Surgimento e mudança da Ribeira Lin Kai de San Kio
Macau e a Rota da Seda: “Macau nos Mapas Antigos” Série de Conhecimentos (I)
Escravo Negro de Macau que Podia Viver no Fundo da Água
Que tipo de país é a China ? O que disseram os primeiros portugueses aqui chegados sobre a China, 1515
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Trata-se de um significativo conjunto de cerca de seis mil folhas manuscritas, cronologicamente situadas, na sua grande maioria, entre meados do século XVIII e a primeira metade da centúria seguinte. A temática desta documentação diz respeito às relações entre as autoridades portuguesas e chinesas a propósito do território de Macau, versando múltiplos e variados temas, no âmbito dos contactos ofic
Após meses de preparação, a caravana constituída por três Mitsubishi Pagero, baptizados com os nomes de Macau, Taipa e Coloane partiram, do simbólico Jardim Camões, em Macau, para o II Raide Macau-Lisboa, no dia 27 de julho de 1990.
Chegamos a ver fotografias antigas de Macau, cujos cenários são irreconhecíveis. Agora o fotojornalista Gonçalo Lobo Pinheiro coloca as fotografias antigas de Macau nos cenários actuais, permitindo-nos viajar nos diferentes tempos ......
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No dia 9 de Agosto de 1640, resolveu o Senado pedir a todos os moradores que contribuíssem, voluntariamente, com o que pudessem para socorrer a fortaleza de Malaca, que há 50 dias se encontrava cercada por 12 naus holandesas, havendo informação de que vinham mais barcos inimigos, além de uma poderosa armada do Rei de Achem. Ao que parece, ainda não havia notícia do desastre da embaixada do Japão.
No dia 28 de Julho de 1669, entrou no porto o patacho de Miguel Grimaldi, tendo por capitão José Pinheiro, que trouxe parte do empréstimo feito a Macau pelo Rei do Sião, na totalidade de 665 cates de prata. (Na época, cada c. prata = 3 mil cruzados). O Senado acabou o reembolso ao Sião em prestações, no primeiro quartel do século seguinte. No dia 10 de Agosto de 1669, vindo do Sião, entrou o patacho de D. Catarina de Noronha, filha do ex-Capitão- Mor Manuel da Câmara de Noronha, viúva e rica.
No dia 9 de Agosto de 1698, tomou posse da capitania e governo de Macau Pedro Vaz de Siqueira, filho do embaixador no Japão, Gonçalo de Siqueira e Sousa. Participou na reconquista de Ceilão e na defesa de Cochim, em 1659-1663. Seu filho António Siqueira Noronha foi também Governador de Macau. (Cfr. Silva, Beatriz Basto da. Cronologia da História de Macau. Macau, Livros do Oriente, vol. I, 3.ª ed., 2015, 1654, Junho, 3 e 6; e 1685, Abril, 7).
No dia 9 de Agosto e 1748, foi reformada a estada dos chineses residentes na cidade, proibindo-se os proprietários de lhes alugar os seus chalés, boticas e casas, a não ser àqueles que negociassem em comestíveis e aos artífices, devendo ser aquartelados o mais possível no bazar, sendo ao mesmo tempo ordenada a construção duma muralha, desde as casas de António José da Costa até ao gudão (armazém) da Praia Pequena, a fim de se evitarem os contínuos embarques e desembarques dos chineses na cidade. Foram também proibidos o estabelecimento de quaisquer lojas chinesas de comestíveis ou bebidas fora do bazar e o aluguer de lojas situadas nas praias.
