dois anos na Conchichina e uma breve estadia em Tonquim desde Março de 1631, depois da qual voltou a Macau, onde esteve três anos como mestre dos noviços e quatro como reitor, sendo simultaneamente comissário do Santo Ofício. Na congregação provincial realizada em Macau de 9 a 22 de Setembro de 1638, foi eleito para participar em Roma na Congregação Geral, como representante do Japão. Saiu de Macau em 1638, mas só em Setembro de 1642 chegou a Lisboa. Em Roma, enfermo, esteve prestes a morrer, antes de assistir à Congregação, de 21 de Novembro de 1645 a 14 de Abril de 1646. Em Maio e em Junho redigiu uma informação e um memorial referentes às actividades dos Jesuítas no Oriente. Em 1647 promoveu o envio de uma legação do rei de Portugal ao Japão, para suster a perseguição do shogun Tokugawa Iemitsu. Em 1649 empreendeu a viagem de regresso a Macau, mas a nau naufragou na costa antes de chegar a Moçambique e os expedicionários tiveram que seguir a pé. A etapa seguinte levou-o a Goa e, em 1652, embarcou a caminho de Macau, mas a 15 de Junho foram feitos prisioneiros por corsários holandeses. A 2 de Julho desembarcaram em Malaca, tendo sido levados para o cárcere de Negumbo na ilha de Ceilão e depois para a prisão da fortaleza de Gale. Três anos depois chegou a Goa, seguindo a pé por Cochim, Coulão, Travancor, pela costa da Pescaria e Negapatão. Aqui embarcou para Tenasserim, e de novo por terra até ao Sião. O barco que o levava a Macau foi desviado por ventos junto à ilha de Hainão (Hainan 海南), onde foi recebido com carinho pelos Jesuítas dessa missão, que lhe prepararam outra nau para atravessar até ao continente e seguir a pé para Macau. Cardim ofereceu-se para a missão do Cambodja, mas acabou por morrer em Macau a 30 de Abril de 1659. Embora nunca tenha podido pisar o solo japonês, a figura do infatigável Cardim ocupa um lugar importante na história da Província do Japão no Exílio. Precedido por Pedro Morejón e outros, dedicou-se à glorificação dos mártires do Japão, religiosos e laicos, primeiro como testemunha e depois como procurador no processo de Macau 1635-36. São bem conhecidas dos historiadores as obras das quais fazemos a resenha no final, algumas publicadas durante a sua estadia em Roma. Também são dignas de menção as suas intervenções a favor da Província do Japão, opondo-se a algumas pretensões administrativas do visitador Manuel Dias e do superior Álvaro Semedo, tendo ainda em outras ocasiões favorecido a causa da Vice-Província da China. – Principais Obras. Relatione della provincia del Giappone, 1645; Memoriale ad Reverendum admodum Patrem Nostrum Generalem, 1646; Fasciculus e Iapponicis Floribus, suo adhuc madentibus sanguine, 1646; Informação sobre a pretenção dos Padres da China em destruir a Província de Jappam, 1648; Batalhas da Companhia de Jesus na sua gloriosa Província do Japão, c.1651. Bibliografia: Dehergne, Joseph, Répertoire des Jésuites de Chine de 1552 à 1800, (Roma, 1973); TEIXEIRA, Padre Manuel, “Os Cardins”, in Boletim Eclesiástico da Diocese de Macau, (Macau, 1972), pp. 443-460.
