Surgimento e mudança da Ribeira Lin Kai de San Kio
Macau e a Rota da Seda: “Macau nos Mapas Antigos” Série de Conhecimentos (I)
Escravo Negro de Macau que Podia Viver no Fundo da Água
Que tipo de país é a China ? O que disseram os primeiros portugueses aqui chegados sobre a China, 1515
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Trata-se de um significativo conjunto de cerca de seis mil folhas manuscritas, cronologicamente situadas, na sua grande maioria, entre meados do século XVIII e a primeira metade da centúria seguinte. A temática desta documentação diz respeito às relações entre as autoridades portuguesas e chinesas a propósito do território de Macau, versando múltiplos e variados temas, no âmbito dos contactos ofic
Após meses de preparação, a caravana constituída por três Mitsubishi Pagero, baptizados com os nomes de Macau, Taipa e Coloane partiram, do simbólico Jardim Camões, em Macau, para o II Raide Macau-Lisboa, no dia 27 de julho de 1990.
Tendo saído de Goa em Abril e de Malaca em Julho de 1562, entram em Macau a 24 de Agosto deste ano os padres jesuítas Luís Fróis e Giovanni Battista de Monte, na companhia de Diogo Pereira. Vêm com o Capitão-Mor Diogo Pereira, fidalgo muito rico e grande amigo de S. Francisco Xavier, com quem integrara a embaixada à China, em 1552, malograda pelas intrigas urdidas pelo capitão da Fortaleza de Malaca, D. Álvaro de Ataíde da Gama, seu inimigo pessoal. Diogo Pereira ficou governando Macau, que tinha então 800 moradores.
No dia 23 de Agosto de 1562, Diogo Pereira é agraciado com a mercê régia de uma embaixada à China (que não se realizará) acrescentada ao cargo de capitão-de-terra de Macau, independente do capitão-mor da viagem. Ao que parece, o número de moradores e seus problemas já exigiam árbitro permanente. (De ter presente a miscigenação, mesmo com asiáticos, os escalões sociais, os interesses mercantis, os naturais dos diversos portos em presença, os tradutores-tradittores…). Pereira chega às águas de Macau neste dia.
De 24 de Agosto de 1735 até 1738 governa Macau Cosme Damião Pereira Pinto, natural de Lisboa, considerado isento, prudente e capaz. V. Governadores de Macau, coordenação de Jorge Santos Alves e António Vasconcelos de Saldanha. Investigação e textos de Paulo Sousa Pinto, António Martins do Vale, Teresa Lopes da Silva e Alfredo Gomes Dias. Editora Livros do Oriente, Portugal, 2013, pp. 102-103.
Governador de Macau em 1735-1738 e em 1743-1747. Natural de Lisboa, Cosme Damião Pereira Pinto foi para a Índia em 1733. Passados dois anos, foi nomeado para o governo de Macau, tendo tomado posse a 24 de Agosto de 1735. A escolha do novo governador foi muito ponderada pelo vice-rei da Índia, D. Pedro de Mascarenhas, 1°. Conde de Sandomil (1732-1741). A instabilidade tinha-se instalado em Macau havia já alguns anos e o último governador, António de Amaral Meneses, tinha pedido para regressar a Goa antes determinado o seu mandato. A nomeação de uma personalidade recém-chegada à Índia não era habitual, mas o Conde de Sandomil justificou a sua opção alegando que, além da sua prudência, Cosme Damião Pereira Pinto não conhecia nem era conhecido na cidade, estando por isso em condições de impor a sua autoridade sobre todas as parcialidades. O novo governador não defraudou as expectativas do vice-rei da Índia. De Goa levava instruções para que supervisasse a administração financeira realizada pelo Senado e participasse na discussão de todos os assuntos que envolvessem a administração chinesa. Os vereadores opuseram-se à execução destas medidas, alegando que elas contrariavamos privilégios e as regalias do Senado. Prudentemente, o governador decidiu adiar a implementação das referidas instruções, remetendo as alegações dos macaenses à apreciação do Conde de Sandomil. Este decidiu recuar, retirando ao governador a supervisão dos assuntos económicos. O capitão geral de Macau não reforçou as suas competências, mas conseguiu captar a simpatia dos moradores. Ultrapassados estes primeiros atritos, Cosme Damião Pereira Pinto empenhou-se em resolver alguns conflitos que certos comerciantes da cidade mantinham com a alfândega de Goa, por se recusarem a pagar os direitos exigidos naquela instituição. Disposto a apoiar os moradores e conhecendo a sua de terminação em conseguirem a abolição da ouvidoria, o governador prestou a sua colaboração, enviando pareceres favoráveis à pretensão dos moradores para Goa e para Lisboa. Bem sucedido no desempenho do seu cargo, o governador regressou a Goa em 1738. Passados três anos, foi de novo designado para o governo de Macau, tendo inciado o seu novo mandato em 1743. A conjuntura que deixara cinco anos antes tinha-se alterado e, se entre os moradores se mantinham as quezílias relacionadas com as rivalidades devido às viagens e à ocupação dos cargos na administração da cidade, as relações com os chineses tinham-se tornado mais tensas, inspirando já alguns cuidados. Apostados em controlar a influência de estranhos na China, os mandarins desejavam restringir os contactos dos chineses com o exterior e impedir o acesso dos forasteiros ao interior do Império. Macau não escapou ao zelo dos funcionários chineses, integrando-se nesse contexto a tentativa de estabelecer um mandarim no interior da cidade e a exigência de que fosse demolida a Igreja de Nossa Senhora do Amparo. Os