Este antigo residente de Macau, conhecido na literatura portuguesa como o prussiano Reverendo Carlos Gurzlaff, pastor protestante da Sociedade Missionária Holandesa, nasceu em 8 de Julho de 1803, em Pyritz, na província da Pomerânia, hoje situada no norte da Polónia, junto ao Báltico, e morreu a 9 de Agosto de 1851, em Hong Kong, prematuramente com 48 anos de idade ou 49 anos segundo o obituário do jornal Friend of China. Este europeu de expressão alemã gozou da reputação de grande sinólogo, contribuindo para tal a sua grande erudição e formação de base. Era médico e pastor evangelista. Apesar de ter introduzido a acção médica missionária na China, com onze anos de antecipação da Missão Médica de Edimburgo, a sua obra missionária é pouco referenciada. Em Macau, George Chinnery retratou-o a lápis, vestido de marinheiro Fuquinense, no regresso de uma grande viagem pela China Imperial, em 1832, pouco tempo depois da sua chegada a Macau. Eternizou-se como escritor público de assuntos chineses, escritor, ensaísta, jornalista, não se conhecendo infelizmente nenhuma biografia em português ou inglês, a que não será talvez alheio o facto de não ser um pastor britânico e ser considerado uma pessoa não grata pelas autoridades chinesas, que acusam o seu grupo de se ter infiltrado na China com objectivos de espionagem, ao serviço de Sua Majestade britânica, camuflados pela religião ou pelo exercício de Medicina. Foi considerado, conjuntamente com o britânico Robert Morrisson (m. 1834) e com o sueco Ander Ljungstedt (m. 1835), um dos três mais brilhantes sinólogos estrangeiros que residiram em Macau na primeira metade do século XIX, no seu período cosmopolita. Se estes dois primeiros sinólogos, são bem conhecidos dos historiadores portugueses e foram muito tributários dos sinólogos portugueses que os antecederam, Gutzlaff, mais novo, chegou a Macau 23 anos depois de Morrison. Representa a segunda geração de pensadores protestantes que apartaram Macau e se tornaram sinólogos. Em primeiro lugar, recorda-se o britânico Robert Morisson, que ficará sempre na história por ter sido o responsável pela tradução da Bíblia (Novo Testamento) para o Chinês, mas cuja obra é muito mais vasta; e em segundo lugar o sueco Anders Ljungsredt, pelas contribuições que deu ao desenvolvimento do comércio internacional na China, pela primeira história impressa de Macau e colaboração no Chinese Repository. Ambos jazem no Cemitério dos Protestantes em Macau e fizeram escola. Sucedeu-lhes uma segunda geração de estrangeiros, de que Gutzlaff é a figura mais eminente. Pode-se considerar o sinólogo mais notável desta geração que se radicou em Macau e que incluiu John Morrison, nascido em Macau e filho de Robert, falecido em 1843, com 29 anos, estando indigitado para Secretário Colonial de Hong Kong. Gurzlaff foi conjuntamente com John Morrison e o Dr. Colledge um dos três grandes animadores da publicação do Chinese Repository (Cantão 1832-1851), que em muito divulgou a cultura chinesa nos meios anglo-saxónicos. Gurzlaff foi dos intelectuais que melhor aproveitaram o trampolim de Macau, no seu processo de aquisição de conhecimentos sobre o Império Chinês, cujos segredos desvendou e deu a conhecer ao mundo do seu tempo, através da sua notável obra, sendo os seus principais livros publicados na Inglaterra e posteriormente na Alemanha. No Reino Unido tiveram um grande impacto, contribuindo para uma nova e mais objectiva percepção da China Imperial, nas vésperas da fundação de Hong Kong. De referir que na altura (1.a metade do século XIX) o próprio ensino de chinês a estrangeiros era considerado um crime contra o Estado, quanto mais terá sido a publicação de uma extensa monografia sobre a China, dando a conhecer a geografia, a economia, sistemas administrativos, recursos orçamentais, efectivos e despesas militares, etc. Acresce que as suas grandes viagens pela costa chinesa se efectuaram nos clippers, navios cuja principal carga distribuída nas costas chinesas era clandestinamente o ópio. Em poucos anos do Oriente ganhou uma enorme reputação e o seu conselho foi considerado indispensável pelas autoridades britânicas nas inúmeras negociações que na época foram travadas entre estas e as autoridades chinesas. Tendo integrado jovem a Sociedade Missionária Holandesa, veio para o Oriente com cerca