CARDIM, ANTÓNIO FRANCISCO (?-1659)
Melchior Miguel Carneiro Leitão, de seu nome completo, nasceu em Coimbra, por volta de 1516. Entrou para noviciado da Companhia de Jesus em 1543, na mesma cidade portuguesa. Poucos anos mais tarde, em 1551, fazia parte do grupo fundador do colégio Jesuíta de Évora, de que, aliás, foi reitor, o qual viria a dar origem a uma universidade. Entre 1553 e 1554 foi a Roma, incumbido de missão oficial pela Companhia de Jesus. De regresso a Lisboa, partiu para o Oriente em 1555, com o título de bispo de Niceia, a bordo de uma nau portuguesa da carreira da Índia, que chegou à Índia no mesmo ano. Durante algum tempo, exerceu funções docentes no colégio Jesuíta de Goa, capital do Estado Português da Índia. As fontes Jesuítas indicam que sofria de asma e que era “colérico em sumo grau”. Apontado como sucessor do Patriarca da Etiópia, acabou no entanto por ser enviado para Macau, com as funções de bispo da China e do Japão, por força de um breve de 1566 do Papa Pio V. Após escala em Malaca, D. Melchior já se encontrava no porto de Macau em meados de 1568. O porto luso-chinês, por esses anos, era sobretudo utilizado pelos religiosos Jesuítas como base de apoio às missões japonesas. Residindo inicialmente na casa dos seus correligionários Jesuítas, o bispo estabeleceria pouco depois residência própria, mais consentânea com o seu cargo episcopal. Consigo residia algum tempo o padre Gregório Gonzales, prelado espanhol que assistira à fundação de Macau, já que estanciava neste entreposto luso-chinês, ininterruptamente, desde 1555. Documentação da época revela que nem toda a comunidade Jesuíta de Macau via com bons olhos o facto de o bispado estar entregue a um membro da Companhia de Jesus. Contudo, apesar desta oposição, D.Melchior Carneiro continuou a exercer as suas funções religiosas e assistenciais, tanto mais que as condições climatéricas de Macau se revelaram especialmente benéficas para a enfermidade de que sofria. Entre outras actividades, fundou um hospital para leprosos, que, como a doença era, então, conhecida como ‘mal de São Lázaro’, veio a adoptar o nome deste santo; fundou um outro hospital designado de São Rafael; e abriu uma confraria da Misericórdia, organismo muito típico de todos os estabelecimentos ultramarinos portugueses. D. Melchior visitou a cidade de Cantão em pelo menos duas ocasiões, a primeira em 1569 e a segunda em 1576. Da primeira vez, pretendia inteirar-se das possibili¬dades de alargar a missionação Jesuíta ao interior da China; como outros Jesuítas antes e depois dele, constatou que seria impossível conseguir entrada no Celeste Império sem conhecimentos mínimos de língua chinesa. Da segunda vez, tentava resgatar das mãos das autoridades cantonenses um bonzo chinês que se convertera ao cristianismo e que, efectivamente, com ele regressou a Macau. Em 1581, alegando motivos de saúde, renunciou ao episcopado e solicitou aos superiores autorização para regressar a Portugal, talvez por ter chegado à cidade, D. Leonardo de Sá, que vinha nomeado como bispo de Macau. Este último, de resto, envolver-se-ia em disputas com a comunidade Jesuíta macaense, a respeito da posse das casas da residência episcopal, que afirmava serem suas e não dos Jesuítas. Mas, numa das suas cartas, o visitador Alessandro Valignano comentaria: “não me custou pouco trabalho para lhas tornar a sacar das mãos”. O padre Melchior passou a partir de então a viver com os seus correligionários, sem qualquer cargo ou autoridade. Um missionário Jesuíta que então passou por Macau escrevia que o antigo bispo se desfizera de todos os seus bens e que vivia “com grande edificação, pobreza e humildade”. Faleceu em meados de 1583, sendo sepultado na Igreja de São Paulo. Bibliografia: DEHERGNE, Joseph, Répertoire des Jésuites de Chine de 1552 à 1800, (Roma, 1973) ; Diccionario Histórico de la Compañía de Jesús, O’NEILL, Charles E.; DOMÍNGUEZ, Joaquín María (dirs.), 4 vols., (Roma, 2001); TEIXEIRA, Padre Manuel, Macau e a sua Diocese, vol. III, (Macau, 1956-1961).
