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Trata-se de um significativo conjunto de cerca de seis mil folhas manuscritas, cronologicamente situadas, na sua grande maioria, entre meados do século XVIII e a primeira metade da centúria seguinte. A temática desta documentação diz respeito às relações entre as autoridades portuguesas e chinesas a propósito do território de Macau, versando múltiplos e variados temas, no âmbito dos contactos ofic

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Após meses de preparação, a caravana constituída por três Mitsubishi Pagero, baptizados com os nomes de Macau, Taipa e Coloane partiram, do simbólico Jardim Camões, em Macau, para o II Raide Macau-Lisboa, no dia 27 de julho de 1990.

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1589

No dia 22 de Agosto de 1589, os agostinianos portugueses tomaram posse do Convento de Nossa Senhora da Graça, em Macau, fundado pelos padres espanhóis da mesma ordem, e cedido por determinação de Filipe II, seguida de intimação do Governador da Índia, Manuel de Sousa Coutinho. No ano de 1591, o Convento foi mudado segundo alguns manuscritos para o local onde hoje se encontra a Residência de Nossa Senhora de Fátima, dos jesuítas, junto à igreja de St.° Agostinho “de onde se descobre toda a Praia Grande e o mar”. Outros dizem que só foram mudados alguns pormenores e não todo o corpo do Convento, por não se encontrar notícia nem vestígios do que se pretende dar por mais antigo.