de 24 anos e trabalhou em Java e na Tailândia, cerca de 3 anos, sendo que posteriormente, desembarcou em Macau em 1830, com o objectivo de alargar a acção da Sociedade Missionária de Londres, à acção médica missionária. Algumas fontes indicam por lapso que chegou a Macau 1834, mas esta data éinaceitável, porque ele publicou relatos de grandes viagens na China, datando a primeira de 1831. Na altura, a delegação da Missão para a China estava sediada em Macau, tendo sido fundada em 1807 por Robert Morrisson, que à data já completara a tradução do Novo Testamento, de uma gramática chinesa e um Dicionário Sino-Britânico. Estes trabalhos mobilizaram uma equipa de missionários, dando origem a uma nova escola ocidental de sinólogos. Apenas cerca de três anos depois do seu desembarque iniciou a publicação de diversas obras que o tornam o mais lido sinólogo ocidental da primeira metade do século XIX, das quais se destacam, logo em 1834, duas volumosas obras Journal of Three Voyages along the Coast of China in 1831, 1832 and 1833, e Sketch of Chinese History, Ancient and Modern. Não é claro se iniciara alguma aprendizagem do chinês antes da sua chegada a Macau, mas soube aprender rapidamente chinês, aproveitando muito do que os seus correligionários tinham escrito e tirando partido das suas grandes viagens na China Imperial. Presumivelmente, existem pelo menos na segunda obra co-autorias anónimas, que são naturalmente de missionários ou de comerciantes que com ele colaboraram no Chinese Repository. China Opened, publicado em Londres, em 1938, foi a sua consagração. Este último livro foi a sua melhor obra e a mais completa monografia até então publicada sobre a China, com um impacto adiante analisado. Para a feitura desta obra terá beneficiado deter desempenhado funções no secretariado chinês da Comissão Inglesa. Pertencendo ao grupo que defendiaa indissolubilidade da liberdade religiosa e da liberdade comercial, foi um claro apoiante da abertura da China ao exterior e das teses expansionistas dos principais comerciantes ingleses. Durante a Guerra do Ópio serviu as autoridades britânicas, e nas negociações do processo de paz o seu conhecimento da China e do seu povo foi considerado extremamente útil pelas autoridades britânicas. É fascinante a forma rápida como apreendeu chinês e soube tirar partido das suas viagens; a forma rápida como se tornou sinólogo e a notável obra que acumulou nos primeiros dezanos da sua estadia na Grande China, a qual, ao todo, durou apenas 21 anos. Para além dos livros acima mencionados, é-lhe atribuída colaboração na tradução ou eventualmente revisão da tradução de alguns livros da Bíblia, na fundação de um jornal chinês e na publicação de diversos livros em chinês com conhecimentos úteis. A sua importância deveu-se fundamentalmente ao impacto que as suas obras tiveram, a que não foi alheia a conjuntura, onde os partidários de uma intervenção armada na China Imperial foram ganhando um peso crescente, no período que mediou entre a fracassada missão diplomática de Lord Amhersr a Pequim em 1816-1817 e a eclosão da Guerra do Ópio em 1840. Após a fundação de Hong Kong, a sua acção centrou-se na missionação, tendo fundado, em 1844, um instituto para formação de missionários nativos, o que não impediu que publicasse Life of TaowKwang,em 1851, ano do seu falecimento. O seu enterro foi acompanhado pelo Governador de Hong Kong, Sir David Jardin, e pelas principais autoridades da colónia britânica, lamentando-se a sua perda e o seu falecimenro prematuro, com menos de 50 anos. Apesar do notável e conhecido trabalho de Robert Morrison como traduror da Companhia das Índias Orientais, e por ter acompanhado embaixadas britânicas, a obra de Carlos Gutzlaff foi a que maior impacto teve no relacionamento sino-britânico, sendo talvez menos citado porque, para além de prussiano, a sua presença no Oriente deveu-se à Sociedade Missionária Holandesa. - Obras. China Opened, 2 vols., 1838; Journal of Three Voyages along the Coast of China in 1831, 1832 and 1833, 1834; A Sketch of Chinese History, 2 vols., 1834. [C.L.G.P.]Bibliografia: PINTO, Carlos Lipari Garcia, Macau Oitocentista e o Impacto da Fundação de Hong Kong, policopiada, (Macau,1994); RIDE, Lindsay; RIDE, May, An East India Company Cemetery Protestant Burials in Macao, (Hong Kong, 1998).