CARNEIRO, D. MELCHIOR (?-1583)
CASTRO, D. JOÃO PAULINO DE AZEVEDO E (1852-1918). Filho de Amaro Adrião de Azevedo e Castro e de Maria Albina Carlota da Silveira, D. João Paulino de Azevedo e Castro nasceu nos Açores (Lajes do Pico), no dia 4 de Fevereiro de 1852. Depois de frequentar os estudos primários e secundários nos Açores, ingressou no Seminário de Coimbra e matriculou-se no curso de Teologia da Universidade de Coimbra, que concluiu em Julho de 1879. Neste mesmo ano, a 31 de Agosto, foi ordenado sacerdote na Capela do Paço Episcopal de Angra do Heroísmo. Mantendo-se ligado à Sé desta cidade açoriana, D. João Paulino de Azevedo e Castro, em 1890, foi promovido a tesoureiro-mor, chegando a ocupar o lugar de vice-reitor do Seminário. A par da sua carreira eclesiástica, D. João Paulino de Azevedo e Castro dedicou-se à actividade docente no seminário diocesano, tendo leccionado Teologia, Filosofia, História Eclesiástica e Direito Canónico. Apesar de ter sido nomeado Arcediago, acabou por não tomar posse em virtude de ter sido eleito Bispo de Macau pelo papa Leão XIII, o que foi confirmado em 9 de Junho de 1902. D. João Paulino de Azevedo e Castro pertenceu a um grupo de prelados com origem nos Açores que desempenharam um relevante papel religioso e político no Território. Lembremos a figura de D. José da Costa Nunes, Vigário-Geral de D. João Paulino a partir de 14 de Julho de 1906, que o substituiu à frente do bispado de Macau em finais de 1910. Uma vez em Macau, onde chegou no dia 4 de Julho de 1903, D. João Paulino de Azevedo e Castro deparou-se com alguns problemas de grande complexidade político-religiosa a que teve de dar resposta. O primeiro dizia respeito à redefinição dos limites da diocese de Macau e da prefeitura apostólica de Cantão, determinada pela Sagrada Congregação de Propaganda: a ilha de Hainão passava para a jurisdição da prefeitura e o distrito de Zhaoqing 肇慶 ficava sob a alçada da diocese de Macau. O governo francês e o prefeito apostólico tentaram opor-se à aplicação desta determinação, o que obrigou D. João Paulino de Azevedo e Castro a protestar energicamente junto do governo de Lisboa, reclamações que foram encaminhadas para Roma. Em Macau, D. João Paulino dirigiu os destinos do bispado no período crítico da implantação do regime republicano. O decreto de 8 de Outubro de 1910 ordenou a expulsão dos Jesuítas, determinação que foi executada em Macau no dia 19 de Novembro. As repercussões do regime republicano na vida dos religiosos de Macau estendeu-se a outras ordens, quando, em 29 de Novembro, se determinou a sua saída do Território. Depois de entregar o bispado a D. José da Costa Nunes, D. João Paulino de Azevedo e Castro saiu de Macau com destino à China no dia 4 de Dezembro. Depois de uma breve passagem por Hong Kong, dirigiu-se a Cantão em visita pastoral às Missões da China. Em Janeiro de 1911 passou por Singapura e por Malaca, regressando a Macau no dia 7 de Abril. Os momentos políticos difíceis que passou em Macau, no seguimento da proclamação da República, estimularam D. João Paulino de Azevedo e Castro a reflectir sobre as relações entre o Estado e a Igreja e sobre o papel que esta desempenhava no Extremo Oriente. A testemunhar esta sua preocupação, encontramos os muitos escritos que nos legou, devendo ser dado especial destaque a iO Padroado Português no Extremo Oriente e a Lei de Separação do Estado das Igrejas. Neste texto, dividido em três capítulos, D. João Paulino de Azevedo e Castro defende a ideia de que a evangelização tinha sido uma trave-mestra do processo de expansão da civilização nas nações “idólatras” e “selvagens”, sublinhando o seu alcance moral, utilitário e político. Enaltece o papel de Macau enquanto centro donde irradiava a acção missionária no Extremo Oriente, tentando provar a utilidade política da acção missionária portuguesa na China e em todo o Extremo Oriente. Um exemplo é avançado: o direito de Portugal reclamar a soberania sobre a ilha da Lapa e a ilha Verde devia-se à acção missionária desenvolvida naqueles locais desde o século XVII. A pertinência deste argumento assumiu um significado político muito particular, atendendo a que a questão da definição dos limites de Macau permaneceu em aberto no diálogo luso-chinês durante todo o primeiro quartel de Novecentos. Em 1915, iniciou a publicação de Os Bens das Missões Portuguesas na China. Os seus textos revelam um homem profundamente conhecedor da acção da Igreja, particularmente no Extremo Oriente, tema que norteou a sua investigação e a sua intervenção política e religiosa, através da palavra escrita e oral. Da sua acção em Macau ressaltaram a criação do Colégio de Perseverança, entregue ao cuidado das religiosas canossianas, vocacionado a acolher raparigas sem família; a criação de um orfanotrófio para o ensino de artes e ofícios a jovens chineses, entregue aos salesianos de D. Bosco; a promoção de escolas e asilos nos subúrbios da cidade de Macau; a criação do Boletim da governo da diocese de Macau. D. João Paulino de Azevedo e Castro permaneceu em Macau, onde faleceu no dia 17 de Fevereiro de 1918. Bibliografia: CASTRO, João Paulino de Azevedo e, Os Bens das Missões Portuguesas na China, (Macau, 1995); TEIXEIRA, Padre Manuel, Arquivos da Diocese de Macau, (Macau, 1970).