1803

Ferreira do Amaral nasceu em Lisboa, a 4 de Março de 1803, e faleceu em Macau no dia 22 de Agosto de 1849. Optando pela carreira militar na Armada, assentou praça de Aspirante a Guarda de Marinha em 1821 e, dois anos depois, participou no assalto a Itaparica, integrado na reacção portuguesa contra a declaração de independência do Brasil em 1822. No entanto, as suas ideias liberais vão mais tarde juntá-lo a D. Pedro. Em 1828, após a chegada de D. Miguel, Ferreira do Amaral, à semelhança do que aconteceu a muitos outros liberais, foi preso, permanecendo encarcerado cerca de ano e meio. Partiu em 1831 para Inglaterra, e em seguida para a Terceira, onde se juntou às forças que no dia 8 de Julho de 1832 desembarcaram na praia do Mindelo. Participou também no Cerco do Porto e em todo o processo que conduziu à restauração do liberalismo em Portugal. Este facto facilitou a integração de Ferreira do Amaral no círculo das elites políticas e militares que dirigiram os destinos do país nos anos seguintes. Em 1837, deslocou-se numa missão aos Açores, e em Janeiro de 1839 desembarcou no porto de Luanda por ter sido nomeado comandante da Estação Naval de Angola, cargo que exerceu até Maio de 1840. Iniciou então uma experiência política, nas Cortes e na Comissão da Marinha, em virtude da sua eleição como deputado pelas Províncias de Angola e Benguela, entre 1841 e 1843. A 3 de Novembro de 1845, João Maria Ferreira do Amaral foi promovido a Capitão de Mar-e-Guerra, a fim de ocupar um novo cargo além-mar: Governador da Província de Macau, Timor e Solor. Esta sua nomeação, num período crítico da história de Macau, ficou a dever-se fundamentalmente ao facto de ser um homem de confiança das duas personalidades que dirigiam o Ministério da Marinha e do Ultramar, a saber, o ministro Joaquim José Falcão e o oficial-maior Manuel Jorge de Oliveira Lima. O momento delicado que a colónia vivia, aberto pelas transformações que se operaram na China após a I Guerra do Ópio (1839-1842), já havia levado algumas autoridades da Província, nomeadamente o bispo Jerónimo José da Mata, a reclamarem a nomeação de um governador enérgico e com capacidade de decisão, que não adiasse por mais tempo as reformas que Macau necessitava e que vinham sendo sucessivamente adiadas. Ferreira do Amaral chegou a Macau no dia 20 de Abril de 1846, e dois dias depois tomou posse do governo da Cidade. É incontornável o papel desempenhado pela governação de Ferreira do Amaral na história do estabelecimento de Macau, quer pelo estilo de governação que adoptou (o que também teve reflexos políticos e pessoais relevantes), quer pelas medidas que implementou e que, em última instância, reflectem uma das frases mais emblemáticas presente nas instruções escritas que lhe foram entregues em 20 de Janeiro de 1846: “Macau é um estabelecimento a refundir e criar de novo inteiramente”. Assim, podemos considerar que Ferreira do Amaral definiu como grande finalidade a atingir pelo seu governo, a construção da autonomia de Macau face às influências dominantes das autoridades chinesas, particularmente de Cantão. Esta conquista da autonomia passou por três áreas fundamentais: execução do decreto de 20 de Novembro de 1845 que declarou Macau porto franco, consolidação e alargamento do espaço abrangido pela administração portuguesa, e ainda recusa de todas as práticas que, de algum modo, pusessem em causa ou limitassem o exercício da soberania portuguesa no Território. A transformação de Macau em porto franco implicava a adopção de um conjunto de medidas que proporcionassem receitas alternativas para a Província. Neste sentido, Ferreira do Amaral, teve a iniciativa de generalizar a cobrança de impostos à população chinesa e europeia. Logo nos finais de 1846 ficaram prontas as listas dos impostos e da derrama a serem cobrados junto da população cristã e, do mesmo modo, no dia 1 de Setembro de 1846, passou a ser exigido aos donos dos faitiões, que registassem as suas embarcações na Procuratura sob o pagamento de uma pataca mensal. Esta medida, que estendia a soberania portuguesa à população chinesa, através do pagamento de impostos, esteve na origem da “revolta dos faitiões” (8 de Outubro de 1846). Ainda no capítulo económico, Ferreira do Amaral mandou publicar e divulgar pela Cidade, em Julho de 1847, as listas de todos os chineses que passariam a pagar impostos, assim como o respectivo montante em dívida. Em Janeiro de 1848 foi a vez da criação dos exclusivos da venda da carne de porco e, no ano seguinte, foi criado também o exclusivo do fantan 番攤. Importa sublinhar que estas medidas, para além do alcance económico que tinham e que, a curto prazo, era ainda limitado, visavam em primeiro lugar afirmar a soberania portuguesa no Território, estendendo-a à população chinesa e acabando com as influências políticas e administrativas que as autoridades chinesas mantiveram até àquela data. A estratégia utilizada pelo governador foi a do ‘facto consumado’, impedindo a reacção das autoridades mandarínicas