Filho do oficial da Marinha Isidoro Francisco Guimarães e de Maria Gertrudes Ferreira Souto, Isidoro Guimarães nasceu em Lisboa no dia 29 de Abril de 1808. Seguiu a carreira militar na Marinha, o que não o impediu de completar os cursos de Matemática e Filosofia na Universidade de Coimbra. Adepto das ideias liberais, Isidoro Guimarães emigrou para a Galiza, donde partiu para a Inglaterra em Setembro de 1828. Seguiram-se os Açores e o desembarque no Mindelo a 8 de Julho de1832. No mês seguinte, foi nomeado Ajudante de Ordens do Comandante das Forças Navais do Douro e, a partir desta altura, progrediu na sua carreira militar tendo comandado navios importantes, como por exemplo o brigue-escuna Faro, a escuna Amélia, os brigues D. Pedro, Douro e Mondego. A 9 de Agosto de 1849 foi-lhe atribuído o comando da corveta D. João, com o objectivo de realizar uma comissão de serviço que o levou a Angola, Brasil e Macau. Nomeado governador de Macau, tomou posse no dia 19 de Novembro de 1851, tendo permanecido neste cargo cerca de doze anos seguidos, o que foi um contributo importante para garantir a estabilidade política do estabelecimento. Uma outra foi, sem dúvida, o facto de já ter um conhecimento profundo da realidade local, devido à sua permanência em Macau como comandante da corveta D. João I. O seu grande objectivo governativo foi o de garantir a consolidação das conquistas políticas e económicas alcançadas pelo governador João Maria Ferreira do Amaral (1846-1849). Assim, Isidoro Guimarães assumiu, quer a nível interno, quer externo, uma liderança onde se salientou o seu espírito de reformista e de diplomata. O saneamento das finanças de Macau foi uma das primeiras preocupações de Guimarães. A partir de 1856 deixou de socorrer-se das letras enviadas via agência Financial de Londres e viu atingido um dos seus principais objectivos: alcançar o equilíbrio das finanças públicas da Província. Conquista alcançada graças ao facto de ter ao seu dispor novas fontes de rendimento, nomeadamente através da venda de exclusivos: carnes, fantan 番攤, lotaria e ópio cozido. Por outro lado, a actividade comercial girava cada vez mais em torno do tráfico de cules, iniciado no porto de Macau em 1851, assistindo-se também a um incremento de trocas com os portos chineses situados mais a norte, onde pautava uma crescente actividade das lorenas de Macau. Durante a governação de Francisco António Gonçalves Cardoso (1851), antecessor de Guimarães, iniciaram-se contactos não oficiais com as autoridades chinesas no sentido de se tentar o regresso dos comerciantes chineses - hangs 行 - a Macau, por se considerar que a sua saída para Huangpu 黃埔, na sequência da expulsão dos hopos (hubu 戶部) em 1849, estava a ter reflexos negativos na actividade económica do Estabelecimento. Estes contactos prosseguiram durante o governo de Isidoro Guimarães, com o conhecimento do governo de Lisboa e sob a pressão do Leal Senado, que, num relatório datado de 1852 propôs o regresso do hopo {hubu 戶部) e dos hangs 行. A dificuldade em obter resultados imediatos com as reformas económicas introduzidas por Ferreira do Amaral, expressas fundamentalmente em torno da franquia do porto, levava a que a elite s6cio-política da Cidade olhasse para o regresso ao passado como a alternativa possível. Por seu lado, dando resposta às informações que chegavam de Macau, o governo de Lisboa preparou um decreto que abria a porta à reinstalação dos hopos (hubu 戶部), deixando contudo a sua publicação ao cuidado do governador, que seria a pessoa mais bem colocada para julgar, em última instância, sobre a pertinência da decisão. Os contactos mantidos por Isidoro Çuimarães com as autoridades chinesas rapidamente o