CASTRO, D. JOÃO PAULINO DE AZEVEDO E (1852-1918)
No dia 20 de Março de 1709, morre no Convento de St.º Agostinho D. Álvaro Benavente, O.E.S.A., vigário apostólico de Kiangsi, que se refugiara em Macau 3 meses antes, ou seja, a 1 de Dezembro de 1708. Os portugueses, o clero local e os missionários estrangeiros, aqui refugiados, tomaram parte nas solenes exéquias fúnebres em Stº. Agostinho, onde foi sepultado na nave central a 21 de Março; a tropa assistiu também ao funeral. Na capela-mor de St.º Agostinho, no local da sua sepultura, está uma inscrição latina, que diz: “Aqui jaz o il. D. Fr. Álvaro, nascido da nobre familia de Benavente em Salamanca, onde ingressou na Ordem do Nosso Padre Agostinho. Pelo zelo de propagar a Fé, demandou a Provincia das Filipinas, foi transferido para o Império da China e, depois de ter administrado brilhantemente a mesma Provincia e a Missão da China, foi promovido a Bispo de Ascalona e a Vigário Apostólico; faleceu em Macau aos 20 de Março de 1709, com 63 anos de idade, 9 de Episcopado. Descanse em paz. Amen”.
Morre no Convento de St.º Agostinho D. Álvaro Benavente
No dia 24 de Fevereiro de 1730, a festa de S. Matias, é consagrado em Cantão, na Igreja dos Padres Franciscanos, o dominicano Pedro Mártir Sanz Y Jorda com o título de Mauricastro; foi sagrante o franciscano português Frei Manuel de Jesus Maria José, Bispo de Nanquim, sendo assistentes D. João do Casal, Bispo de Macau e D. Frei Francisco da Purificação, agostiniano, Bispo de Pequim. Em 1732, Pedro Sanz foi desterrado para Macau onde viveu 6 anos no Convento de S. Domingos. Partiu daqui para a missão da China, sendo preso em 30 de Junho de 1746 nos arredores de Moyang e levado a Fuchau, metrópole da província, onde, depois de tolerar fomes, bofetadas e outros tormentos, foi degolado pela Fé em 26 de Maio de 1747. Foi beatificado por Leão XIII, a 18 de Abril de 1893.
Consagrado em Cantão o dominicano Pedro Mártir Sanz Y Jorda
No dia 14 de Agosto de 1723, morreu em Pequim o Pe. João Francisco Cardoso, grande sábio e artista jesuíta, autor de um altar que o Imperador K’ang-hsi lhe encomendou.