ou, então, ignorando-as simplesmente. É nesta linha de actuação que se inscreve a sua ordem de se proceder à inscrição de todas as ruas e casas do bazar, forma encontrada para melhor exercer a sua soberania e facilitar a cobrança de impostos junto da população chinesa. Por outro lado, e de modo a melhor controlar os seus desígnios governativos, Ferreira do Amaral colocou sob a sua dependência directa o Procurador dos Negócios Sínicos, e, já no ano de 1849, proibiu a entrada em Macau das autoridades chinesas ao som de bátegas. Deste modo, em pouco mais de dois anos, o governador foi reduzindo o espaço de influência das autoridades chinesas. Mas a medida que mais contribuiu para a concretização deste objectivo foi, sem dúvida, a expulsão das alfândegas chinesas [hopus (hubu 户部)] que se encontravam na dependência do Hopu (Hubu 户部) Grande de Cantão. Esta sua medida começou a desenhar-se logo em meados de 1847, quando Ferreira do Amaral permitiu que os navios fizessem as suas cargas e descargas fora da barra. Com esta medida, o governador começou a acabar com os ‘direitos de medição’. Logo de seguida, em Agosto desse ano, acabou com o hopu da Praia Grande e, em Fevereiro de 1849, foi a vez do Hopu (hubu 户部) da Barra. O pretexto avançado pelo governador era o do abuso e das extorsões que os hopus exerciam sobre os camponeses. Faltava encerrar o Hopu (hubu 户部) Grande da Praia Pequena, dos três o mais importante posto alfandegário chinês fixado em Macau. Ferreira do Amaral começou por dar um prazo de cinco dias para que ele se retirasse. Expirado o prazo sem que se tivesse verificado a saída do hopu, o governador deu ordens para que se colocassem travessas na porta principal do edifício e para que se expulsasse o vigia que se encontrava no posto alfandegário. Decorria o dia 12 de Março de 1849. Finalmente, no que respeita à consolidação e alargamento do Território sob jurisdição portuguesa, João Maria Ferreira do Amaral iniciou, nos finais de 1846, a construção de uma estrada desde a Porta do Campo até à Porta de Santo António, não obstante a oposição a que deu origem. Em Setembro de 1848, continuou a sua política de ocupação até à Porta do Cerco, o ponto limite que desejava alcançar, também através da construção de uma estrada. Em Maio de 1847 foi a vez da ilha da Taipa, onde Ferreira do Amaral começou por mandar construir uma casa forte. Apesar dos protestos do vice-rei de Cantão, Qi Ying 耆英, Amaral utilizou mais uma vez a política do facto consumado, com o pretexto de que a casa se destinava a albergar os soldados portugueses estacionados na ilha que tinham por missão impedir actos de pirataria. Uma última palavra para a suspensão do pagamento anual do foro do chão, no valor de 500 táeis, entregue pelo Procurador ao mandarim da Casa Branca. Nos primeiros anos, o pagamento do foro foi usado pelo governador como forma de argumentar que Portugal tinha direito à posse de Macau. À medida que a sua política se foi consolidando, Ferreira do Amaral reduziu gradualmente os seus contactos com as autoridades chinesas, limitando-os praticamente ao vice-rei de Cantão. Assim, quando em 1849 Ferreira do Amaral deixou de pagar o foro, já não tinha contactos com o mandarim da Casa Branca. A actividade governativa de Ferreira do Amaral teve em grande parte a cobertura implícita das autoridades britânicas. A presença britânica, agora em torno de Hong Kong, consolidava-se de dia para dia. Em 8 de Junho de 1849, os soldados britânicos assaltaram a cadeia da Cidade para soltarem um compatriota seu (James Summers), que havia sido preso por se recusar a tirar o chapéu quando assistia à passagem de uma procissão em Macau. Desta forma, puseram em causa o eventual apoio britânico à governação de Macau, caso existisse uma qualquer reacção das autoridades chinesas à política seguida por Ferreira do Amaral. Por outro lado, a sucessão das medidas tomadas pelo governador criou um crescendo de contestação na Cidade e, em particular, junto das autoridades chinesas, que se traduziu no aparecimento de proclamações e panfletos contra Ferreira do Amaral. Um dia as ameaças cumpriram-se: no dia 22 de Agosto de 1849, no seu habitual passeio à Porta do Cerco, João Maria Ferreira do Amaral foi assassinado por um grupo de chineses, que fugiu levando consigo a cabeça e a mão do governador. Só em 1856 é que os restos mortais de Ferreira do Amaral embarcaram para Lisboa a bordo da corveta D. João I. O governo de João Maria Ferreira do Amaral é talvez o mais polémico da história de Macau. Contudo, a sua acção governativa não pode deixar de ser considerada um marco importante na construção de Macau contemporâneo. Bibliografia: DIAS, Alfredo Gomes, Sob o Signo da Transição, (Macau, 1998); DIAS, Alfredo, “O Significado da Morte de Ferreira do Amaral”, in Revista Macau, II série, n.° 35, (Macau, 1995).SALDANHA, António Vasconcelos, Estudos sobre as Relações Luso-Chinesas, (Lisboa, 1996); SALDANHA, António Vasconcelos; ALVES, Jorge Santos (dirs.), Governadores de Macau, (Macau, no prelo).