fizeram compreender que o recuo da administração de Macau face os hopos (hubu 戶部) iria ter implicações políticas que colocariam em causa a autonomia alcançada por João Maria Ferreira do Amaral. Por isso, em Fevereiro de 1853, o governador informou o governo de Lisboa que manteria suspensa aquela legislação enquanto não houvesse certezas inequívocas da necessidade do regresso dos hopos {hubu 戶部) e dos hangs 行 a Macau. Esta decisão exigiu redobrados cuidados no sentido de atingir a saneamento financeiro do Estabelecimento, sob pena de ser acusado de uma má opção quanto à política alfandegária que seguiu. Ao nível da política externa, importa realçar a acção diplomática desenvolvida pelo governo de Isidoro Francisco Guimarães em todo o Extremo Oriente, tendo como objectivo afirmar a presença portuguesa no novo contexto político e económico aberto com a I Guerra do Ópio. Neste sentido, deslocou-se a Banguecoque, onde assinou no dia 10 de Fevereiro de 1859 um Tratado de Amizade, Comércio e Navegação com o governo do Sião. No ano seguinte, foi a vez do Japão. Na sequência do processo de abertura deste império ao mundo ocidental Isidoro Guimarães deslocou-se a Iedo, onde assinou também um tratado em nome de Portugal, no dia 3 de Julho de 1860. Mas a sua missão mais difícil revelou-se na obtenção de um acordo com o governo de Pequim. Dificuldades acrescidas, devido à situação política e social que o Celeste Império conheceu ao longo da década de 1850: a revolta Taiping 太平 e as novas Guerras do Ópio (1856-1860), não obstante a política de neutralidade seguida por Macau, não facilitaram o caminho para a celebração de um tratado entre Portugal e a China. Por outro lado, ao contrário das expectativas então alimentadas, não se verificou o apoio da Grã-Bretanha, conforme foi insistentemente solicitado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros português. Por isso, só em 1862 é que foi possível alcançar o desejado tratado luso-chinês. Isidoro Francisco Guimarães, acompanhado por António Feliciano Marques Pereira (secretário), João Rodrigues Gonçalves (intérprete) e Jerónimo Osório de Castro Cabral e Albuquerque (adido), chegou a Pequim no dia 9 de Junho de 1862. Ao longo de um difícil processo negocial, Isidoro Guimarães pretendeu garantir as vantagens económicas que a China já havia concedido a outras potências, e ainda obter o reconhecimento de que Macau era território português, como forma de reforçar a autonomia conquistada por Ferreira do Amaral através da sua política do 'facto consumado'. Finalmente, no dia 13 de Agosto de 1862, Isidoro Francisco Guimarães, na sua qualidade de ministro plenipotenciário, e Hang Ki (Heng Qi 恆祺), alto comissário imperial, assinam em Tianjin 天津 um tratado de amizade e comércio. Isidoro Francisco Guimarães regressou a Macau e pediu a demissão das funções governativas que já desempenhava há cerca de doze anos, alegando motivos de saúde, e no dia 29 de Janeiro entregou a governação ao Conselho de Governo, embarcando de seguida para Hong Kong. A sua saída motivou várias manifestações de apreço pelo trabalho que desenvolveu no Território, por parte da comunidade chinesa e portuguesa. Uma vez em Lisboa, Isidoro Guimarães desempenhou as funções de Inspector Geral do Arsenal e Intendência da Marinha de Lisboa. A partir de 1865 iniciou também uma carreira política, ocupando o cargo de deputado durante alguns meses desse ano. Em Setembro foi escolhido para a pasta de Ministro e Secretário de Estado dos Negócios da Marinha e Ultramar, cargo que desempenhou até 4 de Janeiro de 1868. De Setembro a Novembro de 1865 acumulou ainda com a pasta da Guerra. Depois de deixar as funções governativas, em 31 de Dezembro de 