moradores reagiram e conseguiram que o mandarim se instalasse em Qianshan 前山 e que a igreja não fosse demolida, mas não puderam evitar o seu encerramento. Frequentado pelos catecúmenos chineses, a demolição do templo católico visava o cumprimento das leis chinesas que proibiam a adesão ao cristianismo. Em tempos de perseguição religiosa, a cidade de Macau tinha de ser vigiada para não servir de refúgio aos que infringiam os decretos imperiais. Cosme Damião Pereira Pinto soube gerir estes e outros conflitos que foram surgindo no seio da administração macaense, provocados pelo agravamento da já difícil situação económica e pela presença de estrangeiros nacidade. Os comerciantes porque disputavam as viagens aos moradores, os missionários por suscitarem contendas com o Padroado e os mandarins. Terminou o mandato sem deixar que as fricções se agravassem. Todavia, a tensão estava latente e iria despoletar quando Cosme Damião já tinha regressado a Goa. Daqui seguiu para Lisboa, com os elogios dos portugueses e estrangeiros que o tinham conhecido em Macau. A sua reputação fez com que o rei D. José I o tivesse escolhido para chefiar a embaixada que nos finais de 1750 tinha decidido enviar a Pequim. A morte, ocorrida em 1751, impediu-o de cumprir esta incumbência e de regressar mais uma vez a Macau. [A.V.] Bibliografia: ALVES, Jorge Manuel Santos, Os Governadores e Capitães Gerais de Macau, no prelo; BOXER, C. R., Estudos para a História de Macau, Séculos XVI a XVII, (Lisboa, 1991); FOK, Kai Cheong, The Macao Formula: A Study of Chinese Management of Westerners from the Mid-Sixteenth Century to the Opium War Period, dissertação de doutoramento, (Honolulu,1978); MARIA, José de Jesus, Asia Sínica e Japónica, 2 vols.,(Macau, 1988); SALDANHA, António Vasconcelos de; TEIXEIRA, Padre Manuel, Macau no Século XVIII, (Macau, 1984).
O diplomata Bartolomeu Ferreira nasceu no dia 24 de Agosto de 1863. Depois de se formar em Direito na Universidade de Coimbra, Bartolomeu Ferreira iniciou a sua carreira diplomática em 1888 como adido na Legação de Portugal em Haia. Após a sua passagem pela Direcção Geral dos Negócios Comerciais e Consulares, desempenhou funções nas legações portuguesas de Madrid, Paris e Rio de Janeiro, e ainda no Ministério dos Negócios Estrangeiros em Lisboa. A sua carreira diplomática cruzou-se com a história de Macau ao ser nomeado presidente das delegações portuguesas às Conferências Internacionais do Ópio, que tiveram lugar em Haia (1912-1914) e Genebra (1924-1925). Depois da primeira conferência sobre a questão do ópio realizada em Xangai, em 1909, a comunidade internacional continuou o processo de internacionalização da questão do ópio que conduziu à política proibicionista sobre as drogas adoptada a nível mundial. A Conferência de Haia, realizada em 1912, tentou dar seguimento à Convenção assinada em Xangai, em 26 de Fevereiro de 1909. A delegação portuguesa, chefiada pelo Enviado Extraordinário e Ministro Plenipotenciário Bartolomeu Ferreira, contou ainda com a participação de Aníbal Augusto Sanches de Sousa Miranda, ex-governador de Macau, e de Oscar George Potier. Depois da I Guerra Mundial, a paz assinada em Versalhes, em 1919, deu um novo impulso ao debate internacional em torno do ópio,ao atribuir à Sociedade das Nações, no seu artigo 23.º, a responsabilidade de controlar a execução dos acordos internacionais sobre o tráfico de mulheres e crianças e sobre o tráfico do ópio. No artigo 295.º estabelecia a obrigatoriedade dos estados signatários ratificarem a Convenção de Haia. Bartolomeu Ferreira, em 1916, assumiu o cargo de Enviado Extraordinário e Ministro Plenipotenciário em Berna e, em 1920, foi nomeado Secretário Geral da delegação portuguesa à Assembleia da Sociedade das Nações. No ano seguinte passou a delegado efectivo dessa mesma instituição internacional e integrou a Comissão Consultiva doTráfico do Ópio. Os lugares que ocupou colocaram-no no centro da vida política mundial e, intimamente ligado à problemática do ópio, foi novamente escolhido para chefiar a delegação portuguesa às Conferências Internacionais do Ópio realizadas em Genebra, sob os auspícios da Sociedade das Nações, em 1924-1925. Acompanhou-o a Genebra o governador de Macau, Rodrigo José Rodrigues. As suas intervenções nas negociações internacionais pautaram-se sempre no sentido de defender os interesses económicos e financeiros de Macau, que, na época, dependiam em grande medida do comércio do ópio. Mantendo Macau no centro das suas preocupações, Bartolomeu Ferreira elaborou relatórios e ofícios exaustivos sobre a sua participação nos fóruns internacionais que debateram a questão do ópio, a qual estava directamente relacionada com o futuro de Macau. Nestes seus documentos, Bartolomeu Ferreira revela-se um habilidoso diplomata e um profundo conhecedor da situação internacional e dos problemas que, naquela época, afectavam o Território. Diplomata de grande prestígio, Bartolomeu Ferreira foi condecorado com as grã-cruzes das Ordens da Coroa, do Carvalho, do Luxemburgo e da Cruz Vermelha de Cuba; recebeu as comendas das Ordens Militares de Santiago de Espada, de Carlos III de Espanha, da Legião de Honra, de Isabel a Católica e da Coroa do Sião. [A.G.D.] Bibliografia: DIAS, Alfredo Gomes, Portugal, Macau e a Internacionalização da Questão do Ópio, (Macau, 2004).
