
Informações relevantes
Data de atualização: 2020/09/03
Surgimento e mudança da Ribeira Lin Kai de San Kio
Macau e a Rota da Seda: “Macau nos Mapas Antigos” Série de Conhecimentos (I)
Escravo Negro de Macau que Podia Viver no Fundo da Água
Que tipo de país é a China ? O que disseram os primeiros portugueses aqui chegados sobre a China, 1515

Data de atualização: 2020/09/03
Yun Shu 芸墅, de seu verdadeiro nome, foi co-autor da Aomen Jilüe 澳門紀略 [Monografia Abreviada de Macau]. Natural de Xuancheng 宣城 (actual Município de Xuanzhou 宣州), Anhui 安徽, foi, no início do Reinado de Qianlong 乾隆 (1736-1795), e mediante recomendação especial, promovido de Gongsheng 貢生 [Graduado por Preeminência] para Magistrado Distrital. Desempenhou funções nos Distritos de Heyuan 河源, Xiangshan 香山 e Yangchun 陽春, entre outros lugares, mas foi nomeado Subprefeito Interino de Macau, o vulgo Mandarim da Casa Branca (em 1746), cargo que lhe foi confirmado com nomeação efectiva dois anos mais tarde. Durante o seu mandato como Mandarim da Casa Branca, solicitou autorização superior para encerrar a Tangrenmiao 唐人廟 [Igreja de Nossa Senhora de Amparo], destinada à propagação do Catolicismo junto da comunidade chinesa. Em Maio de 1748, aquando dos assassínios dos chineses Li Tingfu 李廷富 e Jian Yaer 簡亞二, praticados respectivamente pelos soldados portugueses Amaral e António, Zhang Rulin 張汝霖 recebeu um suborno e abafou o caso. Apesar dos seus esforços, juntamente com o Bao Yu 暴煜, magistrado do Distrito de Xiangshan 香 山, na elaboração de Doze medidas de controlo dos bárbaros de Macau [Código de Qianlong], que foram gravadas em pedra para serem cumpridas, sofreu uma repreensão por parte da Corte Central, que o demitiu do cargo, devido ao facto de os assassinos terem sido “desterrados para Timor sem conhecimento das autoridades chinesas”. Com a exoneração, Zhang Rulin 張 汝霖 voltou à sua terra natal, de onde não tornaria a sair para ocupar qualquer outra função administrativa. Dotado de vocação poética, além de ter elaborado, de parceria com Ying Guangren 印光任, a Aomen Jilüe 澳門紀略 [Monografia Abreviada de Macau], foi autor de Xinxincao 辛辛草 [Ervas Alegres], Wuyueyin 吳越吟 [Cantos de Wuyue] e Ermingji 耳鳴集 [Colectânea de Zumbidos no Ouvido], entre outras obras, das quais a maioria se perdeu para sempre. [J.G P.] Bibliografia: Arquivo Histórico Ultramarino, MACAU, cx 5m doc. no. 30, Arquivos de Macau, n.° 2, de Fevereiro de 1930; BOXER, C. R., Fidalgos no Extremo Oriente, (Macau, 1990); BRAGA, Jack Maria, A Voz do Passado, (Macau, 1987); FEI Chengkang, Macao 400 Years, (Xangai, 1996); JIN Guo Ping, O Ocidente ao Encontro do Oriente, (Macau, 2001); LIU Yuelian, “Aomen Jilüe Tanwei” [Uma Tentativa de Novas Abordagens sobre a Monografia Abreviada de Macau], in Revista de Cultura, n.° 43, (Macau, 2002); PTAK, Roderich, “Die Stadt Macau nach den Illustrationen Lokalchronik”, in China and the Asian Seas Trade, Travel, and Vision of the Other (1400-1750) , (Ashgate, 1998); PTAK, Roderich, “Yin Guangren, Zhang Rulin e as Relações Luso-Chinesas nos Anos 1740, Colóquio Internacional Portugal-Macau e as Relações Europa-China”, in Daxiyangguo, (Lisboa, 1999); PTAK, Roderich, Macau: Trade and Society, circa 1740-1760, International Workshop on Maritime China and Overseas Chinese Communities in Transition, 1750-1850, Department of History, National University of Singapore, (Singapura, 1999); TAN Kaijian, Mingqing Shidaifu yu Aomen [Mandarins das Dinastias Ming e Qing e Macau], (Macau, 1998); VALE, A. M. Martins do, Os Portugueses em Macau (1750-1800), Degredados, Ignorantes e Ambiciosos ou Fiéis Vassalos d’El-Rey? , (Macau, 1997); VONG Tak Hong, Aomen Xinyu [Crónicas de Macau], (Macau, 1996); WU Zhiliang; Ieong Wan Chong, Aomen Baikequanshu [Enciclopédia de Macau], (Macau, 1999); ZHANG Wenqin, Aomen yu Zhongguo Lishi Wenhua [Macau na História e Cultura Chinesas], (Macau, 1995); ZHAO Chunchen, Aomen Jilüe Jiaozhu [Monografia de Macau Anotada], (Macau, 1992); ZHAO Chunchen, “Monografia de Macau e suas Notas”, in Revista de Cultura, n.° 19, (Macau); Zhongshan Wenxian [Documentação de Zhongshan], 8 vols., (Taiwan, 1985).