1819

A fragata D. Maria II foi um navio mercante inglês que Portugal adquiriu à Inglaterra em 1831. D. Maria II, a sua patrona e 29.o soberano de Portugal, nasceu no Rio de Janeiro a 4 de Abril de 1819 e morreu em Lisboa, a 15 de Novembro de 1853. Casou em primeiras núpcias com o príncipe Augusto Leuchtenberg, a 28 de Janeiro de 1835, e em segundas núpcias com o príncipe D. Fernando de Saxe-Coburgo Gota, a 9 de Abril de 1836. Personalidade forte, mulher de grande coragem, D. Maria II liderou a Coroa portuguesa num período de grandes convulsões políticas: Portugal lutava pela liberdade e a Constituição, que a Rainha defendeu e respeitou, era o garante dessa liberdade. Foram muitos e historicamente notáveis os movimentos e acções a que esta fragata esteve associada. A fragata D. Maria II esteve presente, em Março de 1832, na expedição liberal à ilha da Madeira, aquando da restituição do arquipélago a D. Pedro IV. Em 1832, integrou a expedição, também liberal, que desembarcou próximo da praia do Mindelo, quando D. Pedro IV, partindo da ilha Terceira, nos Açores, vinha ao Reino para restituir a Coroa a sua filha, D. Maria. Participou nos bloqueios do Tejo em Julho e Agosto de 1832, e regressou ao Porto com a esquadra. Em 21 de Junho de 1833 largou do Porto, inregrada na esquadra liberal, rumo ao Algarve, juntamente com as fragatas Rainha de Portugal e D. Pedro, a corveta Portuense e o brigue Vila Flor. Bateu-se então com a fragata miguelista Princesa Real que tomou, junto ao Cabo de S. Vicente. Em Julho de 1833 participou no bloqueio liberal a Lisboa. A cidade rendeu-se e, a partir deste momento, a causa absolutista – de D. Miguel- ficou sem futuro. Em Setembro de 1833 estava em Sines, para dar protecção a terra. Ainda em Setembro, o capitão-de-mar-e-guerra inglês Charles Napier, que em Junho de 1833 assumira as funções de major-general da armada e de comandante-em-chefe da esquadra liberal, com o posto de vice-almirante, mandou a fragata D. Maria II para Setúbal, sob o comando de Frederick Henry, dada a importância deste porto no desenvolvimento das lutas liberais. O Forte de S. Filipe foi então ocupado. Para além desta presença constante nas movimentações da esquadra liberal, a fragata D. Maria II fez percursos regulares para o Oriente. A 4 de Junho de 1838 largou para a Índia como nau de viagem. Quando regressou ao Tejo, em Setembro de 1839, transportava passageiros e carga de pimenta, rotim, café, cairo, e tamarindo, entre outros produtos. A 7 de Junho de 1842, largou novamente para a Índia como nau de viagem. Levava passageiros para Moçambique e Índia, e ainda armamento e fardamento para o batalhão expedicionário. Chegou a Goa a 23 de Novembro de 1842 e regressou ao Tejo a 2 de Agosto de 1843. A 7 de Maio de 1844 saiu mais uma vez para a Índia e voltou ao Tejo a 25 de Maio de 1845. Trouxe passageiros para Moçambique e carga para Lisboa. A 13 de Junho de 1849, fez mais uma viagem para a Índia, com escala em Moçambique, transportando passageiros e degredados. Entretanto, no intervalo destas duas últimas viagens, mais precisamente em Outubro de 1846, a fragata D. Maria II chefiou o bloqueio à cidade do Porto, com o objectivo de impedir a saída dos navios da Junta Revolucionária. A 5 de Junho de 1847 estava novamente no Tejo. É no Oriente que a fragata D. Maria II termina a sua história, em circunstâncias dramáticas associadas à morte violenta de João Maria Ferreira do Amaral, governador de Macau. Ferreira do Amaral, que tomou posse a 21 de Abril de 1846, determinou imediatamente algumas medidas radicais, como foram a declaração de Macau como porto franco, o estabelecimento de um imposto predial e industrial, que também se aplicava aos chineses, e a determinação do registo dos barcos de transporte. Promoveu a abertura de vias no Território cujo traçado implicou a destruição do cemitério chinês. Desagradados com tais medidas, os chineses levaram a cabo uma revolta em Outubro de 1846, revolta dominada pelo governador, que, em 1847, ocupou militarmente a ilha da Taipae no mesmo ano, mandou edificar o Forte da Taipa. Algumas dificuldades rodearam a construção do forte, nomeadamente decorrentes da oposição manifestada pelos mandarins do Sul. O vice-rei de Cantão chegou mesmo a pedir a suspensão da obra, mas Ferreira doAmaral acabou por convencê-lo da oportunidade e necessidade do forte para a segurança das pessoas e da actividade comercial, quer de portugueses quer de chineses. A bandeira portuguesa foi hasteada pela primeira vez no Forte da Taipa em Setembro de 1847, como corolário da ocupação militar da ilha. A partir de então, o Forte da Taipa tornou-se 'um pequeno baluarte de protecção contra os ataques de piratas que ameaçavam constantemente a vida da população'. Outras determinações de Ferreira do Amaral, como o arrolamento de todos os chineses residentes em Macau, a extinção das alfândegas chinesas (hopu), e a proibição de os mandarins entrarem no território tocando bátega - o que significava a afirmação da soberania chinesa-, criaram ao governador um clima de hostilidade que havia de lhe ser fatal. A 22 de Agosto de 1849 é assassinado por um grupo de chineses, em cuja retaguarda estaria a organização secreta Sociedade dos Rios e dos Lagos. Esta organização representava o movimento chinês de oposição aos projectos de alargamento da soberania portuguesa. Em Setembro de 1849, o vice-rei de Cantão comunicou formalmente ao governo de Macau que o assassino de Ferreira do Amaral havia sido preso e executado. Simbolicamente, em Janeiro de 1850, eram enviadas a mão e a cabeça do governador assassinado. Mas o clima não estava definitivamente pacificado. A fragata D. Maria II, que se encontrava na Índia, entrou em Macau a 3 de Junho de 1850 e fundeou no ancoradouro da Taipa a 24 do mesmo mês. Quando, em Outubro, se preparava para largar, é surpreendida pela violenta explosão do paiol. Era o dia 29 de Outubro de 1850. De manhã embandeirou em arco, porque se celebrava o aniversário do rei D. Fernando. À tarde, a explosão. Ficava assim comprometida a expansão da influência portuguesa por via militar. Junto a um dos muros do Forte, foi erigido em 1851 um monumento evocador das vítimas da explosão da fragata D. Maria II. Perderam a vida 188 dos 224 tripulantes, e cerca de 40 chineses que estavam a bordo ou em embarcações próximas. [M.T.O.]Bibliografia: ESPARTEIRO, António Marques, Três Séculos no Mar (1640-1910), vol. 13, (Lisboa, 1974).