Morreu em Pequim o Pe. João Francisco Cardoso
Filho de Diogo do Amaral e de Domingas Francisca, nasceu em Corvaceira (Viseu) em 1594. Ingressou na Companhia de Jesus a 1 de Junho de 1608, em Coimbra. Ordenou-se sacerdote em Évora, em 1622. A sua longa formação decorreu nos colégios de Coimbra e Évora (1608-1623), e a sua docência como professor de latinidade nos de Bragança, Braga, Coimbra e Évora (1616-1620). Aqui se ordenou sacerdote (1522) e foi destinado, a seu pedido, para a missão do Japão. Em 1623 partiu de Lisboa com um numeroso grupo de Jesuítas chefiado por Afonso Mendes, patriarca da Etiópia, e outros dois bispos da ordem. Em Macau inicia o estudo da língua japonesa, que prosseguiu com êxito entre os colonos japoneses da Cochinchina. Um piloto português ofereceu-se para introduzir Amaral e outros Jesuítas clandestinamente no Japão, mas os ventos trouxeram de volta a nau a Macau. A 1 de Dezembro de 1628, o visitador André Palmeiro escrevia: “Espero que este ano cheguem o Padre Gaspar de Amaral e o Padre Paulo [Saito] japonês e que nos possam abrir a porta para ir provendo, pouco a pouco, aquela missão por esta via de Chincheo”. Amaral ficou na Ilha Verde (Macau) onde deixou crescer o cabelo como o chineses para entrar no Japão sem levantar suspeitas, mas voltou à Indochina, desta vez a Tonquim, como superior da missão, com os padres António Cardim e António Fontes. Ali trabalhou desde Setembro de 1629 até meados de 1638, com uma breve estada em Macau (de Maio de 1630 a Fevereiro de 1631). A pedido do visitador Manuel Dias, Amaral escreveu ao Rei do Laos tentando a entrada do Evangelho nesse reino. A resposta do Rei chegou a Macau a 21 de Maio de 1637 e o visitador designou Amaral e Bartolomeu de Roboredo para fundar a nova missão, o que na realidade foi tentado, ainda que sem sucesso, pelo padre João Baptista B`onelli, em 1638. A 6 de Janeiro desse ano Amaral fez a sua profissão solene em Tonquim. Depois assistiu em Macau à Congregação Provincial do Japão (de 9 a 22 de Setembro de 1638), onde deu conta dos 40.000 neófitos baptizados em Tonquim durante o seu superiorato. A 17 de Novembro de 1640 nomearam-no Reitor do Colégio de Macau e simultaneamente vice-provincial da província do Japão. Em 1642 ofereceu-se para tomar parte na desesperada expedição preparada pelo novo visitador Antonio Rubino, mas o sua oferta não foi aceite. Em 1645 o novo visitador Manuel de Azevedo propôs-lhe regressar a Portugal e substituir o Padre António Freire como procurador, mas Amaral preferiu seguir a vida de missionário na sua missão de Tonquim. Embarcado com outros seis Jesuítas, a nau acabou por se afundar em frente à ilha de Hainão a 26 de Fevereiro de 1646. Apenas se salvou o P. Lubelli, que não sabia nadar. Amaral brilhou pela sua capacidade intelectual e o seu sentido prático e organizador. Dotado em alto grau para as línguas, achou fácil a adaptação ao meio ambiente. Deixou manuscrito um dicionário da língua anamita, que posteriormente foi utilizado por Alexandre de Rhodes. O êxito clamoroso dos Jesuítas em Tonquim durante o seu superiorato deveu-se, em grande parte, ao espírito que soube dar aos catequistas. Baseando-se na tradição Jesuíta dos Dojuku do Japão, aperfeiçoou essa Instituição incorporando nela a vida da comunidade e a hierarquia interna do tipo de instituto laico, formado por professos, membros aprovados, noviços e coadjutores. Pessoalmente distinguiu-se pela sua recusa dos bens materiais para uso próprio. A sua devoção a S. Francisco Xavier levou-o a erigir uma cruz comemorativa da sua morte na ilha chinesa de Sanchoão, com uma inscrição em português e japonês.
AMARAL, PADRE GASPAR DO (1594- 1646)
No dia 18 de Setembro de 1719, pela Constituição Ex illa die, Clemente XI nomeou Visitador apostólico e legado a latere para as Missões do Extremo Oriente Carlos Ambrósio Melchior Mezzabarba, que partiu de Roma a 4 de Outubro e de Génova a 21 de Novembro para Lisboa, onde se demorou até Março de 1720.
Visitador apostólico
Personagem: | Xavier, Francisco, 1506-1552 |
Tempo: | Após o estabelecimento da RPC em 1949 até 1999 |
1989 | |
Palavra-chave: | Religião |
Catolicismo | |
Lápide |
Fonte: | Arquivo de Macau, documento n.º MNL.05.30.044.F |
Entidade de coleção: | Arquivo de Macau |
Fornecedor da digitalização: | Arquivo de Macau |
Tipo: | Imagem |
Fotografia | |
A cores | |
Formato das informações digitais: | TIF, 1396x2000, 7.99MB |
Identificador: | p0004217 |
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