Natural da freguesia de Rabo de Peixe, ilha de São Miguel, Açores, onde nasceu em 25 de Agosto de 1920. Entre 1931 e 1941 frequentou o Seminário Episcopal de Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores. Ordenado padre em Roma, em 24 de Abril de 1943. Entre 1941 e 1945 frequentou a Pontifícia Universidade Gregoriana, onde obteve a licenciatura em Direito Canónico com a tese “A Concordata Portuguesa de 1940 e a Situação Jurídica da Igreja em Portugal, em alguns Casos dos seus Principais Aspectos”. De Outubro de 1947 a 1961, trabalhou na secretaria de Estado do Vaticano, a princípio como adido, depois como secretário e, finalmente, como conselheiro de nunciatura. Nomeado bispo de Macau pelo Papa João XXIII, em 24 de Agosto de 1961, foi sagrado em Roma, na Igreja de Santo António dos Portugueses, no dia 21 do mês seguinte. O sagrante foi o Cardeal Secretário de Estado do Vaticano, Giovanni Amletto Cicognanni e os consagrantes o monsenhor Ângelo dell’Acqua, da secretaria de Estado, e D. João Pereira Venâncio, bispo de Leiria. No dia 22 de Novembro de 1961, tomou posse da Diocese de Macau, por procuração. E, no dia 27 do mesmo mês, tomou posse efectiva da mesma. Entre 1962 e 1965 participou em todas as sessões do Concílio Ecuménico Vaticano II. Incompatibilizou-se com um sector influente do clero tradicional português de Macau, devido à sua política de “localização” da cúria diocesana. Efectivamente, durante o seu bispado, D. Paulo José Tavares nomeou padres chineses para lugares de grande destaque no governo da igreja católica de Macau. Tradicionalmente, estes eram relegados para cargos secundários na cúria da diocese. D. Paulo José Tavares rompeu, porém, com esta tradição nomeando o padre António André Ngan para vigário-geral e governador do bispado em meados do decénio de 1960, assim como outros clérigos chineses para funções proeminentes. Durante a “Revolução Cultural” foi o único pilar da administração nominal portuguesa que não cedeu às reivindicações apresentadas pelos maoístas locais, que contavam com o beneplácito da elite comercial chinesa do enclave. Em termos gerais, os maoístas pretendiam prostrar a igreja católica, como aconteceu seguidamente com a administração portuguesa, no primeiro semestre de 1967. O objectivo primordial dos maoístas era obter o consentimento do bispo para que o “pensamento de Mao Zedong (澤東” fosse leccionado na rede de escolas católicas do território. Esta situação precipitou uma profunda crise político-religiosa com o governador Nobre de Carvalho e o secretário-geral Alberto Eduardo da Silva. Estes pretenderam, por todos os meios ao seu alcance, coagir a diocese a ceder às exigências apresentadas pelos maoístas locais. A intransigência de D. Paulo José Tavares contribuiu para que o governador Nobre de Carvalho suspendesse a publicação do bissemanário O Clarim e da revista diocesana Religião e Pátria e praticasse várias diligências políticas junto do governo da metrópole e de certos sectores ultra conservadores da Santa Sé, no sentido do prelado ser exonerado das suas funções. Porém, este permaneceu firme à frente dos destinos da diocese de Macau, apesar de não ter cedido a nenhuma das reivindicações apresentadas pelos maoístas e de ter resistido com grande tenacidade às coacções do governador Nobre de Carvalho e do secretário-geral Alberto Eduardo da Silva. D. Paulo José Tavares faleceu no Hospital da Cruz Vermelha de Lisboa, em 12 de Junho de 1973. [M. da S.F.]
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