1849

No dia 22 de Agosto de 1849, assassinato do Governador João Maria Ferreira do Amaral por sete chineses que o acometeram repentinamente, e à traição, próximo das Portas do Cerco. Sucedeu-lhe, na administração da Colónia, o Conselho do Governo, composto pelo Bispo Jerónimo José da Mata, Juiz Joaquim António de Morais Carneiro, Ludgero Joaquim de Faria Neves, Miguel Pereira Simões, José Bernardo Goularte e Manuel Pereira. • Sobre a morte de Ferreira do Amaral, cfr. a obra já citada Estudos de História Do Relacionamento Luso-Chinês. Séculos XVI-XIX de A. Vasconcelos de Saldanha. [Análise actualizada]

1849

Descendente de Chincheos (Zhangzhou 漳州), natural da aldeia de Longtian 龍田. Também conhecido como Shen Yami 沈亞米. Revoltado com a remoção dos túmulos dos seus antepassados, conspirou com mais seis aldeões seus conterrâneos, para assassinar o Governador João Maria Ferreira do Amaral. O atentado concretizou-se no dia 22 de Agosto de 1849. Sob pressão das potências ocidentais, após o assassínio, as autoridades chinesas fizeram com que ele se entregasse e o executaram na Casa Branca. A sua vida está biografada na Xiangshan Xianzhi 香山縣誌 [Crónica do Distrito de Xiangshan], nos seguintes termos: ‘Shen Zhiliang 沈志亮, de cognome Mi 米, foi mais conhecido por Shen Zhiliang 沈志亮, descendente de fujianeses que tinham vindo comerciar a Macau, onde se fixaram na aldeia de Longtian 龍田, a Sul da Casa Branca. Desde pequeno que se distinguiu dos outros, generoso e amante da justiça. No 16.º ano (1836) do Reinado de Daoguang 道 光, os bárbaros ingleses abriram estradas, com o efeito da destruição de túmulos de populares e abandono dos restos mortais. Após um acordo, foram alargadas as vias, o que, porém, atingiu mais campas do que a cons trução inicial. Pelo medo aos bárbaros, os habitantes locais não se atreveram a levantar a voz contra isto, e as autoridades chinesas também não se preocuparam com isso. Túmulos de antepassados de Shen Zhiliang 沈志 亮 foram destruídos, o que o levou a pensar numa vingança. Sobre o plano dessa vingança pediu conselho a Bao Jun 鮑俊, Zhao Xun 趙勛 e Liang Yuqi 梁玉祺, personalidades da sua terra. Bao Jun 鮑俊 aconselhou- -se com o Vice-Rei Xu Guangjin 徐廣縉. Xu afirmou: ‘isto é realmente odioso’, o que foi transmitido por Bao aos aldeãos no seu regresso, de modo que Zhiliang 志 亮)e o seu camarada Guo Jintang 郭金堂, um tal de apelido Wu e outros, começaram a andar com armas brancas escondidas à espera do cacique inglês (sic). O cacique bárbaro era um homem muito corajoso que tinha combatido em diversas partes em que chegou a perder um braço. Ao chegar a Macau, mostrando um único braço declarou: ‘para mim, que naveguei através das ondas e que fui baptizado pelas chamas da guerra, nada há de invencível. Arraso tudo onde chegar. Para que me servem dois braços, se para isso só um é preciso?’. Quando saía ia sempre escoltado por guardas. Zhiliang 志亮 e os seus companheiros esperaram, desde a Primavera até ao Outono, sem nunca terem tido a oportunidade de agir. Passado algum tempo, o cacique bárbaro ficou mais descansado e começou a sair só com alguns cavalos. Zhiliang 志亮 disse: ‘chegou o momento’. Mandou os seus companheiros disfarçarem-se de vendedores de peixe, frutas ou de legumes. Estes puseram as mercadorias à beira da estrada como quem contempla a corrida dos cavalos. Jintang 金堂 lançou alguns molhos de flores silvestres no meio da estrada. O cavalo do cacique ao cheirar a fragrância das flores deteve-se. Estava a escurecer, o vento soprava forte, a poeira que o passo do cavalo levantou dificultava a visão, e assim Shen Zhiliang 沈志亮 estendeu uma queixa em letras bárbaras para a apresentar ao cacique inglês (sic). Este inclinou-se para ver a queixa e neste momento Shen Zhiliang 沈志亮 puxou de uma foice lançando-a ao pescoço da vítima e fazendo com que caísse do cavalo. O cacique puxou da pistola, mas não conseguiu disparar, por causa das dores que tinha. Aproveitando-se disto, Shen Zhiliang 沈志亮 cortou- -lhe a cabeça. Como a vítima se tinha vangloriado do braço, desmembrou-lhe logo a seguir o braço e tudo enterraram nuns baldios. Jintang 金堂 tentou matar o acompanhante, um cacique de Xiyang 西洋, que conseguiu fugir a galope para dentro (sic) da Porta do Cerco. Jintang 金堂 disse (à assistência): ‘Este diabo era um arqui-criminoso, de modo que tanto as nossas autoridades como o nosso povo, não ficariam descansadas, enquanto o não tivessem na mão. É escusado perguntar o porquê’. Todos os bárbaros, mortos de medo, não se atreveram mais a passear a cavalo. Os 13 hongs (hang 行) ficaram abalados com este acontecimento. Qualquer chinês, ao ter conhecimento do sucedido, saltou de alegria e organizou festas para o celebrar. Um pouco recompostos do susto, os bárbaros, instigados por gente vil, oficiaram ao Vice-Rei solicitando a entrega dos assassinos. O Vice-Rei não quis aceder ao pedido. Temendo que isso pudesse dar lugar a um conflito armado, quis entregar algun(s) condenado(s) à pena capital para substituir o(s) atacante(s). A gente vil fez com que os bárbaros pedissem a restituição da cabeça do cacique morto, como prova da autenticidade do processo. O Vice-Rei viu-se obrigado a contactar, com extrema urgência, Bao, convencendo-o a fazer com que Shen Zhiliang 沈志亮 se entregasse. Este, juntamente com Jintang 金堂, desenterrou a cabeça e o braço do cacique e foram à capital provincial, onde se entregaram às autoridades judiciais, sendo logo encarcerados. Jintang 金堂 disse a Shen Zhiliang 沈志 亮: ‘Tu não tens filhos, mas a tua mãe precisa de ti, de modo que mais vale eu sozinho reconhecer-me culpado’. Contudo, quem foi logo executado foi Zhiliang 志亮. O Vice-Rei, com medo que isto acabasse por provocar um motim popular, mandou expor o cadáver ao anoitecer e Jintang 金堂 foi castigado com a pena do cumprimento de serviço militar nas zonas de fronteira. Isto aconteceu no … dia da … lua do 28.º ano do Reinado de Daoguang. Bao foi ter com o Vice-Rei. Disse este ao visitante: ‘mandei executá-lo com lágrimas nos olhos. Ainda agora não paro de soluçar. ’Será atribuída à mãe uma pensão de sangue no valor de mil taéis’. Toda a gente, ao ter conhecimento disto, o considerou uma grande injustiça. Os descendentes dos defuntos cujos restos mortais foram destruídos aquando da construção da estrada, cada vez que prestam homenagem aos seus antepassados, fazem-no primeiro, simbolicamente, a Shen Zhiliang 沈志亮. Mais tarde foi erguido um templo em sua homenagem. Jintang 金堂 também tem um lugar no mesmo templo. Jintang 金 堂, natural de Mongha (Wangxia 望廈), morreu na cadeia”. [J.G.P] Bibliografia: Choubanyiwushimo [Relação Completa da Gestão dos Assuntos dos Bárbaros], (Peiping, 1930); Dierci Yapian Zhanzheng [A 2.ª Guerra do Ópio], (Xangai, 1979); Guangdong Aaomen Dang’an Shiliao Xuanbian [Documentos Seleccionados sobre Macau Depositados no Arquivo Provincial de Guangdong], (Pequim, 1999); GUO Weidong, “Lum Yamale Anjian Yu Aomen Weiji” [A propósito do caso de Ferreira do Amaral e a crise de Macau], in Revista de Cultura, n.º 45, (Macau, 2002); JIN Guo Ping; WU Zhiliang, Dongxiwangyang [Em Busca de História(s) de Macau Apagadas pelo Tempo], (Macau, 2002); PONG, David, A Critical Guide to the Kwangtung Provincial Archives, depositado no Public Record Office of London, (Londres, 1975); Qingshilu [Crónica Verídica da Dinastia Qing], ed. facsimilada, Public Record Office, British Foreign Office Record, 931/803(Taipé, 1960); SALDANHA, AntónioVasconcelos de, Estudos Sobre Relações Luso-chinesas, (Lisboa, 1996); SILVA, Maria Teresa Lopes da, Transição de Macau para a Modernidade 1841-1853: Ferreira do Amaral e a Construção da Soberania Portuguesa, (Lisboa, 2002); Ta-Ssi- Yang-Kuo, Arquivos e Anais do Extremo-Oriente Português, vol. 2 (Macau, 1995); TEIXEIRA, Padre Manuel, Vultos Marcantes em Macau, (Macau, 1982); TEIXEIRA, Padre Manuel, Os Militares em Macau, (Macau, 1976); WU Zhiliang, Segredos de Sobrevivência O Sistema Político e o Desenvolvimento Político de Macau, (Macau, 1999); YE Zhiliang, Aomen Lishi de Zhuanzhedian [Ponto de Viragem na história de Macau: O Governo de Ferreira do Amaral], dissertação de mestrado, (Macau, 1998); Zhongshan Wenxian [Documentação de Zhongshan], vol. 6, (Taiwan, 1985); Zhonguo Jindaishi Ziliaocongkan [Colecção de Documentos da História Moderna da China], Vol.VI.