ZHANG RULIN 張汝霖 (1709-1769)
No dia 15 de Fevereiro de 1667, o mandarim de Heong-San intimou a cidade de Macau a cumprir a ordem de Pequim de transferir a cidade para o interior, prometendo, no entanto, tratar de conseguir a sua reabertura comercial, no caso de lhe serem dados 250 000 taéis. Dias antes, chegaram 12 barcos para porem o cerco à cidade da banda de Oitem (Lapa) e da Taipa, impedindo a saída das lorchas para a pesca e para buscar lenha, fechando-se também a Porta do Cerco, por onde já era impedida a vinda do arroz há 20 dias. Feita a promessa, reabriu-se a Porta do Cerco três dias depois, retirando-se também a flotilha. .
Mandarim de Heong-San intimou a cidade de Macau a cumprir a ordem de Pequim
No dia 12 de Março de 1666, os mandarins de Heong-San e da Casa Branca, como emissários do Vice-Rei de Cantão, intimaram pela 2.ª vez a cidade para que afastasse os barcos da Taipa. Quebrada para mais longe, pelo que os mesmos foram levados para a enseada de André Feio. Já em 1665 tinham exigido cerca de 5 mil taéis para autorizarem a Macau a navegação. No final de 1666 já eram precisos 150 mil, com satisfação imediata de 30 mil taéis. Como a Cidade não os tinha, pagou “em fato miúdo e outras peças”. (cfr. Ta-Ssi-Yang-Kuo, I, 36, ed. da Fundação Macau, Macau, 1995).
Mandarins de Heong-San e da Casa Branca intimaram pela 2.ª vez a cidade
No dia 18 de Abril de 1667, o mandarim de Heong-San comunicou que viria a Macau; a Porta do Cerco estava fechada há 39 dias; mas no dia seguinte informou que não poderia vir e convidou o Senado a avistar-se com ele na Casa Branca. O Senado, receando alguma armadilha, mandou-lhe dizer que não era seu costume sair do lugar em que sempre têm sido tratados os negócios desta cidade e que, querendo, viesse ele, portanto, a Macau. Todo o ano os chineses exerceram pressão sobre Macau, invocando serem ordens do Imperador. Mas não eram. O Suntó ou Vice-Rei de Cantão provou as suas culpas acabando por se enforcar.