1868, Isidoro Guimarães foi nomeado vogal da Junta Consultiva do Ultramar e passou a vice-presidente no dia 3 de Fevereiro de 1869. Antes, em Janeiro já havia sido indigitado para Director Geral da Marinha. Três anos depois, Isidoro Guimarães virou novamente a sua atenção para Macau, ao presidir a um grupo de trabalho que tinha por missão elaborar um novo plano de organização militar do Território. A 8 de Janeiro tomou posse como Par do Reino. A sua brilhante carreira militar e política valeram-lhe numerosas condecorações, louvores e reconhecimentos pelo trabalho e empenho que sempre demonstrou em todos os cargos que ocupou ao longo da sua vida, como, por exemplo, título do Conselho de Sua Majestade Fidelíssima (1851), Visconde da Praia Grande de Macau (1862), oficial da Ordem de S. Maurício e S. Lázaro por concessão do rei de Itália, medalhas de D. Pedro e D. Maria, e Ajudante de Campo honorário do rei D. Luís. Isidoro Francisco Guimarães faleceu em Lisboa, no posto de vice-almirante, no dia 17 de Janeiro de 1883. [A.G.D.] Bibliografia: DIAS, Alfredo Gomes, 'Isidoro Francisco Guimariies. Um Governador e Três Tratados', in MacaU, n.o 32,(Macau, 1994), pp.59~65; DIAS, Alfredo Gomes, Sob o Signo da Transição, (Macau, 1998); REGO, José de Carvalho e, Figuras d'Outros Tempos, (Macau, 1994); VASCONCELOS SALDANHA, António; SANTOS ALVES, Jorge (dirs.), Governadores de Macau, (Macau, 2013).
No dia 9 de Agosto de 1859, o Procurador da Cidade, Lourenço Marques, informou o Governador que, tendo visitado minuciosamente os estabelecimentos dos colonos chineses, sitos na Ponta da Rede, na Praia do Manduco, Gamboa, Palanchica, Tarrafeiro e casas chamadas da Filarmónica, no Campo de Sto. António, estes quatro ultimamente abertos, os encontrou bons e satisfeitos com comida, asseio, etc, não entrando os colonos nos referidos estabelecimentos sem serem primeiramente interrogados por ele, o Procurador, e assinarem o contrato, na Procuratura, perante duas testemunhas. Os que não quisessem emigrar, eram reenviados às suas terras com passagens pagas, a fim de se evitarem os abusos cometidos pelos corretores chineses. (Cfr. Silva, B.B. da, Emigração de Cules - Dossier Macau - 1851-1894. Ed. Fundação Oriente. Macau, 1994).
Pelo Edital de 9 de Agosto de 1881, o bacharel António Marques de Oliveira, procurador dos negócios sínicos de Macau, faz saber o seguinte: Tendo alguns chefes de lojas de carpinteiros representado que os carpinteiros seus empregados têm feito greve e procuram, por meio de ameaças, impedir que sejam empregados nestas lojas operários novos que foram mandados vir de fora, faz saber pelo presente Edital a todos os carpinteiros em geral que, sendo nesta cidade completamente livre o trabalho, podem os chefes das lojas empregar quaisquer operários que lhes convierem, pelo preço e com as condições que de mútuo acordo seestipularem, e por isso serão castigados com todo o rigor da lei todos aqueles que por ameaças ou quaisquer outros meios ilícitos estorvarem o trabalho de operários pacíficos e promoverem desordem e distúrbios na cidade. Outrosim faz saber que as greves são crimes punidos pelo código penal, sendo mais rigorosa a pena contra os que as promovem.
Pelo Anúncio de 9 de Agosto de 1918 da Administração do Concelho de Macau, todos os interessados são chamados para comparecerem nesta Secretaria, afim de ali examinarem os documentos e planta concernentes à expropriação dos prédios números 2, 4, 6, 8, 10, 14, 16, 18, 20, 22, 24, 5, 7, 9, 11, 13, 15, 17 e 19, situados na Rua das Hortas (Mong-Há) e fazerem as reclamações e observações que julgam convenientes acerca da referida expropriação.
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