1849

Nome de uma localidade em Zhuhai珠海. Passaleão é o aportuguesamento do topónimo cantonense Pâk Sán Lêng (Beishanling 北山嶺). Literalmente, quer dizer Colina do Monte do Norte. Fica a nordeste de Macau. Contava com uma fortaleza que se chamava Latashi Paotai 拉塔石砲臺 [Fortalezada Pedra de Lata], conhecida nas fontes portuguesas como Fortaleza de Passaleão. Após o assassínio do GovernadorJoão Maria Ferreira do Amaral, verificado em 22 de Agosto de 1849, um destacamento português chefiado por Vicente Nicolau de Mesquita ocupou em 25 do mesmo mês, pela dez horas da manhã, as Portas do Cerco, o que foi respondido pela Fortaleza de Passaleão, com disparos de artilharia. Como represália, as forças portuguesas assaltaram a Fortaleza de Passaleão, o que foi assistido pelas autoridades de Macau e o corpo diplomático acreditado no Território, a partir da Fortaleza do Monte. [J.G.P.]Bibliografia: LI Pengzhu, Aomen Gujin [O passado e o Presente de Macau], (Macau, 1988); SALDANHA, António Vasconcelos de; JIN Guo Ping, Para a Vista do Imperador. Memoriais da Dinastia Qing sobre o Estabelecimento dos Portugueses em Macau (1808-1887), (Macau, 2000); TEIXEIRA, Padre Manuel, Toponímia de Macau, 2 vols., (Macau, 1979); TEIXEIRA, Padre Manuel, Vultos Marcantes em Macau, (Macau,1982); WANG Wenda, Aomen Zhanggu [Episódios de Macau], (Macau, 1997); Zhongshanwenxian [Documentação de Zhongsgan], 8 vols., (Taiwan, 1985).

1874

No dia 22 de Agosto de 1874, o Spark da “Hong Kong Macao Canton Steam Navigation”, quando vinha de Cantão para Macau, foi saqueado, sendo assassinado o Capitão Mundy e feridos vários portugueses e outros indivíduos.

1879

No Edital de 22 de Agosto de 1879, o Procurador interino dos negócios sínicos, Leoncio Alfredo Ferreira, faz saber que o seguinte: São os médicos chinas avisados que deverão dar parte a esta repartição todas as vezes que no exercício da sua profissão tiverem conhecimento de algum caso de cólera ou de outra epidemia, a fim de serem tomadas as convenientes medidas preventivas.'