Mandarim de Heong-San comunicou que viria a Macau
Natural de Pizhou 邳州, actual Distrito de Pi 邳縣, Província de Jiangsu 江蘇. No seu percurso profissional, chegou a ser Fuzongbing 副總兵 [Comandante Regional Adjunto] e Zongbing 總兵 [Comandante Regional] de Guangdong 廣東. Durante o Reinado de Jianjing 嘉靖 (1523-1566), destacou-se nos combates contra os piratas japoneses, na Província de Zhejiang 浙江. Foi transferido juntamente com Yu Dayou 俞 大猷 para Guangdong 廣東, onde também lutou contra os piratas japoneses. Em 1564, aquando do motim dos marinheiros de Zhelin 柘林, e após ter perdido várias batalhas navais com os amotinados, foi a Macau solicitar auxílio militar aos portugueses. Tang Kekuan faleceu no ano de 1576. [J.G.P.] Bibliografia: ALVES, Jorge Manuel dos Santos, Um Porto entre dois Impérios. Estudos sobre Macau e as Relações Luso-Chinesas, (Macau, 1999); JIN Guo Ping; WU Zhiliang, Jinghai Piaomiao [História(s) de Macau – Ficção e Realidade], (Macau, 2001); LOUREIRO, Rui Manuel, Em Busca das Origens de Macau, (Lisboa, 1996); LOUREIRO, Rui Manuel, Fidalgos, Missionários e Mandarins Portugal e a China no Século XVI, (Lisboa, 2000); WU Zhiliang; IEONG Wan Chong, Aomen Baikequanshu [Enciclopédia de Macau], (Macau, 1999); YE Quan, Xianbobian [Colectânea de Virtude e Sabedoria], (Pequim, 1997); Zhang Tingyu Mingshi [História Oficial dos Ming], (Pequim, 1974).
TANG KEKUAN 湯克寬 (século XVI)
Co-autor da Aomen Jilüe 澳門記略 [Monografia Abreviada de Macau], seu único escrito que sobreviveu à voragem dos tempos. Ying Guangren 印光任, com o nome próprio público de Fu Chang 黻昌, cognominado Bin Yan 炳岩, é natural de Nanbaoshan 南寶 山, Qingjiang 清江 [actual Distrito de Baoshan 寶 山, Xangai]. No Reinado de Yongzheng 雍正 (1723- 1735), sendo Bingsheng 禀生 [estudante recomendado] dotado de piedade filial, honestidade, rectidão e integridade, foi destacado para desempenhar funções administrativas em Guangdong 廣東. Ocupou, sucessivamente, os lugares de magistrado dos Distritos de Shicheng 石城, Guangning 廣寧, Gaoyao 高要 e Dongguan 東莞, entre outros. Pelos méritos administrativos demonstrados nas terras por onde passara e pelas suas ricas experiências em contactos com estrangeiros, foi escolhido em 1744 para ser o primeiro Mandarim de Qianshan 前山 [Montanha Dianteira, Casa Branca]. Após a tomada de posse do cargo, Ying Guangren 印光任 (cumpriu exemplarmente as funções que lhe haviam sido atribuídas, a começar pela elaboração de sete medidas para reforçar o controlo das embarcações estrangeiras e dos estrangeiros residentes em Macau. Além disso, demonstrou bastante tacto administrativo para resolver questões relacionadas com os estrangeiros. O seu biógrafo, Yuan Mei 袁枚, elogia-o ao dizer: “Ying Guangren 印光任, por ter desempenhado cargos nas terras do litoral, tornou- -se um grande conhecedor dos bárbaros, nomeadamente no que diz respeito às suas espécies, aos seus poderes e às suas capacidades. Conhecia como a palma da mão toda a geografia das terras sob sua jurisdição, o que lhe permitiu ou tomar medidas preventivas ou optar por decisões certeiras e oportunas em casos de incidentes. Os mares ficaram sem problemas durante os seus mandatos”. Mais tarde, Ying Guangren 印光任 foi nomeado Subprefeito de Nan’ao 南澳 e Prefeito das Prefeituras de Qingyuan 慶遠 e Taiping 太平, em Guangxi 廣 西. Foi exonerado deste último cargo devido a um incidente e passou a velhice na sua terra natal, onde morreu com 68 anos. Entre outras obras, foi autor de Bin Yan Shiwenji 炳岩詩文集 [Antologia Poética e Literária de Bin Yan], Yiqi Bian 翊蘄編 [Colecção de Yiqi], Buting Jihua 補亭集話 [Palavras Coleccionadas do Pavilhão Bu], Yuying Suiqincao 雨吟碎琴草 [Cantares de Ervas Esmagadas na Chuva] e Tiecheng Changhe 鐵城唱和 [Respostas Poéticas da Cidade de Ferro]. [J.G.P.] Bibliografia: JIN Guo Ping, O Ocidente ao Encontro do Oriente, (Macau, 2001); LIU Yuelian, “Aomen Jilüe Tanwei” [Uma Tentativa de Novas Abordagens sobre a Monografia Abreviada de Macau], in Revista de Cultura, n.