1904

Político e líder comunista chinês, é um dos veteranos mais conhecidos da revolução comunista chinesa. Na era pós-Mao e durante a década 80 do século XX, foi o líder carismático do Partido Comunista da China, a quem se deve o abandono das políticas da Revolução Cultural, o início da modernização e o rápido crescimento económico dos últimos 30 anos na China. Foi, assim, o principal inspirador da reacção contra o Maoísmo e da introdução das últimas grandes reformas políticas e económicas na China (1980-1990). É considerado o político chinês mais importante, depois de Mao Zedong 毛澤東, e o 'pai' da China moderna. Nascido em 22 de Agosto de 1904, na populosa pro- vínciadeSichuan四川, Deng鄧, aos 16 anos, foi para França, como estudante-trabalhador. Em 1924, filiou-se no Partido Comunista da China, através de Zhou Enlai 周恩來 (1899-1976). Ligado ao Partido Comunista desde a juventude, entrou rapidamente no círculo que veio a ser a liderança do Partido Comunista da China, começando assim uma longa carreira política. Em 1926, tornou-se uma ctivista político em Moscovo e trabalhou com Zhou Enlai 周恩來, em Xangai 上海. Em 1929, foi enviado para a Província de Guangxi 廣西, onde ocorria uma rebelião camponesa (1929- 1934),com o objectivo de enquadrar o movimento e transformar os camponeses em guerrilheiros comunistas. Em 1930, partiu para o norte, com o intuito de se juntar a Mao Zedong 毛澤東. A 7 de Novembro de 1931, após a proclamação de Ruijin como “Capital Vermelha”, Deng 鄧 foi destacado para zonas remotas recém-conquistadas, para estabilizar a situação. Em 1934, as tropas comunistas, estando cercadas pelas forças do Guomindang 國民黨 (Partido Nacionalista), abandonaram os seus domínios, iniciando assim a mítica Grande Marcha, comandadas por Mao Zedong 毛澤東. Até à Revolução Cultural, Deng 鄧 mereceu a total confiança de Mao, que o considerava como um dos seus homens mais capazes. Em 1945, ele e Liu Bocheng 劉伯承, seu conterrâneo, comandaram o 2.º Corpo de Campanha do Exército de Libertação Popular, que combateu as forças invasoras japonesas na guerra de resistência contra o Japão e as tropas do Partido Nacionalista, na Guerra Civil (1946-1949). Em 1951, dirigiu a libertação pacífica do Tibete. Em 1952, foi transferido para Pequim北京, onde passou a desempenhar as funções de vice primeiro-ministro, acumulando a pasta ministerial das finanças. A nível partidário, foi responsável pela elaboração da lei eleitoral. Após a Guerra da Coreia (1950-1953), coordenou o projecto secreto da “Terceira Linha”, idealizado por Mao Zedong毛澤東, que procurava transferir para as zonas mais remotas do país toda a infraestrutura industrial e de defesa, consideradas extremamente importantes. Em 1955, Deng 鄧 chegou ao Politburo e assumiu as funções de secretário-geral, até à Revolução Cultural, sendo aí considerado o quarto, na hierarquia, em toda a China. Após o fracasso do 'Grande Salto Em Frente', Mao 毛bé destituído do comando da economia chinesa, ficando a mesma a cargo de Dengb鄧. Durante a Revolução Cultural (1966-1969), Deng 鄧 foi suspenso e afastado dos cargos do governo e do partido, dado ter sido classificado como o número dois dob'grupo seguidista do capitalismo', liderado por Liu Shaoqi 劉少奇, grande rival de Mao 毛. Foi reabilitado em 1973 por Zhou Enlai 周恩來 e Mao Zedong 毛澤東, assumindo novamente o seu cargo de vice primeiro-ministro. Em 1975 retornou ao Politburo. Em 1976 é afastado novamente e preso pelo 'Bando dos Quatro', liderado pela viúva de Mao 毛, Jiang Qing 江青. Deng 鄧 conseguiu impor-se, definitivamente, em 1978, tornando-se o homem forte do país. A partir de 1979, afastou-se dos postulados maoístas e com bateu os opositores radicais, especialmente o chamado 'Bando dos Quatro'. Tornou-se presidente da Comissão Militar Central do Partido Comunista da China (1981), cargo que exerceu até à sua renúncia (1990). Nas décadas dos anos 80, promoveu uma política económica pragmática, suprimindo o centralismo e dissolvendo a obrigatoriedade da economia colectiva, estimulando a abertura económica da China ao ocidente e criando as ZEE (Zonas Económicas Especiais). Deng鄧, sendo um reformador moderado e nacionalista, desde o seu reaparecimento na vida política da China que vinha alimentando uma ardente aspiração de a tornar economicamente forte e politicamente poderosa, em termos internacionais. Nesse esforço, foi pragmático e perseverante, como foi toda a sua carreira política, numa tentativa de manter o Partido Comunista no poder e modernizar a China. Para tal, é preciso uma China unida, uma liderança forte e a energia do povo chinês. Na opinião de Deng 鄧, tudo isto só poderia ser alcançado sob a liderança do Partido Comunista da China. Deng 鄧 recusou-se a liberalizar a política, pelo que surgiram vários movimentos reivindicando liberdade democrática e pluralismo político. Sem se preocupar com a opinião pública internacional, em 1989, Deng deu ordens para ser feita uma repressão no sentido de esmagar esses movimentos, mantendo-se irredutível na defesa de um partido único com rigoroso controlo sobre qualquer oposição. Em termos de política externa, Deng 鄧 consolidou a China como uma força política ao nível das grandes potências. Levou à prática uma política de aproximação com o Japão e com os Estados Unidos, atraindo capitais estrangeiros para o país. Reaproximou-se do governo soviético (1989) e, junto com Mikhail Gorbatchev, anunciou a normalização das relações entre a China e a então União Soviética. O sobreaquecimento da economia chinesa nos anos 80 do século XX, provocou uma séria inflação, que poderia conduzir a uma recessão. Foi com as suas frequentes intervenções pessoais que manteve o bom ritmo e a orientação correcta das reformas. Em 1992, e como consequência das crises económicas de 1988 e 1989, Deng 鄧 realizou a famosa 'excursão de inspecção ao sul (nanxun 南巡)', em que visitou a Zona Económica Especial de Shenzhen深圳 e outras zonas, com vista a relançar a economia. O seu prestígio e a sua autoridade pessoal impuseram uma nova pujança ao desenvolvimento económico. Foi ele quem lançou a política de 'Um país, dois sistemas', com o que foram resolvidos os problemas de Hong Kong e de Macau, legados pela história. Deng鄧 aposentou-se na qualidade de Presidente da Comissão Militar Central do Partido Comunista da China, em Novembro de 1989, mas continuou a ser influente na vida da China, como ficou evidenciado com a 'excursão da inspecção ao sul (nanxun 南巡)', em 1992. No ano de 1990, afastou-se da cúpula do partido e do comando supremo das Forças Armadas, entregando, pouco a pouco, os poderes ao seu sucessor, Jiang Zemin 江澤民. Faleceu em Pequim 北京, a 19 de Fevereiro de 1997, aos 93 anos. Com toda a justiça, pode-se afirmar que Deng鄧 foi uma das personagens mais marcantes na história chinesa do século XX. Deng é recordado e acarinhado pelo povo chinês como o “Segundo Libertador”, dado que o libertou da pobreza e da miséria. É considerado o 'pai da China moderna'. [J.G.P.] Bibliografia: MACKERRAS, Collin, Mcmillen, Donald H., WATSON, Andrew, Dictionary of the Politics of the People’s Republic of China, (London, 2001); GOODMAN, David, Deng Xiaoping, (London, 1990); SHAMBAUGH, David, Deng Xiaoping: A Portait of a Chinese Statesman, (Oxford, 1995); CHANG, David W., Zhou Enlai and Deng Xiaoping in the Chinese Leadership Succession Crisis,(Lanham,1984);DENG Maomao, Deng Xiaoping: My Father, (New York, 1995); DENG Rong, Deng Xiaoping and the Cultural Revolution: A Daughter Recalls the Critical Years, (Beijing, 2002); DENG Xiaoping, Selected Works of Deng Xiaoping,(Beijing,1984-94); DOMENACH, Jean-Luc, La Chine après Deng, (Paris, 1997); WEISS, Julian, The New Hegemony: Deng Xiaoping’s China Faces the World, (Washington, 1988); MISRA, Kalpana, From post-maoism to post-marxism: The Erosion of Official Ideology in Deng’s China, (New York, 1998); MEISNER, Maurice, The Deng Xiaoping Era: An Inquiry into the Fate of Chinese Socialism, 1978-1994, (1996); CANNON, Terry and JENKINS, Alan, The Geography of Contemporary China:The Impact of Deng Xiaoping’s Decade, (London,1990); Textos Escogidos de Deng Xiaoping, 3 vols., (Beijing, 1994-1995); WEI-WEI Zhang, Ideology and Economic Reform under Deng Xiaoping1978-1993, (London, 1996); LAM, Willy Wo-Lap, China after Deng Xiaoping, (Singapore, 1995).