° 43, (Macau, 2002); PTAK, Roderich, “Die Stadt Macau nach den Illustrationen Lokalchronik”, in China and the Asian Seas Trade, Travel, and Vision of the Other (1400-1750) , (Ashgate, 1998); PTAK, Roderich, “Yin Guangren, Zhang Rulin e as Relações Luso-Chinesas nos Anos 1740, Colóquio Internacional Portugal-Macau e as Relações Europa-China”, in Daxiyangguo, (Lisboa, 1999); PTAK, Roderich, Macau: Trade and Society, circa 1740-1760, International Workshop on Maritime China and Overseas Chinese Communities in Transition, 1750-1850, Department of History, National University of Singapore, (Singapura, 1999); TAN Kaijian, Mingqing Shidaifu yu Aomen [Mandarins das Dinastias Ming e Qing e Macau], (Macau, 1998); VALE, A. M. Martins do, Os Portugueses em Macau (1750-1800), Degredados, Ignorantes e Ambiciosos ou Fiéis Vassalos d’El-Rey? , (Macau, 1997); VONG Tak Hong, Aomen Xinyu [Crónicas de Macau], (Macau, 1996); WU Zhiliang; Ieong Wan Chong, Aomen Baikequanshu [Enciclopédia de Macau], (Macau, 1999); ZHANG Wenqin, Aomen yu Zhongguo Lishi Wenhua [Macau na História e Cultura Chinesas], (Macau, 1995); ZHAO Chunchen, Aomen Jilue Jiaozhu [Monografia de Macau Anotada], (Macau, 1992); ZHAO Chunchen, “Monografia de Macau e suas Notas”, in Revista de Cultura, n.° 19, (Macau, 2001); ZHAO Chunchen, Zhongshan Wenxian [Documentação de Zhongshan], 8 vols., (Taiwan, 1985).
YING GUANGREN 印光任 (1691-1758)
| Personagem: | Ho, Hung-sun Stanley, 1921-2020 |
| Tempo: | Após o estabelecimento da RPC em 1949 até 1999 |
| 1983 | |
| 1984 | |
| 1985 | |
| Palavra-chave: | Comerciante chinês |
| Macaense |
| Fonte: | Arquivo de Macau, documento n.º MNL.03.25.121.F |
| Entidade de coleção: | Arquivo de Macau |
| Fornecedor da digitalização: | Arquivo de Macau |
| Tipo: | Imagem |
| Fotografia | |
| A cores | |
| Formato das informações digitais: | TIF, 1427x2000, 8.17MB |
| Identificador: | p0004145 |
Caros membros do website "Memória de Macau", olá!
Agradecemos o vosso apoio e confiança ao longo do tempo ao website de Cultura e História "Memória de Macau". A fim de otimizar a qualidade dos serviços a prestar aos membros e proteger os seus direitos e interesses, será implementada, oficialmente, uma nova versão dos "Termos e Serviços" que entrou em vigor a 28 de Abril de 2025. Por favor, leiam o texto completo da versão actualizada. O conteúdo pode ser consultado aqui:
👉 Clique aqui para tomar conhecimento da versão actualizada dos "Termos e Serviços"
Li, concordo e aceito o conteúdo actualizado dos "Termos e Serviços".
Caso tenha alguma dúvida sobre a versão atualizada, não hesite em contactar-nos.
Agradecemos o vosso contínuo apoio e confiança. O website de Cultura e História "Memória de Macau" continuará a prestar serviços aos seus membros de forma segura e conveniente.
Com os melhores cumprimentos,
Website de Cultura e História "Memória de Macau"
Data de actualização: 28 de Abril de 2025
Instruções de uso
Já tem a conta da "Memória de Macau"? Login
Comentários
Comentários (0 participação(ões), 0 comentário(s)): agradecemos que partilhasse os seus materiais e histórias (dentro de 150 palavras).