1919

No dia 22 de Agosto de 1919, foi nomeado Camilo de Almeida Pessanha para substituto de Juiz do Tribunal Privativo dos Chinas de Macau, durante o ano de 1919. (Arquivo Histórico de Macau – F.A.C., P. n.° 437- S-N).

1921

No dia 24 de Agosto de 1921, conforme o Fundo da Administração Civil do Arquivo Histórico de Macau, processo n.° 234: autorização foi concedida ao Administrador do Concelho de Macau para fornecer a Charles Ricou, Director Gerente da Macao Aerial Transport Co. Ltd. certidão da notificação que, em 22 de Agosto de 1921 e por determinação do Governo da Província, foi feita ao referido indivíduo pela Administração do Concelho de Macau.

1936

No dia 22 de Agosto de 1936, o B.O. n.° 44 publica o famoso Decreto-Lei n.° 27.003, que exige a qualquer funcionário do Estado e Serviços Autónomos, antes da posse, interina ou efectiva, a declaração anti comunista, como era conhecida, mas que refere exactamente que o cidadão 'está integrado na ordem social estabelecida pela Constituição Política de 1933, com activo repúdio do comunismo e de todas as ideias subversivas'.

1936

No dia 22 de Agosto de 1936, o Diploma Legislativo n.° 498, publicado no B.O. n.° 34, concede gratuitamente à Comissão Municipal das Ilhas um terreno destinado a cemitério chinês, situado a sueste da Baía de Pac On, na Taipa, entre a estrada da Ponta da Cabrita e a carreira de tiro. (Cfr. 1937, B.O. n.° 2, de 9 de Janeiro).

1945

Joel José Choi Anok, aliás Tsui Nok Chi, faleceu em Macau a 22 de Agosto de 1945. Nascido em S. Lourenço a 17 de Março de 1867. Em novo, já servidor do Estado, visitou, em companhia dos Governadores de então, váias cidades. Foi admitido na capitania dos Portos, e colocado a bordo dos navios: Tâmega, Tejo, Zaire, Dio, Liberal e Corveta Estefânia. Anos depois foi a Portugal na companhia do Governador Custódio Borja, e ali foi colocado na Marinha, em Lisboa, onde exerceu a função de dispenseiro de 1ª classe, por nove anos. Voltando para Macau foi nomeado para prestar serviços na Estação Naval a bordo da canhoneira 'Liberal'. Pouco depois, foi nomeado Fiel do Palácio, função essa que exerceu por 35 anos com inexcedível e competência. Uma vez aposentado pôde desviar e empregar a sua actividade em obras filantrópicas. Assim, fez parte de várias associações chinesas de beneficência da Colónia, onde a sua acção muito se fez sentir. Em 1918, foi eleito vogal da Comissão Directora do Hospital Chinês Kiang Wu, sendo nomeado director encarregado do pavilhão dos doentes internados. Em 1922 foi eleito vogal da Comissão Directora da Associação de Beneficência Tong Sin Tong, sendo presidente da mesma desde 1930 até morrer. Sob a sua presidência, a referida Associação, com o fim de estabelecer uma fonte segura de receitas para sua manutenção e para obras de beneficência, adquiriu muitos prédios com fundos angariados por subscrições. Fez também instalar na mesma Associação uma escola gratuita primária de ambos os sexos, para ensino de chinês e português. Foi ainda Presidente da Comissão Directora do Colégio de Santa Rosa de Lima, entre outras escolas, Conselheiro da Acção Católica Chinesa; Presidente da Sociedade de S. Vicente de Paulo da frequesia de S. Lázaro; Vice-Presidente da Comissão Encarregada da Repatriação dos chineses necessitados; Presidente da Comissão dos Festejos das Canonização de S. João Bosco; Presidente da Associação de Socorros Mútuos. Os fundos angariados por ele em benefício de várias associações são calculados em mais de 400.000 patacas. Possuia várias condecorações.

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